1 de Dezembro
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"Os feriados eliminados, dois religiosos e dois civis, foram o Corpo de Deus (feriado móvel celebrado 60 dias após a Páscoa), Dia de Todos os Santos (1 de novembro), Implantação da República (5 de outubro) e Restauração da Independência (1 de dezembro)."
Escrevem hoje o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias em parangonas de primeira página, respectivamente, que "Seis pontes e cinco fins de semana alargados ameaçam produtividade" e que "Patrões queixam-se de perdas de produção. Feriados no próximo ano vão permitir cinco fins de semana alargados". Como não há almoços grátis o que nos privado equivale a que quem quiser fazer pontes ou fins-de-semana alargados tem de para esse efeito usar dias de férias e ainda assim negociado com a entidade patronal com bastante antecedência, vulgo no final do ano anterior que é quando são marcadas as férias do ano seguinte, e ainda assim dependendo do serviço e não podendo pôr em causa o normal funcionamento da empresa, o que quer dizer que mesmo que o trabalhador queira a tal da ponte há sempre um "mas" a considerar; que até empresas como a Autoeuropa e a Visteon Corporation , por exemplo, que não são propriamente mercearias de bairro, no princípio de cada ano fazem chegar às empresas fornecedoras e/ ou associadas e/ ou que trabalham em função de, um calendário onde constam todas as férias, paragens, pontes e fins-de-semana prolongados programados, por forma a não haver a tal da quebra de produção e a ameaça à produtividade com que o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias fazem as grandes parangonas, ou isto é jornalismo de encomenda para patrões do princípio do séc. XX que no séc. XXI cheios de cagança ostentam "empresário" antes do nome, ou isto é jornalismo ideologicamente capturado pela direita radical dos baixos salários e da precariedade como modelo, ou isto é só mau jornalismo, ou isto é todas as três hipóteses numa mistura de merda, literalmente.
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Vamos lá a ver se nos entendemos: se a ideia de colar os feriados ao fim-de-semana é para ser discutida na "câmara alta" do Parlamento – a Concertação Social, significa que o Governo antes de tomar uma decisão quer ter em conta a opinião do sector privado e que a proposta é para para ser levada à mesa dos empresários e accionistas patrões, já que os trabalhadores colaboradores nunca são tidos nem achados na dita concertação, onde a UGT funciona como um apêndice do patronato e serve apenas para dar um selo de credibilidade às decisões. Portanto não faz o mínimo sentido levar uma proposta deste teor à mesa dos empresários e accionistas patrões do sector onde os trabalhadores colaboradores não recebem no início de cada ano um calendário com a distribuição dos feriados e respectivas possibilidades de "ponte", que não concedem "pontes" a ninguém nem que haja um novo milagre do Sol em Fátima, onde todas as "pontes" são negociadas com meses de antecedência, quando não mesmo na altura da marcação das férias e onde o dia de férias é usado, gasto para o efeito. Não se percebe o que é que o Governo pretende com esta proposta da treta... Parece mais do mesmo, truques de ilusionismo usados em quatro anos de Governo da direita radical.
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«Também a nível de feriados, gozamos atualmente somente nove dias, um dos números mais baixos da União Europeia [...]»
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Ler o título e ler o corpo da notícia, que é como quem diz, e o que é que o cu das calças tem a ver com a feira de Castro?
Resumo de Margarida Bon de Sousa: Jornalismo e assessoria de imprensa. Por Espanha, por Mariano Rajoy, pelo PP, no dia da Restauração?
Levar desde Junho até hoje para perceber que para acabar com as pontes na Função Pública e no sector empresarial do Estado basta que o Governo, leia-se a administração do Estado, não as conceda ou que, à imagem do que acontece no sector privado, só sejam possíveis com recurso a dias retirados às férias. Duh!
«Governo elimina quatro feriados mas não deve encostar os outros ao fim-de-semana»
Qual é o privado que concede uma ponte (ou uma tolerância de ponto) se estiver em causa o desempenho da empresa? Não era [muito] mais fácil o Governo simplesmente não conceder a ponte (e já agora a tolerância de ponto)?
De propaganda começamos bem: mudanças de classe em pleno voo, incentivos a mulheres parideiras e feriados sem ponte encostados ao fim-de-semana.
(Imagem fanada ao The Independent)