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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

¡Viva la libertad, carajo!

por josé simões, em 08.01.25

 

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Um grande antifascista, e dono do 25 de Abril, paga para poder escrever no outrora Twitter folhas A4 a culpar a NATO e a União Europeia pela bela vida sossegada que leva, a Europa pela "Donroe Doctrine", e a Ucrânia pela alucinação imperialista estalinista de Putin, "ia de mini-saia do que é que estava à espera? pôs-se a jeito...", enquanto brandem a Constituição, falam do "direito dos povos à autodeterminação e independência", e invocam a famigerada Acta de Helsínquia, que diz precisamente isso, que os países são livres de escolherem blocos e alianças sem terem que dar cavaco a ninguém, muito menos ao vizinho do lado. E depois destas enxurradas diárias de folhas A4 escritas e pagas, prontamente retuitadas por dezenas de acéfalos, o dono daquilo tudo, Elon Musk, agarra no dinheirinho destes grandes antifascistas e financia o fascismo em todos os cantos do globo. ¡Viva la libertad, carajo!

 

 

 

 

Somos bué revolucionários, democratas, acima de tudo antifascistas

por josé simões, em 01.01.25

 

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Somos [são] bué revolucionários, democratas, acima de tudo antifascista, e alguns somos donos até fizemos [fizeram] o 25 de Abril, mas pagamos [pagam] 21 paus de mês para, em vez dos 280 caracteres no X, usarmos [usarem] 4000 em postas contra o imperialismo, o capitalismo, o fascismo, e outra coisas terminadas em ismo como NATO e União Europeia, para depois o Musk agarrar no dinheirinho e financiar tudo o que é organização e partido fascista no planeta, enquanto manipula o algoritmo para dar visibilidade ao ódio da extrema-direita. É esta a qualidade do alegado antifascismo do teclado militante tuga.

 

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Entalado

por josé simões, em 23.12.24

 

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Em menos de uma semana Luís Montenegro aparece nas televisões a surfar uma rusga policial descabelada num bairro de imigrantes, que nunca dorme, onde é possível encontrar sempre alguma loja aberta, desde a conveniência à quinquilharia diversa passando pela restauração, gente de trabalho, com as contribuições em dia, cujo resultado foi a detenção de um indígena tuga com droga numa algibeira e um canivete na outra, e que ocupou durante uma manhã dezenas de polícias numa rua que não fora a demissão da câmara de Carlos Moedas da recolha do lixo era dos sítios da capital mais aprazíveis para circular.

Luís Montenegro eclipsou-se quando, sem aparato policial, uma unidade de polícia deteve no Parque das Nações sete homens com armas de fogo de calibre 6.35 e 7.35 e várias caixas de munições dentro do carro em que circulavam. É o Parque das Nações, onde um apartamento está por 5.630 €/m2, não vivem 10 num T0, não há monhés, nem dos "qué flô?", só portugueses de bem, ou vistos gold da lavagem de dinheiro, a criminalidade que não faz comichão à direita da lei e da ordem.

Luís Montenegro não aparece no prime-time das televisões para explicar a razão da deslocação de um carro patrulha para acudir a um evento onde 500 hooligans de uma claque de futebol faziam merda dentro de um restaurante. Pirotecnia, insultos, agressões físicas. Escapuliram-se todos, vão agora usar as câmaras de vigilância, diz a polícia. 

Em menos de uma semana.

 

Martim Moniz foi aquele palerma que ia na cabeça da turba numa investida ao castelo, agora de S. Jorge, mais excitado que todos os outros, queria ficar para a história e para a recompensa real como o primeiro cristão a entrar, lixou-se porque, empurrado pela turbamulta que vinha atrás de si, ficou entalado na porta. Entalou-se com éfe grande, literalmente. Corria o ano de 1147. Para a construção da história ficou que, desapegado da vida, se atirou para a frente num acto heróico. Deve ser o primeiro loser da história com direito a nome de porta, a nome de estação de metro, a nome de bairro.

