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Confesso que esperei até hoje para escrever sobre o tema. Esperei para ler a crónica de Miguel Sousa Tavares n’A Bola. E também confesso que até nem me surpreendi com o resultado da espera. Miguel Sousa Tavares aborda o tema, mas ignora o assunto. Refiro-me à entrevista dada ontem por Pinto da Costa ao Público. O presidente do FC Porto que, desde que os apitos ganharam cor perdeu o mítico sentido de humor, diz a páginas tantas na entrevista: “Há uma perseguição ao FC Porto e ao Norte em geral.” Pinto da Costa que ao longo dos anos nos foi habituando, que quando abre a boca não dá ponto sem nó, faz uma acusação gravíssima para passar em claro. E Miguel Sousa Tavares não deu por nada. Ou leu e fingiu que não leu o que tinha lido… Tão lesto e perspicaz de raciocínio em assuntos que vão desde os aeroportos ao sistema de ensino em Portugal, pela melhor altura do ano para plantar batatas, passando pelos atentados ao património ambiental, e qual o melhor anzol para a pesca ao achigã; com honras de página inteira no Expresso, qual candidato à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa; nem um paragrafo! Nem uma linhazinha…
Vivemos num Estado de Direito, e sugerir que a justiça persegue alguém só por ser o presidente que ousou transformar um clube de “aldeia”, numa potência do futebol nacional e internacional, é grave. Sugerir que a justiça persegue alguém só por ser natural de determinada região do país, não é grave, é gravíssimo. Sermos um país civilizado, é o que vai valendo. Noutras zonas do globo, com acções terroristas deste teor – é assim que devem ser classificadas as declarações de Pinto da Costa –, as coisas descambavam para outro nível de violência. O leitor que faça um exercício de memória sobre o que foi inventar guerras entre regiões; nem é preciso sair da Europa. Estas declarações sim, à atenção de Maria José Morgado. Espero não terem passado “despercebidas” como passaram a Sousa Tavares.
Líder dos Super Dragões acusado de crimes associados à violência no desporto
Fernando Madureira, 32 anos, foi acusado de resistência, coacção e invasão de recinto desportivo e Fábio Fonseca, 23 anos e residente em Braga, de "um crime contra a integridade física qualificada".
Os acontecimentos tiveram lugar durante o sexto jogo da final dos "play-offs" da Liga de basquetebol, entre o FC Porto e a Ovarense, e foram gerados pelo rebentamento de um petardo no seio da claque Super Dragões.
Público, edição on-line.
Esse filme já esteve em exibição no estádio da Luz. Porque cargas de água o desfecho do “filme” foi agora alterado? Então isto não devia terminar assim: A culpa é da Ovarense que deixou entrar os petardos. A culpa é da Ovarense que colocou a claque do FC Porto na bancada errada. A culpa é da polícia que não soube organizar a segurança do evento.?!?
(A culpa é das áreas de serviço da auto-estrada que têm o desplante de estar abertas em dias de jogos)
O Porto sagrou-se campeão nacional de futebol. O Sporting ficou na segunda posição, com o Benfica logo atrás; portanto em terceiro lugar. Ligação em directo da RTP1 às ruas, para os festejos. Numa qualquer casa do FC Porto, toda a gente a saltar e a gritar: "SLB, filhos da puta SLB". Alguém que me explique isto (?!?).
Vi pela televisão o Benfica, no Estádio da Luz, ser eliminado da taça UEFA pelos espanhóis, do Espanhol de Barcelona.
Também tive ocasião de reparar que, os adeptos do Espanhol estavam instalados exactamente na mesma bancada, no mesmo local, onde ficaram os adeptos do FC Porto, no último "clássico" de há duas semanas atrás.
Só que a coisa não me pareceu muito "animada". Eram só palmas e castanholas... faltaram os petardos e as cadeiradas...
Pinto Costa e o seu famoso humor mordaz têm andado arredados dos media. Nada a estranhar, dadas as circunstâncias. A última vez que deu um ar da sua graça foi na inauguração da casa do FCP em Mirandela, para aconselhar, à laia de alerta, silêncio porque estavam ali os jornalistas. O homem que se serviu dos órgãos de comunicação para difundir o seu terrorismo verbal, agora acusa-os de todos os males seus do mundo. Sinais dos tempos…
De Mirandela é Jesualdo Ferreira. Acabo de o ver no telejornal da RTP1 dizer que, o segundo golo da sua equipe no clássico com o Benfica foi obtido em fora de jogo.
Viu as imagens e chegou a essa conclusão. Diga-se que hoje é quarta-feira e o jogo foi no Domingo. Jesualdo levou nada mais nada menos que 3 dias para chegar a uma conclusão. No campo, o árbitro teve de decidir numa fracção de segundo.
“Em caso de dúvida beneficiou-se o Benfica”
Disse Jesualdo.
Incrível um técnico competente e com provas dadas como Jesualdo Ferreira, treinador do FC Porto, líder do campeonato, desconhecer a directiva da UEFA que diz, sem margem para interpretações dúbias, que em caso de dúvida, a equipe de arbitragem deve beneficiar quem ataca.
Escreve hoje, Miguel Sousa Tavares, na sua habitual crónica das terças-feiras em A Bola:
“Anotem: foi o segundo jogo do título disputado no Dragão este ano. Não houve quaisquer declarações provocatórias ou incendiárias dos dirigentes, técnicos ou jogadores do FC Porto, antes ou depois do jogo; não houve quaisquer incidentes causados pelos adeptos portistas com os jogadores ou adeptos adversários, e os dirigentes destes assistiram ao jogo no camarote da Direcção, em paz e tranquilidade; nenhum jogador adversário saiu do campo com uma perna partida ou lesionado devido a uma entrada de um portista; e, no final, com razões ou não para tal, não houve queixas de arbitragem nem falta de fair play, tanto na vitória como na derrota. Anotem e façam igual.”
