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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

"Percepção da procura"

por josé simões, em 14.01.25

 

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Na chico-espertice de servir Setúbal de 20 em 20 minutos, sem aumento de custos em relação aos de 30 em 30 em vigor desde há 30 anos, a Fertagus, na hora de ponta, passou os comboios das habituais oito composições para quatro, sem fazer o trabalho de casa, na ignorância de que a questão não era o aumento das circulações mas o aumento das circulações em função do aumento de passageiros.

Na hora de ponta, e no sentido Setúbal - Roma/ Areeiro, na estação do Fogueteiro não cabe uma folha de papel entre as pessoas. Num registo de humor negro sádico ainda metem a gravação "Não se aglomere junto à porta, distribua-se pela carruagem", já que não pode ir ninguém lá em cima, como no Paquistão e na Índia, por causa das catenárias.

Na estação Foros de Amora saem 5 e entram 15, não se sabe como mas é assim. A seguir, em Corroios, é preciso ser mestre em artes marciais para conseguir sair do comboio e chegar a horas ao trabalho, no cais estão centenas para entrar. Obviamente não entram. Começaram por meter uns desgraçados da empresa de segurança Strong Charon nas plataformas, a fazer não se sabe bem o quê já que não lhes forneceram luvas brancas para empurrarem as pessoas para dentro das carruagens, à imagem do que acontece no metro de Tóquio. Agora já lá estão os seguranças e agentes da PSP mas a Fertagus está a efectuar "validações de contagens de passageiros e, se for validada a atual perceção da procura, no dia 20 de janeiro procederá a alterações na afetação dos comboios duplos". Uma coisa todos temos a certeza, da percepção que os utentes têm deste bando circense que administra uma empresa de transportes concessionada pelo Estado e subsidiada pelo Orçamento do Estado. Ainda correm o risco de acabar com aumento de prémio de gestão, nomeados para "Melhor Gestor do Ano", e entrevistados pelo Zé Gomes na televisão do militante n.º 1 por este acto de prestidigitação empresarial. Do ministro Pinto Luz, que apareceu mais rápido que a própria sombra a reclamar os louros governamentais deste fornecimento de transporte ferroviário à capital do distrito, nunca mais ninguém ouviu falar, desapareceu, "are you talking to me?".

 

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No comboio descendente vinha tudo a gargalhada *

por josé simões, em 11.03.24

 

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"Estou contente". "Era preciso fazer qualquer coisa". "Vamos lá a ver desta". "Era preciso mudar". "Eram sempre os mesmos". "Uma vez uns, outra vez os outros". "Anos inteiros nisto". "A gente a trabalhar e eles no subsídio". "Foram para a política para se encherem". E "eles" nem sequer ganharam nada, foram a terceira força política mais votada, mas a dinâmica do discurso é a da vitória e da mudança, e esta percepção na opinião pública já é uma cabazada ao "sistema". Basicamente era este o teor das conversas, hoje no Fertagus, entre pessoas banais, daquelas com roupa das obras, das limpezas, fardas de segurança, pronto a vestir do mercado, nikes e lacostes da candonga. * No comboio descendente vinha tudo a gargalhada, uns por verem rir os outros, e os outros sem ser por nada.

 

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Viagens na minha terra

por josé simões, em 14.11.23

 

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No Fertagus [com sotaque africano]:

"Dois anos à espera [?] e agora o Costa demitiu-se e fica tudo fuuudido outra vez...", "É pá, porque é que o Costa se demitiu?", "Por causa lá daquela corja dele...", "Mano, nuuunca em tempo algum um ministro do MPLA se demitiu por causa dele quanto mais por causa de outros!".

 

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Viagens na minha terra

por josé simões, em 30.08.23

 

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No Fertagus de Setúbal para Roma-Areeiro à minha frente uma gaja de t-shirt preta, estampada com aquela famosa foto do Che tirada pelo Korda, ao lado, um gajo de t-shirt vermelha com uma cruz do pescoço ao umbigo e "Jesus Cristo" garrafal em Times New Roman branco. E isto deve querer dizer alguma coisa já que vou a terminar um livro há muito tempo adiado, O Pêndulo de Foucault do Umberto Eco.

 

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|| O pormenor

por josé simões, em 26.05.11

 

 

 

É que para além do serviço prestado pela Fertagus, em termos de qualidade, conforto e segurança, ser infinitamente melhor que o prestado pela CP, os €62 de diferença no preço do título de transporte pagamos nós, contribuintes, quer sejamos ou não utentes do serviço, e que se calhar, bem feitas as contas, acabam por nos sair a nós, taxpayers (em inglês tem mais a ver com a realidade) por 100 ou mais euros porque, querer comparar a eficiência de uma empresa com a da outra, ao nível da produtividade versus numero de empregados e/ou gestores, é o mesmo que comparar o cu das calças com a Feira de Castro. Conversa da treta.