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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

La Convention Nationale

por josé simões, em 19.02.19

 

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Quando a excepção define a regra:

 

Escolas francesas vão acabar com a utilização das palavras "pai" e "mãe". Objectivo é impedir que os casais do mesmo sexo se sintam ofendidos. Legislação já foi aprovada.

 

A seguir mudam o nome dos meses para Brumário, Germinal, Termidor, etc. Oh, attendez...

 

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Da série "Coisas Verdadeiramente Surpreendentes"

por josé simões, em 16.11.17

 

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Manuel, Dom e Clemente, diz que um paneleiro não pode ser padre. Não é isto que Manuel, Dom e Clemente, diz mas é isto que pensa quando diz que "é completamente desaconselhável aceitar homossexuais no sacerdócio" porque o problema para o sacerdócio não é o impulso sexual, inato às espécies, mas a orientação sexual da espécie e, como vivemos num país livre numa democracia liberal, todo e qualquer matarruano pode dizer o que muito bem lhe aprouver e pode ser padre também e ter tempo de antena e tudo.

 

Manuel, Dom e Clemente, diz que um padre pai pode continuar a ser pai e padre desde que não coise e tal mais nenhuma vez com a fêmea mãe da criança, que o que está feito está feito e o pai pode continuar a ser padre e o padre pode continuar a ser pai e que a mãe serve para abrir as pernas e satisfazer e depois parir e depois criar e educar, em família monoparental, censurável e condenável aos olhos da igreja de Manuel, Dom e Clemente, excepto se o pai for padre ou se o padre for o pai.

 

Amém.

 

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||| Com os votos contra dos partidos "da família"

por josé simões, em 08.01.16

 

House of Self-Indulgence Fright Night Tom Holland,

 

 

Passar a vida, anos, 42 mais precisamente, com a boca cheia de família e o dedo em riste apontado aos outros, aos que não respeitam o "núcleo central da sociedade", além de Deus e da autoridade.


Esquerda aprova fim de execuções fiscais de casas de família com os votos contra do PSD e do CDS.


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||| Strawberry fields forever

por josé simões, em 11.03.15

 

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«O mesmo se diga da cultura popular. É verdade que esta geração de filhos únicos, netos únicos e sobrinhos únicos de parentes divorciados ou amancebados é herdeira de 007 e Indiana Jones, Star Trek e Star Wars, Super-Homem e Batman, falhos de matrimónio e fertilidade. É verdade que a emancipação da mulher a masculiniza, desprezando as características femininas, no esforço obsessivo de as provar capazes em jogos de homens. É verdade que, em nome da liberdade sexual radical, se abandonam dignidade e equilíbrio, sacrificando essa liberdade no altar do deboche. Mas todos estes traços ideológicos, dominantes em filmes e novelas, discursos e conversas, leis e vida, são consequência e manifestação, não causa da situação. A propaganda é sempre retórica do produtor, não sua origem.»


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||| O Portocarrero de Almada, o César das Neves, a Isilda Pegado, o Acácio Valente e a beataria toda atrás

por josé simões, em 31.10.14

 

Gillian Wearing - Birmingham.jpg

 

 

«Two single mums (one pregnant), their children – and not a dad in sight»

 

 

 

 

||| Ele tem um plano e nós bem que o compreendemos

por josé simões, em 23.02.14

 

 

 

 

Nos idos em que as mulheres não iam à escola e os homens, os que iam, iam só até à 3.º classe, televisão nem vê-la, rádio só a pilhas e para ouvir o relato, sem idas ao teatro ou ao cinema, trabalhar de sol a sol, 7 dias por semana, 365 dias por ano, sem salário mínimo, nem contratação colectiva, nem sindicatos, nem Serviço Nacional de Saúde nem Segurança Social, os casais tinham 6, 8, 10 filhos, quer dizer, as mulheres pariam 6, 8, 10 filhos, e ficavam em casa a tratar da roupa e do jantar, quando havia, e os putos, com o ranho pelo nariz, descalços e com roupa remendada, enquanto não herdavam a roupa remendada dos mais velhos, que iam à escola até à 3.ª classe, os que iam, e voltavam rapidamente, e em força, para trabalhar ao lado do pai para compor o orçamento familiar, até casarem com mulheres que pariam 6, 8, 10, filhos e ficavam em casa, sem saber ler nem escrever, a tratar da roupa e do jantar, quando havia. Ou fugir para a emigração para fugir a um futuro sem futuro. Qualquer semelhança é pura coincidência, como nos filmes amaricanos.

 

 

Daí o aumento do desemprego, quem não tem dinheiro não tem vícios, e não precisa de cultura nem de lazer para nada enquanto desempenha o papel que lhe atribuíram de força de pressão sobre os que ainda vão mantendo o trabalhinho. Trabalhar com fé é dever sagrado, como na canção.

 

Daí a baixa de salários no sector público, e no sector privado por via das alterações ao Código de Trabalho em favor da rigidez patronal, e quem ganha pouco tem de se governar com pouco e quem não tem dinheiro não tem vícios.