Luís Montenegro em 2024 também vai na cabeça da turba, a cavalgar a percepção de insegurança criada e alimentada pela extrema-direita, na esperança de lhe ganhar o eleitorado, ao invés da atitude pedagógica de desmontar uma narrativa, como competia a um primeiro-ministro com um mínimo de sentido de Estado e um máximo de educação cívica e democrática. Também vai ser empurrado para a frente e morrer entalado. Não vai ficar para a história como o outro, já ninguém vai em histórias de heróis inventados para servir uma religião ou uma política de Estado, quanto muito daqui por uns anos será lembrado como o homem que escancarou as portas à direita totalitária, xenófoba e racista, uma bela medalha para se ter ao peito.

 

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O tigre de papel

por josé simões, em 20.12.24

 

 

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Andávamos todos preocupados com o Steve Bannon e o Breitbart News e a Cambridge Analytica e quando veio para a Europa com o The Movement. Andávamos. Depois chega Elon Musk com as algibeiras cheias de dinheiro, compra o Twitter, que faz o Breitbart News parecer um jornal regional, manipula o algoritmo, cola-se a Trump, aparece em Inglaterra ao lado do Nigel Farage enquanto no X avisa "Only the AfD can save Germany", os fantoches alemães de Putin na guerra contra a democracia e os direitos humanos na Europa. Andámos todos preocupados com um tigre de papel.

 

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É a raça deles

por josé simões, em 03.11.24

 

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A direita tuga da indignação contra os activistas climáticos que atiram tinta a ministros e governantes, a direita tuga da falta de respeito pela autoridade do Estado quando os moradores dos bairros periféricos se insurgem contra a polícia por se sentirem abandonados e esquecidos, é a direita tuga que nas redes rejubila com um protesto manipulado pela extrema-direita contra o Estado espanhol. É a raça deles, chafurdar na lama.

 

[Imagem "People clean a mud-covered street after heavy rains in Alfafar, in Valencia, Spain, November 1. Reuters/ Susana Vera]

 

 

 

 

Minar o sistema

por josé simões, em 03.10.24

 

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Há um partido político que anda a minar o sistema por dentro. E por "sistema" entende-se Estado de direito democrático. Tropa, polícias e agora bombeiros. Na fase embrionária e ascensão era o PS poder e não quis saber. Agora é o PSD poder e cala. E cala porque lhe interessa. Incorpora as bandeiras no discurso com vista a capitalizar nas urnas. No meio estamos nós, o povo.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Da democracia na república alemã

por josé simões, em 02.09.24

 

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Pela primeira vez no pós II Guerra Mundial um partido de extrema direita conseguiu ser o mais votado num estado federado alemão, a Turíngia. De certeza que os do combate ao nazismo que justifica a invasão da Ucrânia pela Rússia hão-de ter uma boa explicação para isto. 

 

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A guerra dos mundos

por josé simões, em 10.06.24

 

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É hoje o primeiro dia do início da guerra dos mundos, do choque de civilizações. Afastar o outro e apostar no desconhecimento do semelhante é a fórmula para o crescimento do discurso do ódio. Como cantam os outros "fear leads to panic, panic leads to pain, pain leads to anger, anger leads to hate", até porque o nosso irmão de sangue é um imigrante, "ele é feito de ossos, ele é feito de sangue".

 

 

 

 

A Trumpização do PSD

por josé simões, em 08.04.24

 

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Vibravam todos, nos blogues, Twitter e Facebook, com as proezas do Tea Party nos States, foram todos captados como técnicos e especialistas para os gabinetes dos ministros e secretários de Estado do governo da troika, saíram alguns para o Ilusão Liberal, continuam outros na minagem e tomada de poder no partido a partir de dentro. O percurso é a papel químico.

