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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Nobel da Literatura 2007

por josé simões, em 12.10.07

Doris Lessing.

Confesso que é uma escritora que me diz pouco. Ou até mesmo nada. Confesso ainda que fiquei deveras chateado com a atribuição deste Nobel. Doris Lessing é daqueles autores que é possível encontrar com relativa facilidade na Feira da Ladra por um euro, um euro e meio. Nem vale a pena regatear. Ou nem valia… Porque agora, chapéu! Passou, com toda a certeza, para aquela galeria onde entre outros, já se encontra Saramago; outro que antes do Nobel era quase dado na Feira. Cem escudos, na moeda antiga, foi quanto me custou um Levantado do Chão, primeira edição. Vão lá comprá-lo agora!..
 
A Feira é fértil, salvo raríssimas excepções, em vendedores que não sabem nada de nada. Sabem os nomes. Ontem quando chegaram a casa e ligaram a tv, ficaram a saber mais um. Sábado os preços vão inflacionar. A raiva com que eu fico nos dias imediatamente a seguir à atribuição do Nobel da Literatura!
 
(Foto via International Herald Tribune)

Os Beatles e o CSI

por josé simões, em 03.06.07

Quem me conhece sabe que um dos meus hobbies é coleccionar vinyl. Anos e anos de pesquisas e procuras em feiras de velharias, muito dinheiro gasto e a colecção nunca que mais acaba. Nem sei se alguma vez acabará.

Também aqueles que me conhecem (e os experts na matéria) sabem, que numa colecção digna do nome, têm de haver obrigatoriamente discos dos Beatles. Correndo o risco de estar aqui em público a cometer uma espécie de haraquiri do coleccionador, revelo um segredo da classe: um dos discos mais difíceis de encontrar, e um dos mais valiosos, e isso desculpem, mas não vou revelar porquê nem como o identificar - é que existem várias edições, mas uma, e só uma, é que é a especial – é o Álbum Branco dos Beatles; The White Album.

Em 20 anos de “oficio” só por 3 vezes me deparei com um “special one”. Aquele palpitar do coração, o tremor das mãos; só quem sabe do que estou a falar. A primeira vez que tal sucedeu foi há cerca de 13 anos na Feira da Ladra em Lisboa e teve como desfecho um negócio do arco-da-velha na Feira Internacional de Vinyl de Londres. Acabou em Osaka, na colecção de um japonês fanático da banda de Liverpool, que se deslocou propositadamente a Londres para o adquirir. A segunda vez, foi há quinze dias na Feira de Velharias que tem lugar na placa central da Avenida Luísa Todi em Setúbal, e por motivos que me escuso de revelar, escapou-se-me por entre as mãos. A terceira vez – e aqui é que está o curioso da coisa – foi outra vez na Feira de Setúbal, ontem; mas desta agarrei-o e vai ficar por cá, venha o japonês que vier.

Esta poderia ser apenas uma história com um final feliz – e é! – apesar do insólito que é, encontrar duas semanas seguidas no mesmo local, o que se procura há 20 anos. Hoje ao final da tarde estava a ver na SIC uma das minhas séries preferidas - CSI Las Vegas. Era sobre o assassinato de um coleccionador de vinyl. Adivinhem qual o disco que faltava na colecção?  

Portáteis e Demagogia

por josé simões, em 01.06.07

 Faz tempos que ando para comprar um portátil! Mas como o dinheiro não estica e pelo meio vão sempre surgindo outras prioridades, a coisa vai ficando sempre adiada…

Ontem José Sócrates resolveu o meu problema (obrigadinho oh Sócrates!), ao anunciar que o Governo vai oferecer portáteis “à vara larga” a quem se inscrever no 10º ano, ou, a quem frequentar o programa Novas Oportunidades.

Agora é só ir passando pela Feira da Ladra e esperar que eles apareçam a um preço de mercado justo. E não me vai pesar absolutamente nada na consciência! Aqueles computadores oferecidos tiveram de ser pagos por alguém; os suspeitos do costume – leia-se contribuintes. Resume-se tudo a uma questão de reaver o que é meu por direito, só que por interposta pessoa; por portas e travessas.

 

(Uma dica: se o quiserem comprar barato, apareçam na Feira entre as 4 e as 8 da manhã.

Se aparecerem depois das oito, também o compram barato, mas ligeiramente mais caro, porque já foi comprado por alguém que o está a revender.)

 

Agora a sério.

Aqui está um exemplo acabado de uma medida populista avulso deste Governo. Oferecendo computadores a eito implica fomentar o desenvolvimento e o domínio na área das novas tecnologias? Possivelmente, em 500 mil que vão ser distribuídos, haverá uma imensa minoria que irá agradecer e fazer uso deles.

Não será antes isto, um incentivo ao acomodamento e ao conformismo? É que o Estado dá… tudo é simples e sem esforço. O Estado providência em todo o seu esplendor.

 

A Posição do Engenheiro

por josé simões, em 27.05.07

Ontem fui à Feira da Ladra. Fui matar saudades; há quase dois anos que não passava por lá. Comprei uns vinis em condições aceitáveis, o Três Soldados do mestre John dos Passos por 2 euros, edição da Arcádia, sem data, mas com o preço original marcado na capa - 90 escudos. Comprei uns postais marados do Mao Tsé Tung, e, comprei uma brochura por 50 cêntimos. Possivelmente não vale a "ponta de um corno"; não é matéria que me interesse minimamente; não vou usar o meu tempo livre a lê-la, mas não resisti à actualidade do título:

Vinha no carro e dei por mim a rir-me sózinho que nem um parvo. Em casa, numa vista de olhos mais pormenorizada e atenta, fiquei a saber que é uma resenha de um conjunto de palestras proferidas em 1950, nas sessões do Círculo de Estudos da A. E. C. - Associação dos Engenheiros Católicos - (contará com a inscrição de Guterres?), subordinadas ao tema "A Missão Social dos Engenheiros". Livra!!!