 

Daí o aumento do IMI a onerar ainda mais o orçamento familiar, reduzido pelos sucessivos cortes e taxas e impostos, e a desincentivar a compra de casa própria porque o sentimento de propriedade é pernicioso à sociedade que se quer subserviente e respeitadora das hierarquias, numa sociedade liberal governada por uma direita defensora da… propriedade privada.

 

Daí a exclusão do subsídio de férias e de Natal para o cálculo dos apoios à maternidade e a atribuição do abono de família de modo a que é preferível não receber abono algum porque é sinal de que se não desceu mais um andar no “elevador social”.

 

Daí as propostas da jota que é democrata e cristã para que se baixe a escolaridade obrigatória.

 

 

Ele tem um plano e nós bem que o compreendemos e nem precisamos de esperar por nenhum Joaquim da Universidade Católica, basta perguntar aos nossos pais ou aos nossos avós das recordações que guardam do plano para o aumento da natalidade.

 

 

 

 

 

|| O pregador

por josé simões, em 20.05.13

 

 

 

Nos filmes do faroeste made in Hollywood também há a figura do pregador que anda de cidade em cidade, vestido de preto e com O Livro na mão, contra o vício e a depravação que minam a sociedade, com o temor do desmoronamento da família na ponta da língua, ignorando o sofrimento dos mineiros, a exploração dos trabalhadores do caminho-de-ferro, ou a especulação de que são vitimas os criadores de gado. Acaba sempre com um tiro no meio da testa ou no saloon a beber shots de bourbon nos braços de uma prostituta chubby.

 

[Na imagem John Wayne na pele de Ringo e Claire Trevor como Dallas em "Stagecoach" de  John Ford, 1939. Não tinha pregador mas tinha "muita família"]

 

 

 

 

 

 

|| Zerbrochene Familie que é como diz Broken Family que é como quem diz... ora vocês sabem

por josé simões, em 04.06.11

 

 

 

(Via)

 

 

 

 

 

|| O Estado “socialista”

por josé simões, em 11.02.11

 

 

 

 

 

A Direita, sempre tão ciosa dos valores e da família, da família “verdadeira”, virou a cara para o lado e desatou a apontar os dedos todos da mão ao Estado. Ao Estado socialista, dizem. Ora deixa-me cá fazer contas e ver quem é que eram os socialistas que estavam na administração do Estado quando a penhora foi decidida…

 

 

 

 

 

 

 

|| Tempos que correm (O Estado Família)

por josé simões, em 10.02.11

 

 

 

 

 

O Estado que deu pela dívida por liquidar foi o mesmo Estado que não deu pelas pensões por levantar. Durante 9 anos. Nada de novo, é a função do Estado-contabilista que parimos dar pelo Deve e ignorar o Haver. O Estado é uma família moderna, desgraçado de quem tem uma. E a senhora tinha.

 

Ainda sou do tempo em que parava uma rua inteira para acudir a alguém que caía na calçada. Mas nesse tempo fugia-se mais aos impostos, dizem.

 

(Imagem Andy Warhol “Still-Life Polaroids”)

 

Adenda: «Um homem tem irmãos, um homem tem filhos, um homem constrói casas. Um homem “nos tempos de hoje” quando acorda está morto há dois anos em França.»

 

 

 

 

 

 

|| Sem comentários

por josé simões, em 07.11.10

 

 

 

«(…) para que a mulher encontre no lar e no trabalho a sua plena realização (…)»

 

(Na imagem December 1943, Lynn Massman by Esther Bubley for the OWI)

 

 

 

 

 

|| Da Família

por josé simões, em 27.12.09

 

 

 

Às vezes dou comigo a pensar a “desgraça” que terá sido a História e a evolução da Humanidade até ter surgido a “família cristã”.

 

Até "a MC" (antes da Morte de Cristo), período em que não havia cristianismo nem "família cristã" a humanidade vivia nas trevas. Meeeeedooo.

 

(Na imagem Juliano "o Apóstata" numa moeda de bronze cunhada)

 

 

 

|| Some Things Never Change

por josé simões, em 04.12.09

 

 

 

E Direita é Direita em qualquer parte da Europa e as aparências contam muito e quem não tem gravata não entra.

 

(Imagem de autor desconhecido)

 

 

 

|| Ataques cirúrgicos

por josé simões, em 24.11.09

 

 

 

Em quase gritaria, à porta da escola uma MILF com “produção” Zara, a fingir que falava para o rebento-fêmea mas com a intenção de atingir a rua toda: “Se for uma menina dás dois pontapés nas canelas se for um rapaz dás um pontapé na pilinha”.

 

Menina que não é rapariga e rapaz que nunca há-de ser menino e de pequenino é que torcemos o destino. Dos nossos e dos “dos outros”.

 

(Na imagem Girl Holding Icecream Bomb by Bansky)

 

 

 

 

|| Vasectomia e luta de classes

por josé simões, em 16.11.09

 

 

 

«A vasectomia, explicou, foi porque as crianças podem enfraquecer emocionalmente um lutador, distraindo-o da causa da luta de classes e da destruição do capitalismo.»