Somos bons. Somos mesmo muito bons
Jogar 120 minutos com 10 contra 11, sem seleccionador, e só ser eliminado nas penalidades. Somos bons. Somos mesmo muito bons.
[A seleção no Euro numa só imagem]
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Jogar 120 minutos com 10 contra 11, sem seleccionador, e só ser eliminado nas penalidades. Somos bons. Somos mesmo muito bons.
[A seleção no Euro numa só imagem]
Morre Fausto, um dos nomes maiores da música popular portuguesa de sempre, no panteão ao lado dos dois Zés, o Afonso e o Mário Branco, e no dia a seguir são estas as primeiras páginas dos três jornais generalistas que ainda restam nas bancas. Melhor que isto só a peregrinação de um Papa a Fátima. Merecemos tudo o que nos cai em cima.
Numa primeira página, quiçá a melhor manchete do ano até agora, resume-se o que foi o jogo recorrendo ao humor. Noutra primeira página atira-se a culpa da derrota para cima de um miúdo de 20 anos, deixando de fora o treinador e as suas opções, desde a convocatória em Lisboa. Uma primeira página é jornalismo, a outra é uma merda qualquer mas jornalismo não é de certeza.
Na antevisão ao Eslováquia vs Portugal a contar para o Euro 2024 tivemos na sala de imprensa Cristiano Ró náldo [assim mesmo, com dois acentos, como dizem nas televisões] para falar dos recordes que já bateu, dos recordes que ainda vai bater, em como é muito bom, ele e o Messi, mais ele que o Messi, os clubes por onde passou, e ele e o umbigo dele e o umbigo dele e ele, que no estado islâmico o futebol é bué bom, as mulheres, as minorias, religiosas ou outras, os homossexuais, isso nem os jornalistas do pontapé-na-bola sabem o que é quanto mais ele que é o melhor do mundo e arredores, e isto tudo numa antevisão a um jogo da selecção, e que o futebol em Portugal é uma palhaçada. E tem razão. Na parte do palhaço rico.
[Imagem de autor desconhecido]