 

«Textos falam da imposição de uma "ideologia de género" como "modelo de pensamento único", de "disforia de género associada a várias patologias psiquiátricas", de "senhoras, alegadamente tiranizadas, que nunca se queixavam" e do "direito à resistência" face à transformação do aborto e da eutanásia em direitos"»

Passos Coelho apresenta um 'manifesto' contra "os adversários da família", "a ideologia de género" e "a cultura de morte"

 

 

 

 

Começou o ataque orquestrado à democracia

por josé simões, em 12.02.24

 

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A um mês das eleições começa a propagação de fake news à boa maneira de Trump e Bolsonaro, lançar a dúvida sobre o sistema eleitoral enquanto se enche a boca de democracia e se canta A Portuguesa com a mão direita sobre o coração. Surpreendendo absolutamente ninguém começou com um candidato a deputado pelo Chega.

 

 

 

 

Sim, os fascistas podem

por josé simões, em 16.01.24

 

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Parece que vai por aí grande alvoroço porque a extrema-direita está a ganhar likes no TikTok e no Insta a todos os outros na geração entre os 18 e os 24 anos, e Portugal não é excepção, com o partido da taberna a liderar destacado. Porque em casa já ninguém fala com os filhos [como se antes falassem de outras coisas que não merdas de futebol, reality shows manhosos, e festivais de música pimba]. Porque estamos [estão] todos à mesa de telemóvel na mão [como se antes do telemóvel alguém falasse de política com os filhos à mesa, ou de outra coisa qualquer]. Porque os putos passam o dia, e a noite, na net [antes disto é porque viam demasiada televisão]. Porque se calhar é melhor meter alguma ordem na net e nas redes [antes disto chamava-se censura, e depois da ordem metida quando a direita se alçar ao poder só precisa acrescentar "nova"]. Tudo isto no país em que ninguém fala de política no local de trabalho, porque isso é com cada um, porque a minha política é o trabalho e depois o fora-de-jogo no domingo e o penálti por assinalar. Tudo isto pelos génios do génio que Obama foi por ganhar eleições a mexer-se bem no Facebook e no Twitter, estas novas ferramentas de comunicação. Sim, os fascistas podem, mais que não sejam porque não estão cá com merdas como os outros.

 

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A Grande Substituição

por josé simões, em 30.11.23

 

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Margem sul, Corroios, Seixal, DOC - Denominação de Origem controlada Comunista, sete da manhã, um bando distribui a Folha Nacional do Chega a quem arriba à estação do comboio, numa azáfama de reabastecimento do pasquim por comercial ligeiro estacionado ali mesmo ao lado. E isto sim é a Grande Substituição, não na teoria da conspiração mas na prática. Não se cuidem não.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Explicada aos pequeninos

por josé simões, em 28.11.23

 

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Um cidadão holandês que se inscreve para poder alugar uma casa num bairro social terá, no melhor dos casos, de esperar 12 (doze) anos antes que a sua vez chegue.

 

Aos refugiados é quase de imediato fornecido alojamento, mobilado e equipado, e uma subvenção que a eles e à família permite viver confortavelmente.

 

É "A vitória eleitoral de Wilders explicada aos pequeninos" por José Rentes de Carvalho no seu blogue Tempo Contado. Se agarrarmos em duas gémeas brasileiras, naturalizadas portuguesas em tempo recorde, a receberem tratamento milionário no Serviço Nacional de Saúde com um medicamento de eficácia duvidosa, segundo os especialistas, sem um número de segurança social atribuído, e com cadeiras de rodas eléctricas atribuídas a custarem o que muitas famílias não auferem em salário num ano, temos um dos ingredientes do caldo para a explicação das sondagens que dão a subida vertiginosa do Chega.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Elections in Holland

por josé simões, em 24.11.23

 

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A fronteira entre a insanidade e a razão

por josé simões, em 20.11.23

 

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Antes do advento das "redes sociais" personagens como Javier Milei ficavam a falar sozinhos na rua, "tadinho, é maluco" ou "dá-lhe o desconto, não sabe o que diz" ou ainda "não tem os cinco alqueires bem medidos". Agora chegam a casa, ligam o computador, arregimentam uma horda de alucinados, vão a votos e ganham eleições. Onde é que se situa a fronteira entre a insanidade e a razão e quem é quem não tem medo disto?

 

[Imagem de autor desconhecido]