República Democrática da Alemanha
A fronteira entre a RFA - República Federal da Alemanha, e a RDA - República Democrática Alemã, 30 anos depois da queda do muro.
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A fronteira entre a RFA - República Federal da Alemanha, e a RDA - República Democrática Alemã, 30 anos depois da queda do muro.
É hoje o primeiro dia do início da guerra dos mundos, do choque de civilizações. Afastar o outro e apostar no desconhecimento do semelhante é a fórmula para o crescimento do discurso do ódio. Como cantam os outros "fear leads to panic, panic leads to pain, pain leads to anger, anger leads to hate", até porque o nosso irmão de sangue é um imigrante, "ele é feito de ossos, ele é feito de sangue".
"A meio de uma arruada em Coimbra, André Ventura entrou no Mosteiro de Santa Cruz", não para rezar, mas "para ser filmado a rezar", se calhar por uma lei para que os imigrantes só tenham direito a prestações sociais após cinco anos a descontar para a Segurança Social portuguesa.
O taberneiro foi em campanha até ao sítio do país com mais imigrantes por m2 falar mal dos imigrantes e encontrar a dona de uma lavandaria que vive de lavar roupa para os imigrantes, cheia de medo dos imigrantes que são o seu ganha pão e lhe dão qualidade de vida, "passam aqui e olham fixamente para a montra, onde é que já se viu? Agora vou ter de pintar os vidros de preto para ninguém ver saber que aqui há uma lavandaria. Isto estava muito melhor quando caminhava para ser um deserto de gente e de areia e eu me preparava para imigrar para Lisboa, agora isto é tudo deles, ocuparam as lojas, nem sequer pagam renda ao dono", ia dizer a senhora da querida lavandaria mas não teve oportunidade porque, de imediato, as televisões se viraram para o taberneiro que exige imigrantes a falarem português e a partilharem os nossos valores, tal e qual os imigrantes do deputado eleito pelo partido da taberna a que preside, e que na plantação de espargos de que é proprietário só emprega falantes de português, adoradores de Jesus Cristo, da Nossa Senhora de Fátima, da Irmã Lúcia, e tementes a Afonso de Albuquerque, que os mantinha na ordem e lhes fazia ver o que era bom para a tosse.
[Imagem de autor desconhecido]
As prestações televisivas do Sebastião Maria são todas excelentes quando não geniais, as de Catarina Martins e Cotrim de Figueiredo são por causa da sua [deles] experiência política. Comentariado mais ideologicamente comprometido não deve haver em televisões nenhumas por essa Europa fora. Puta que pariu.
[Imagem de autor desconhecido]
No dia 23 de Maio, ontem, o Público entrevistou Sebastião Maria. E fez disso primeira página dando-lhe o quadrado merecido. No dia 24 de Maio, hoje, o Público entrevistou Taylor Swift. Não. O Público entrevistou Marta Temido. As mesmíssimas páginas dadas a Sebastião Maria, a 10 e a 11, mas o quadrado na primeira página... É assim que se fazem as coisas. Aprendam com quem tem estudos.
Dizem que o partido da taberna é o partido de um homem só, que se desdobra em comentários, aparições televisivas, sobe ao palanque no Parlamento, dá a cara por tudo, aparece por todos, 49 em 1, e que no dia em que o taberneiro desaparecer desaparece com ele o fenómeno. Só que entretanto aparecem as europeias e quem vai a debate é o cabeça de lista, é agora o descalabro, um negacionista da covid, um chalupa da teoria da conspiração, os judeus dominam o mundo, o Japão só não invadiu a América na segunda guerra por causa dos John Wayne em cada esquina, desafiar Putin para um combate de artes marciais, ninguém no seu perfeito juízo vota em alguém sem uma ponta de juízo, as vergonhas que Portugal deve ter passado durante o consulado como embaixador, lucy in the sky with diamonds. E depois sai a sondagem e dá o chalupa em terceiro lugar com uma estimativa eleitoral de 15% e 3 a 4 deputados. E como é que se explica isto?
[Link na imagem]
Assim como temos a certeza que o sol nasce todos os dias também temos a certeza que Sebastião Maria vai ganhar os debates, mesmo antes deles acontecerem, nas pontuações distribuídas pelos paineleiros de serviço em todos os canais. Todos. É obra. Sebastião Maria ganha mesmo os debates em que não participa. Além de que a Sebastião Maria é dada a prerrogativa de interromper, perguntar, comentar, baralhar, dirigir o debate. Quando um burro fala o outro baixa as orelhas e o outro é o alegado moderador, que cada um é para o que nasce. Sebastião come tudo, tudo, tudo. Sebastião come tudo sem colher. Sebastião fica muito barrigudo. O resto vocês sabem.
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Marcelo encontrou-se por acaso com Teresa Leal Coelho num semáforo de Lisboa; Marcelo encontrou-se por acaso com Carlos Moedas na Feira do Livro ao Parque Eduardo VII; Marcelo encontrou-se por acaso com Sebastião Bugalho na Ovibeja; Marcelo só não se encontrou por acaso com Luís Montenegro na FIL ao Parque das Nações porque por acaso um climático despejou uma lata de tinta. Somos uma cambada de cornos, é a conclusão óbvia a retirar.
[Imagem de autor desconhecido]