Caro Miguel,
Anotei. Fazer melhor infelizmente não está nas minhas mãos, uma vez que a única ligação que tenho ao “mundo do futebol” é na qualidade de sócio – com as quotas em dia – do Vitória FC de Setúbal que, como é sabido, é um clube de gente de paz e, até ingénua. Tão ingénua que quando perde – recorrendo ao léxico de Sousa Cintra – a sua “massa associativa” descarrega a ira nos jogadores do seu próprio clube e na sua direcção.
Não foi o único a reparar não terem havido “quaisquer declarações provocatórias ou incendiárias dos dirigentes, técnicos ou jogadores do FC Porto”, também eu havia dado por isso. A questão que se coloca é se o facto do Apito Dourado ter sido desenterrado por Maria José Morgado, do buraco para onde havia sido remetido há já muito, e sem a esperança, por mais ténue que fosse, de regressar à agenda do dia, terá contribuído para isso, uma vez que as habituais bocas e graçolas do sr. Jorge Nuno e que toda a comunicação social corria a publicar e transcrever, aos meses que andam desaparecidas da praça pública. Muito antes do clássico Porto-Sporting.
Jesualdo Ferreira é pessoa educada e nunca foi ouvido a provocar ou incendiar o que quer que fosse antes de qualquer jogo; é certo que teve aquele deslize sobre arbitragens que mereciam investigação policial, mas como logo na jornada seguinte o FC Porto foi descaradamente beneficiado, deve ter-se arrependido da boa oportunidade que perdeu em ficar calado.
E esta é só uma maneira de analisar as coisas. Poderíamos, se fossemos muito maus, pensar que os técnicos e jogadores do FC Porto interiorizaram que este jogo, e face ao que o Sporting vinha a fazer, era de tal modo “favas contadas” que nem valia a pena estar a incendiar ambientes, naquela estratégia tão ao gosto das Antas – sim das Antas – em unir as tropas face a um inimigo – não adversário! – exterior.
Também registei com agrado que não houveram incidentes entre os adeptos portistas e os do outro clube, que para o caso era o Sporting.
Aquilo a que o Miguel chama “adeptos portistas”, chamo eu, e outros como eu, claque dos Super Dragões, o que convenhamos é substancialmente diferente. Os adeptos do FC Porto sentem o clube, mas não andam à batatada por causa de foras-de-jogo, penalties, ou golos anulados.
Também aqui, e se fossemos muito maus, podíamos perguntar se o facto de Carolina Salgado ter dado com a língua nos dentes e, incriminado o líder da claque, o famigerado Macaco, não foi factor decisivo para este súbito acesso de civilidade da parte dos seus cães-de-fila. Quem sabe?
Também pude constatar que já lá vai o tempo em que os presidentes dos clubes de Lisboa tinham de ir para a bancada ver o jogo; porque quando resolviam ficar no camarote a que tinham direito, o presidente anfitrião, escudava-se na sua constante permanência no banco da equipe para disfarçar a má-educação em não receber os homólogos. Com isso matava dois coelhos com uma cajadada; é que a presença do “Papa” no banco era sempre factor adicional de pressão sobre a equipe de arbitragem.
Quanto a “nenhum jogador adversário saiu do campo com uma perna partida ou lesionado devido a uma entrada de um portista”, quer dizer duas coisas:
A primeira é que o Miguel não tem – e saúdo-o por isso – a memória curta; pois isso, como bem sabe, já aconteceu, e além de pernas também abrangeu cabeças e narizes.
A segunda é que o Paulinho Santos e o João (Sarrafeiro) Pinto já não são jogadores (?!) de futebol. Graças a Deus.
Caro Miguel,
Anotei como pediu. Fico a aguardar pela próxima crónica na próxima terça-feira, e por todas as outras, de todas as terças. É sempre um prazer lê-lo.
Mas como a distância pontual do seu clube, ficou reduzida a um ponto para o segundo classificado que é o Benfica, a ver vamos se esta nova atitude no Dragão que para si é motivo de regozijo, mas que é absolutamente natural e normal na maior parte dos clubes, não cai rapidamente
Feio, muito feio, o minuto de ruído ontem à noite no estádio do Dragão, em homenagem a Manuel Galrinho Bento que, em algumas situações, chegou a ser o último reduto da baliza da selecção, imediatamente atrás de uma linha de defesa integralmente constituída por jogadores do FC Porto.
Quando Jesualdo diz que há arbitragens a merecer investigação policial, deve com toda a certeza, estar a referir-se ao último jogo para a Taça, entre o FC Porto e o Atlético de Alcantara; com uma penalidade que só o arbitro viu e, assinalada no último minuto dos "descontos".
Só que, "escreve Deus direito, por linhas tortas".
(Mais um empate só que seja e, está de regresso o black-out; vai uma aposta?)
Primeiro foi renegado por Scolari e caiu o Carmo e a Trindade, ou antes, as Antas e os Aliados. Passados meses, Co Adriense assina por baixo da proscrição de Scolari e lá prós lados do Dragão eram engolidos sapos "à Alvaro Cunhal"... e pelo meio a culpa não morria solteira, antes pelo contrário, tinha casado com o Ricardo.
Jesualdo Ferreira, põe o selo branco no documento de Scolari, mesmo por cima da assinatura de Adriense, mas o tema já está de tal maneira "zippado", que até parece que nunca existiu.
Agora Helton é convocado à selecção do Brasil...
Camarada Baía: o mais difícil não é chegar "lá". Difícil, difícil é perceber quando está na altura de ir embora.
P. S. - Fala aí com o Domingos, aceita os conselhos.