"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O partido das polícias e da lei e da ordem anda há 24 horas a desmentir e a desacreditar as polícias e a inventar insegurança para criar desordem. São os descartáveis na caminhada até ao poder, por mais hinos nacionais que entoem com a mão direita no coração.
Nas presidenciais de 1976, perante uma recepção a tiros na chegada a Évora, Ramalho Eanes subiu para o tejadilho de um Renault e, de mãos na cintura, peito às balas, fez uma entrada triunfante na cidade.
Este gajo, doutor gajo, é ridículo na sua vitimização cobarde por tudo e por mais alguma coisa, são os ciganos, são os imigrantes, são os jornalistas, é vitimai de ameaças e até o interrompem nos debates em que participa.
A televisão do militante n.º 1, SIC Notícias, convidou para comentar A Lição de Salazar, onde a mulher não fala que falar é atributo do chefe de família, também vulgarmente conhecido como O Caso da Família de Famalicão, o presidente de um partido que não existe - Nuno Melo.
Um exercício simples de fazer: imaginar os títulos na imprensa com agenda e os comentários dos fazedores de opinião, prontamente replicados aos milhares nas redes pelos apóstolos da direita radical e liberal, se as duas crianças fossem de uma família negra a invocar objecção de consciência à disciplina História por a mesma glorificar o passado colonial português; se as duas crianças fossem de uma família cigana a invocar objecção de consciência à disciplina Cidadania e Desenvolvimento por na mesma se ensinar a igualdade de género.
Os minions do Ventas do Chaga, mais alguns desiludidos do CDS à espera do descalabro eleitoral do Chicão para se assumirem de vez, que enxameiam o Facebook com teorias da conspiração, a maçonaria e o esquerdismo que querem dominar o mundo, o "marxismo cultural", upgrade do "bolchevismo mundial" e do "judaísmo internacional" na Alemanha dos anos 30 do séc. XX, e que agora começam a mudar-se de armas e bagagens para a coisa mais parecida que há com o hospício de Twelve Monkeys, o Parler, também conhecido por Fachobook, a pretexto da censura e da liberdade de expressão, saudosos do 24 de Abril, da lei e da ordem, cada macaco no seu galho, manda quem pode e obedece quem deve, o respeitinho é muito bonito, hordas de imbecis com "no tempo do Salazar é que era bom" mas que quando lhes tentam cortar o discurso do ódio, do racismo e xenofobia, desatam aos berros que "não senhor, não pode ser", que "querem que voltemos aos tempos do Salazar", que o Facebook é o Foiceburka, constantemente a linkarem artigos de opinião escritos no hospital de Voando Sobre um Ninho de Cucos ou na roda dos alucinados na prisão do Expresso da Meia Noite, onde Brad Davis foi andar em contra-mão e por isso expulso e apodado de comunista, publicados no Observador, o online da direita dita culta e inteligente, que não ousa pensar em privado o que a eles lhes é permitido dizerem em público e em voz alta, a tropa de choque que propicia na rua o ambiente para o Estado securitário e para o terrorismo de Estado quando a direita dita democrática chega ao poder, argumentam, uns e outros, com a liberdade de escolha e a objecção de consciência para as faltas dadas, e consequente chumbo de ano, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento - o quadro de honra vem à colação só para desviar atenções. Voltando ao início, os minions do Ventas do Chaga mais os Chicões desiludidos e órfãos, saudosos do Salazar e da Joaninha no Livro da 3.ª Classe contra a doutrinação pelo Estado e pelo "bolchevismo mundial" e o "judaísmo internacional" marxismo-cultural. E isto não é para rir, é que estes alucinados começam a sair da abstenção e a votar.