In Memoriam
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Os protestos e a revolta pela democracia, liberdade de expressão e direitos humanos, versus a apropriação e manipulação pela rua do logótipo do "circo" da Fórmula 1 [coisa interdita até ao seu criador por um período de 20 anos], uma marca com imagem de marca, e, em princípio, imune e num plano superior a estas disputas.
Uma "campanha" de mestre, ao nível das melhores agências de publicidade e marketing, e que aponta certeira ao coração do higienismo moral ocidental, inventado para esconder a cumplicidade com os regimes ditatoriais e com os atropelos aos direitos humanos por um punhado de euros dólares. Pirataria em estado puro. Nem a Naomi Klein tal coisa ocorreria.
[Via]
O problema não é (nunca foi) a falta de liberdade e de democracia e o desrespeito pelos direitos humanos, o problema são os sponsors e os milhões das marcas e das televisões. Não se aprende nada, nada de novo.
Se nos conseguirmos esquecer que antes de ser Chanceler e posteriormente Fuhrer Hitler escreveu o Mein Kampf onde definiu os seus objectivos para a Alemanha e delineou as teses anti-semitas e as bases daquilo que ficaria conhecido com A Solução Final e o Holocausto; se nos conseguirmos esquecer das espoliações e expropriações e do trabalho escravo que desenvolveu e impulsionou a Economia e a máquina de guerra alemã em busca do chamado Espaço Vital; se nos conseguirmos esquecer dos cerca de 70 milhões de mortos da II Guerra Mundial causada pela Alemanha de Hitler; se nos conseguirmos esquecer de que sensivelmente na mesma época e com melhores resultados Franklin Delano Roosevelt aplicava o New Deal nos Estados Unidos.
O problema é esse: se nos conseguirmos esquecer…
Diz que vai à vidinha quando se der conta que já não está à altura da situação. O que, confessa, fez com as raparigas mais jovens quando viu que já não tinha pedalada, ou, como é de Fórmula 1 que tratamos, quando percebeu que era cavalagem a mais para a carroçaria.
«En sus ojos de 78 años se refleja el símbolo del dólar y las audiencias televisivas, con la mente siempre puesta en multiplicar ambos objetivos.», e, permito-me acrescentar, vazio de ideias e oco que nem uma cabaça seca no sol alentejano.
Tudo se resume a forma(s) e fashion. Adereços penduricalhos. Tudo é circo no circo das corridas de automóveis, assim hajam palhaços pobres (de espírito) dispostos a engordar o palhaço rico. Na engenharia da multiplicação dos pães, nem «que sea aquí, en el desierto o en el Polo Norte».
'Sería ideal que en la Fórmula 1 tuviéramos una mujer negra y judía'. E se comunista e lésbica tanto melhor; digo eu.
(Imagem fanada na Time Magazine)