"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
«Em causa negociatas, tentativas de branqueamento e enriquecimento ilícito e figuras públicas, políticos, estruturas partidárias, altos funcionários do Estado e firmas privadas. É esta a índole dos envolvidos. São Pedro da Cova, crime ambiental, corrupção, branqueamento, fraude fiscal e tráfico de influências que já duram há quase 20 anos. Crimes que continuam por investigar. Cavaco Silva, Durão Barroso, Valentim Loureiro, Nuno Melo, Assunção Cristas e Marco António Costa são as personalidades que, directa ou indirectamente, estão ligadas a esta sucessão de acontecimentos.
Um Governo em uníssono e todos os ministros a solo podem criticar as decisões do Tribunal Constitucional que é a democracia e a liberdade de expressão e o coise.
Os deputados da maioria que enfeita o Governo na Assembleia da República podem questionar a competência dos juízes do Tribunal Constitucional e até deixar cair aqui e ali que não foi para isto que foram nomeados pelos partidos da maioria que enfeita o Governo na Assembleia da República que é a democracia e a liberdade de expressão e o coise e o coise e tal.
O bochechas, revoltado e com pouca paciência, não pode dizer o que lhe vai na alma nem apontar o dedo ao conluio entre a Justiça, das fugas de informação cirurgicas, e a imprensa, na figura de um jornal e de uma televisão, que são declarações "indignas de um [antigo] Presidente", de uma República presidida por um Presidente que maquina, em conjunto com a imprensa, na figura de um jornal, uma inventona de escutas aos seu gabinete de Presidente que suporta um primeiro-ministro que suporta uma ministra da Justiça que não tem pudor em atirar lama e denegrir o bom nome de dois funcionários da Polícia Judiciária para sacudir a água do seu pacote de incompetência profissional e política.
A turba reage por impulso e tem memória curta e eles valem-se disso.
"Alarme Social" é ter de levar todos os meses com 3, 5% de sobretaxa de IRS, temporária, "só para durar enquanto a troika cá estiver". Mas [h]á justiça o que é da justiça e [h]á política o que é da política, como está agora na moda dizer.
O gajo, sim o gajo, o gajo de não aumentar os impostos na véspera de os aumentar, o gajo de não cortar o subsídio de Natal na véspera de o cortar, o gajo da Tecnoforma para sacar fundos comunitários e de uma "ongue" de sacar fundos comunitários para a Tecnoforma, o gajo que não se lembra do que comeu ao almoço na ongue de sacar fundos comunitários para a Tecnoforma de sacar fundos comunitários:
A Felícia Cabrita disse que sabia. Há já um ano. Uma investigação. E o coise. O Mendes mindinho não disse que sabia. Também não disse que não sabia. Mas como sabe tudo. Até a melhor data para vender acções do BES. O Marcelo professor disse que sabia. Já há tempos, Uns zum-zuns. E tal. Até uma vez até lhe disseram que o tipo ia ser detido. Mas não foi. E aquilo passou. Bom.
No país do Correio da Manha [sem til] toda a gente sabia. Há um ano. Toda a gente menos o Sócras. O alvo. Estava descansado sem desconfiar de nada. E as provas intactas. Um azar do caralho é o que é. O gaijo é sempre o último a saber. Foi por isso que foi necessário e imperioso caça-lo logo na manga não fosse o gaijo ter alguma na manga. Deitar os papéis pela janela do carro em alta velocidade. Puxar fogo à casa para apagar provas. Na rua Braamcaamp. Um prédio daqueles a arder.
É o que dizem os comentadores todos e os jornalistas todos. Trabalhou bem o juiz.
Haja pachorra para tanta imbecilidade e tanta acefalia juntas.
Como o bandido estava na Portela para apanhar o avião que o levaria na fuga para Paris e não de regresso a Lisboa, se calhar para o programa que tem aos domingos na televisão pública, a "judite" foi caçá-lo logo à saída da manga de desembarque, não fosse o criminoso fugir para casa ou para casa da mãe, vá lá, e ainda avisou a televisão que, emboscada num promontório estratégico filmou, a preto-e-branco - visão nocturna, estavam clandestinos, adivinharam, o meliante a ser escoltado num Fiat Cinquecento, ou assim uma coisa tipo mata-velhos. Big Show SIC, meritíssimo juiz Carlos Alexandre: não havia necessidade e só descredibiliza a justiça, justiceira. Vivó Macaco Adriano!