"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
[...] as redes sociais que, embora facilitem a comunicação e o acesso à informação, também amplificam a desinformação e a polarização. A rapidez com que as informações – verdadeiras ou falsas – se disseminam torna difícil filtrar a verdade. A ausência de mecanismos eficazes para verificar a veracidade das informações contribui para a propagação de narrativas enganosas, que alimentam preconceitos e divisões. Assim, as redes sociais não só amplificam os conflitos, como também criam novos desafios para a coesão social e a integridade do debate democrático.
Quando os políticos e os cidadãos não conseguem dialogar de forma respeitosa e construtiva – ou seja, concordar em discordar de maneira saudável – a democracia enfraquece. A polarização extrema que temos assistido nos últimos anos leva à demonização do adversário político, transformando-o num inimigo que deve ser eliminado a todo custo, em vez de um oponente a ser debatido. O discurso de ódio e a retórica divisa apenas servem para alimentar a violência. Este ambiente tóxico impede qualquer tipo de colaboração e compromisso, factores essenciais para o funcionamento saudável de qualquer democracia.
A gente lê e não acredita. Álvaro Costa, deputado municipal em Matosinhos pelo partido das fake news nas redes sociais, das narrativas enganosas, do preconceito e da divisão, do discurso do ódio, ao estrangeiro e ao diferente, da demonização do adversário, da divisão da sociedade, do medrar em ambiente tóxico, no pasquim nacional.
A um mês das eleições começa a propagação de fake news à boa maneira de Trump e Bolsonaro, lançar a dúvida sobre o sistema eleitoral enquanto se enche a boca de democracia e se canta A Portuguesa com a mão direita sobre o coração. Surpreendendo absolutamente ninguém começou com um candidato a deputado pelo Chega.
Andou a Renascença durante anos com o menino Ventura ao colo, a dar-lhe palco e projecção, a apresentá-lo lavadinho e apresentadinho, um rapazinho tão crente e temente a Deus, para agora descobrir que ele morde a mão a quem lhe deu de comer. Não foi por falta de aviso.
Ideólogo de Pedro Passos Coelho no Governo da troika do viver acima das possibilidades, da austeridade regeneradora e purificadora, da teoria económica que só funciona em ditadura ou com governos autoritários:
Antes eram perfis falsos com contas criadas para o efeito numa rede qualquer, agora são fake news com a chancela da carteira de jornalista em televisões ditas de referência.
Muito bem a televisão do militante n.º 1 com a sua conta no Twitter a fabricar fake news [em print screen para memória futura] num título que nada tem nada a ver, antes pelo contrário, com o que o primeiro-ministro diz. CLAP! CLAP! CLAP!
A televisão do militante n.º 1 teve acesso a documentos onde o director da Polícia Judiciária Militar, agora detido por envolvimento na matrafisga de Tancos, pede ao ministro da Defesa que os geninhos [na gíria nome pelo qual são conhecidos os GNR's] algarvios sejam distinguidos pelos elevados serviços prestados à Pátria no deslindamento do gamanço. O pedido chega ao chefe de gabinete de Azeredo Lopes, ministro da Defesa, que concorda e remete para o seu colega ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que "assina" por baixo. Entretanto a Judite civil dá conta da tramóia e as assinaturas laudatórias ficam sem efeito. E, perguntamos todos, onde é que está a notícia? Está em que o ministro não só sabia de tudo como foi conivente e ainda teve o topete de louvar os meliantes, quiçá, a televisão do militante n.o 1 não conseguiu descobrir, com a cumplicidade do ministro da Administração Interna.
E isto é só o começo. Daqui até ás eleições de 2019 vai haver mais e mais sofisticado. Muito mais.