"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Primeiro a UGT bateu o pé [medooooo] e conseguiu segurar o feriado do 5 de Outubro, mas disso já ninguém se lembra, agora a UGT mantém o braço-de-ferro com o Governo [mais medooooo] e o feriado do 5 de Outubro já só acaba se os feriados religiosos acabarem ao mesmo tempo. Descontando o sindicato dos patrões, quando e porque lhe dá jeito, e o Governo, quando e porque dá jeito ao sindicato dos patrões, alguém neste país ainda leva a sério a UGT e o seu excelentíssimo secretário-geral?
Roubar a marmelada é quando vem um qualquer representante de um Estado estrangeiro, numa encenação de agit-prop, lançar granadas de fumo para iludir a populaça que responde paternalmente pelo nome de "fiéis", deliberada e convenientemente mantida longe, e na ignorância, destas cousas dos negócios entre o sagrado e o profano, fingir que não sabe que o acordo assinado entre o Estado português e o Estado do Vaticano, vulgo Concordata, não obriga o Estado português a decretar feriado qualquer dia festivo que a Igreja Católica tenha instituído em substituição de antigas tradições pagãs, mas que só "exige" ao Estado português que crie as condições que permitam aos católicos celebrar os dias considerados festivos e instituídos pela cúpula da Igreja.
Base de trabalho: substituir “A igreja naturalmente pode conversar sobre este assunto” por “A igreja pode conversar naturalmente sobre este assunto”, e tentar definir o que é a “religiosidade do povo português” e como os feriados religiosos foram cirurgicamente introduzidos no calendário popular. O PREC [Processo Religioso Em Curso]. Mas isso se calhar já era pedir muito.
Agora que as senhoras deputadas já tiveram o seus 15 minutos de fama exposição mediática, a Assembleia da República pode, se não for pedir muito, começar a discutir as coisas realmente importantes?