"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Que os bancos sejam resgatados com o dinheiro dos contribuintes, tratamento de excepção em relação a outro qualquer negócio do mercado, ainda aceitam, é aceitável. Inaceitável, linhas vermelhas é um Governo de esquerda que regule, escrutine, fiscalize e exija transparência à banca de modo a evitar que o dinheiro dos contribuintes, que não chega para nada, nem para pensões, nem para a saúde, nem para a educação, chegue afinal para pagar resgates a bancos.
Ontem havia sido Morais Sarmento na SIC Notícias e Faria de Oliveira à Lusa, hoje Mira Amaral e Luís Montenegro, e até ao final do dia muitos mais se seguirão. A Direita portuguesa acordou da sesta. Como no filme de Marco Brambilla com Silvestre Stallone, Wesley Snipes e Sandra Bullock, estavam conservados em criogénio, programados para abrir os olhos hoje.
Dois dias depois do Wall Street Journal revelar os bónus record da história da rua que dá o nome ao jornal, as avenidas da Liberdade e João XXI foram até Santana à Lapa, que é como quem diz, as montanhas foram até ao aprendiz de Maomé. E não foram parir um rato, de certeza.
Nada como a transparência e como saber quem é quem e quem manda em quem.