In Memoriam
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A minha cena com a Amália Rodrigues passa-se em Málaga em 1980, na ressaca do punk. Remain in Ligth - Talking Heads, Boy - U2, Sandinista - The Clash, B-52s, The Feelies, Devo, Dexys Midnigth Runners, blah-blah-blah, botas da tropa, blusão de cabedal e cabelo à Sid Vicious. Depois de uma noite dura, com uma passagem pelo mítico Pipers em Torremolinos, às sete da manhã numa rua do El Palo, chovia que Deus a dava e de uma janela saía em alto som para a rua toda o Barco Negro. "São loucas! São loucas!". E eu, todo encharcado até aos ossos, no meio da rua, parado de boca aberta a olhar para cima. Ainda hoje fico com "pele de galinha".
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Este fim-de-semana foi assim.
Não Venhas Tarde ~ Carlos Ramos
[7" vinyl]
Este fim-de-semana foi assim.
Ser Fascista ~ Artur Gonçalves
[7" vinyl]
No país em que o Presidente não lê jornais. Em português. E tampouco em estrangeiro.
Por promover Portugal no mundo, «Carlos do Carmo é a personalidade do ano para a imprensa estrangeira em Portugal».
[O vinil que ilustra o post é meu e o título foi escolhido ao acaso, não é nenhuma indirecta a Sua Excelência o Presidente da República]
Passadas que são 24 horas o Presidente da República já felicitou publicamente, e com notas para as redacções, Carlos do Carmo pelo Grammy arrecadado, ou foi antes em modo "condolências aos bombeiros" porque isso são assuntos do recato presidencial?
[Na imagem o casal Silva de visita à China com a fadista do regime, Kátia Guerreiro, a reboque. Mais uma e outra e outra vez]
Um Homem na Cidade – Carlos do Carmo
[LP, vinyl]
Fadinho Tachista – Artur dos Santos
[7" vinyl]
Este fim-de-semana foi assim.
Povo Cativo - Fernando Maurício
[7” vinyl]
Uma pequena parte da minha colecção de discos em vinyl, secção Fado, a servir de cenário à colecção 01/ 2012 da Dielmar, subordinada ao tema “Quando Lisboa Anoitece”, no showroom na Avenida da República em Lisboa.
Este fim-de-semana foi assim.
Fado Portugues – Amália Rodrigues
[7” vinyl]
Numa madrugada de chuva miudinha, botas da tropa e blusão preto de cabedal, cabelo à último dos moicanos, às 7 de uma manhã numa rua esconsa de Málaga, de um primeiro andar de janelas escancaradas, saía alto e bom som a voz de Amália Rodrigues e as guitarras, meu Deus as guitarras, de Uma Casa Portuguesa, a tomarem conta da cidade e a deixar-me com todos os cabelos do corpo eriçados.
Estávamos no início dos anos oitenta e estava a ressaca da new wave a começar, depois de, com o punk, já termos destruído tudo e renegado tudo o que estava para trás. Foi o reset e, num click, a questão de gostar ou não gostar deixou de ser. Está na massa do sangue, é nosso, não há como fugir-lhe. Yesssss!
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