"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A superioridade moral do "novo" PSD, como se intitulou a tralha passista recauchutada à roda de Luís Montenegro, e rapidamente papagueado por toda a comunicação social, camarada e amiga, não lhe permite dizer "o PS governou com a extrema-esquerda mas nós não vamos governar com a extrema-direita porque temos princípios e somos moralmente superiores". É precisamente o contrário, legitimam a extrema-direita invocando uma pretensa "extrema-esquerda". Sabem muito.
A contar de agora são 5 os anos que faltam para aparecer um candidato democrata capaz de impedir a vitória da extrema-direita não próximas eleições presidenciais. Cinco anos.
A "desnazificação da Ucrânia" pelas mãos de quem interferiu nas eleições americanas para dar vantagem a Trump, manipulou na campanha do Brexit para meter a Inglaterra fora da União Europeia - separar para enfraquecer, financia toda a extrema-direita em solo europeu, de Marine Le Pen a Matteo Salvini, passando por Frauke Petry da alemã AfD ou pelo inglês BNP e o austríaco FPO.
Equivaler um protesto ordeiro de uma associação identificada e legalizada com uma acção de ódio, difamação e insulto gratuito contra a segunda figura do Estado e mulher, por um bando misto de alucinados fugidos de um hospício, negacionistas, e elementos com ligações à extrema-direita e a grupelhos neo-nazis. É a raça deles, nunca falham na legitimação do ódio e da extrema-direita.
[Link na imagem print screen de tweet da conta de Carlos Guimarães Pinto, ex-presidente do Ilusão Liberal]
Circulam pelas redes os memes do Ilusão Liberal com os ministros de Guterres que transitaram para o Governo de Sócrates para depois transitarem para o Governo de António Costa, uma corja, prontamente papagueados pelos comentadeiros-cartilheiros de serviço nas televisões, antes do fenómeno "redes sociais" denominados opinion makers, e depois citados sem citação pelos pivôs em todas as televisões: a escumalha socialista que meteu o país no buraco, bandidos. Todos. Todos menos um, o bonzo Luís Amado, para todos os efeitos e para o efeito reunião da extrema-direita - Movimento Europa e Liberdade, como "militante socialista". Caído do céu. Sem cadastro. Ainda não há muito tempo a isto chamava-se "idiota útil".
"David Justino, vice-presidente do PSD, não iria à convenção promovida pelo Movimento Europa e Liberdade, da próxima semana, em que participa o Chega. “Só não sei porque não convidam o PNR, já agora! Também era bem-vindo, pelos vistos”, diz, na entrevista PÚBLICO- Rádio Renascença."
"Mas se é verdade que o primeiro-ministro construiu a tal cerca sanitária em torno da direita, temos a direita que não consegue construir uma cerca sanitária em torno da extrema-direita. Logo, e provavelmente, o que António Costa fez foi de alguma sensatez.
"Árabes e Pretos fora!", assim de repente e abaixo de Coimbra, levávamos logo um rombo de 5 milhões de habitantes na população portuguesa; o "Europa aos europeus" é tão somente a falta de educação, a falta de escola, a falta de cultura e o "Portugal aos imbecis".
O movimento que se define como espontâneo, inorgânico, independente de partidos políticos e sindicatos, sem direcção conhecida ou membros filiados identificados, dos que se queixam de nem com gratificados o dinheiro lhes chegar até ao final do mês para pagar as contas e ainda comprar fardas e material de trabalho, aparece uma manif com centenas de t-shirts produzidas e com logo criado e desenhado por profissional, a empunhar faixas todas xpto com dizeres e palavras de ordem impressos "à la partido político", coisa barata ou como se houvesse um poço de petróleo debaixo de uma qualquer esquadra de polícia, enquanto desfila a fazer o símbolo da nova extrema-direita 'amaricana', o polegar em circulo com o indicador, em P de "Power", e a libertar o médio, anelar e mínimo num W de "White", White Power, prontamente adoptado pelos neo-fascistas europeus. Para o que é que serve o Serviço de Informações de Segurança?
Depois de lançada por Cavaco Silva como a next big thing para a liderança do PSD e bem-vinda por Luís Montenegro, porque faz falta, Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças do governo da troika que se escondeu atrás do biombo do Banco de Portugal para fugir às responsabilidades do descalabro que foi a resolução do BES, acusa a esquerda de não assumir a responsabilidade de nada, na apresentação do livro de Gabriel Mithá Ribeiro, um dos escribas do jornal da direita radical tuga, Observador, que abre com uma dedicatória a Donald Trump, Jair Bolsonaro, Nova Direita e Povo de Israel e que na introdução enaltece a "profunda revitalização intelectual" levada a cabo por Steve Bannon, Jordan Peterson, Olavo de Carvalho, Roger Scruton ou Dinesh D' Souza, que rompeu "o cerco que trava a socialização da liberdade de expressão". Para os mais esquecidos este/ isto é o partido que pariu André Ventura, com a bênção de Pedro Passos Coelho, também presente no evento e que recebeu um agradecimento especial da parte do autor.
A extrema-direita joga o jogo democrático para, cumprindo as regras e respeitando as instituições do Estado de direito democrático, alcançar o poder e nele se perpetuar por via da suspensão das instituições, da mudança das regras, da criação de nova legislação para anular todo e qualquer laivo de oposição.
É uma doença – a doença do pensamento único dominante, e é a mesma doença que se manifesta de outras formas, a doença do "arco da governação" e do "sentido de Estado" – muito.
Se "a França está em choque com o resultado das eleições" quer dizer que a França não votou na Frente Nacional e que Marine Le Pen não ganhou a primeira volta das regionais?