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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Eleições na Federação Portuguesa de Futebol

por josé simões, em 11.01.07
Numa clara inversão de discurso ao proferido antes das eleições para a Federação Portuguesa de Futebol (FPF):
 
“O Carlos Esteves tem feito um bom trabalho na Comissão de Arbitragem e o Francisco Costa tem sido um elemento cumpridor. Estar indiciado não é estar condenado”.
 
Sobre a presença na sua lista de dois arguidos no processo Apito Dourado, Gilberto Madaíl vem agora dizer:
 
“Não incluiria arguidos em factos desta natureza se já estivessem em vigor os novos estatutos, que concedessem autonomia à direcção na escolha das equipas dos várias órgãos federativos.”
 
Donde se depreende que Gilberto Madaíl foi “obrigado” por algumas Associações a incluir os arguidos na sua lista. Não especificou quais, mas quem não tiver a memória curta e fizer uma revisão da matéria ao historial da FPF, decerto se recorda das infindáveis “negociações” e jogos de bastidor de cada vez que haviam eleições para a instituição – no tempo antes da Liga – sempre em torno da Comissão de Arbitragem, sempre protagonizadas pelas Associações do costume… As mesmas também responsáveis pelos não menos históricos alargamentos de divisão.
Deitamo-nos a adivinhar: A Associação começada por P com um R no meio e terminada em O; a Associação começada por A com um V no meio e também terminada em O; ou a Associação começada por B e terminada em Ga.
 
Mas os fins não justificam os meios e, no discurso de Madaíl também se lê que disse “que sim” para ser eleito. Apesar de ser contra a sua vontade. Vem agora morder a mão a quem lhe deu de comer e, descarta-se das possíveis consequências:
 
“Aí sim, (se os estatutos estivessem em vigor) teríamos de assumir o ónus das asneiras que se fizessem nas escolhas das pessoas!”
 
 
Não o iliba, antes pelo contrário; o que tem de tão apetecível o mundo do futebol em geral e, o da FPF em particular, para Madaíl se prestar a este tipo de jogadas?
À atenção de Maria José Morgado.

Gilberto Madaíl e o Apito Dourado

por josé simões, em 14.12.06

Gilberto Madaíl em declarações ao Público afirma que a ineficácia dos órgãos desportivos é devida à falta de meios; “A justiça desportiva não tem os meios da justiça civil. Não temos escutas telefónicas, nem investigadores, nem detectives.”

 

O nosso muito obrigado pelo esclarecimento, mas tem outros “meios” como ficou sobejamente comprovado pelo processo Apito Dourado e pela prosa literária da senhora Carolina.

 

Reduzindo “tudo isto” a uma questão de meios e até ver, os desportivos levam ligeira vantagem; recorrendo à terminologia futebolística, são “campeões de Inverno”.

 

Há saída do Tribunal de Gondomar, Gilberto Madaíl frisa que é economista e não jurista e que este processo já lhe causou danos e transtornos suficientes, porque segundo o nosso ilustre dirigente federativo, tinha uma candidatura a um cargo na UEFA com 100% de hipóteses de ser eleita e teve de ser retirada devido a.

 

Talvez devido à sua formação em economia, resolveu economizar em meios e vai daí, três dos sete nomes propostos para o Conselho de Arbitragem estão implicados no processo “Apito Dourado”.

Carlos Esteves e Francisco Costa estão indiciados pela prática de corrupção e corrupção desportiva, José António Pereira, ex-árbitro, foi escutado a confessar que perdoou um pénalti a uma equipa da II B (recebeu como prémio, oferecido pelo presidente do Lixa, um par de sapatos!).

 

Madaíl como bom católico temente a Deus, é acérrimo defensor da máxima “não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti” e só por isso os nomes não são retirados da lista, como a sua candidatura ao cargo da UEFA teve de ser.

 

Mas também aqui nada de novo, é só mais uma extensão da dualidade de comportamentos tão bem praticados pelos nossos jogadores. Vejam-se as atitudes comportamentais em provas europeias e no campeonato nacional…

 

Marques Mendes, no rescaldo do cataclismo pós-Santana, começou por tentar credibilizar o partido. Os primeiros a “levarem nas orelhas” foram Valentim Loureiro e Isaltino Morais que eram arguidos em processos.

“Arguidos são arguidos, não são condenados” diz Madaíl à saída do Tribunal de Gondomar para justificar a inclusão dos nomes na lista.

 

Madaíl é deputado eleito pelo PSD. Excelentíssimo Senhor Dr. Luís Marques Mendes, já regressou do Brasil, ou está tão (pre)ocupado com a situação das nossas tropas no Líbano que ainda não deu por nada?

 

Post-Scriptum: De todos os escutados pela Policia Judiciária nunca nenhum desmentiu o teor das escutas, desde o árbitro “Imelda Marcos” até Pinto da Costa, Reinaldo Teles ou Valentim Loureiro… Alegam que as escutas são ilegais…