Ai não que não é
por josé simões, em 04.01.08
“Aproximou-se a meia-noite e o País dividiu-se segundo as suas classes sociais: ou mandam SMS ou desatam aos tiros. Nos bairros pobres está instituído um modo de celebrar. É à pistola. Mal soam as doze badaladas, o pessoal pega nas armas, chega-se à janela e atira para o ar.
Com a tradicional falta de pontaria portuguesa, houve duas vítimas de balas perdidas. “Isto não é o Faroeste”, veio sentenciar um autarca de Gaia, onde o sangue correu.
Os ricos, os rancheiros, os políticos e o xerife da lei antitabaco passaram a noite no Casino. O xerife de cigarro na boca, para mostrar que a lei é para os outros. Olhem bem para o mapa da Europa. Isto não é o Faroeste? Ai não que não é.”
Os ricos, os rancheiros, os políticos e o xerife da lei antitabaco passaram a noite no Casino. O xerife de cigarro na boca, para mostrar que a lei é para os outros. Olhem bem para o mapa da Europa. Isto não é o Faroeste? Ai não que não é.”
Leonor Pinhão, hoje no Correio da Manhã
(Foto roubada no Boston Globe)