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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

O eucalipto, esse grande injustiçado

por josé simões, em 22.09.24

 

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Uma quinta biológica, uma fábrica de casas de madeira, uma plantação de mirtilos, uma oficina de reparação automóvel, um aviário de pintos, um olival, colmeias, uma malhada de porcos, uma vinha, uma criação de cavalos, tudo levado pelo fogo. Estas têm sido nos últimos dias as reportagens em todos os canais de televisão. Investimentos de uma vida, criação de emprego, criação de riqueza, fixação de populações no interior, apesar do poder central se estar a borrifar para o interior e retribuir com o encerramento de serviços, escolas, tribunais, repartições de finanças, centros de saúde. O famoso "empreendedorismo" com que os papagaios a ocuparem temporariamente cargos políticos aparecem com a boca cheia na propaganda barata a parecer música aos ouvidos de quem ainda quer acreditar. A todas, da quinta biológica à criação de cavalos, um ponto em comum pela boca dos proprietários, investidores, empreendedores, criadores de emprego, "tínhamos tudo limpo à volta e fomos vítimas do fogo que veio do eucaliptal aqui ao lado". O eucalipto, esse grande injustiçado. É perguntar ao ministro da Agricultura pela "esquerda fundamentalista , e alarmista, do ambiente, é perguntar ao poder autárquico do "petróleo verde" que pede adiamentos na aplicação de legislação, é perguntar aos "portas giratórias" que eles confirmam precisamente isso, a injustiça que se faz ao eucalipto neste país.

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

Little Australia

por josé simões, em 17.09.24

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Está a arder o "petróleo verde". Em dois dias ardeu tanto "petróleo verde" como no resto do ano. Para o ano cresce mais.

 

[Imagem print screen em 17 de Setembro às 09 horas]

 

 

 

 

Ainda a Volta como imagem

por josé simões, em 29.09.20

 

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Em comparação com o Tour de France, as imagens da Volta a Portugal, com o desordenamento do território, o fora de contexto, o caos e a cacofonia  arquitectónica, o abandono de povoações e campos, a ruína de edifícios e casas, a "little Austrália" com eucalipto a perder de vista entremeado pelo negro e castanho dos incêndios, é uma coisa que nos devia deixar a todos profundamente envergonhados da merda que andamos a fazer com o rectângulo que herdámos dos nossos antepassados

 

[Alves Barbosa na imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

||| Quando o lobby não é lobby mas Governo

por josé simões, em 25.01.14

 

 

 

As chamas vão continuar a consumir hectares de floresta; o combate às chamas vai continuar a sair do bolso dos contribuintes, para gáudio dis combatentes privados e luto dos combatentes públicos; o combate à desertificação do território, num futuro próximo, também vai sair do bolso do suspeito do costume – o contribuinte; as vidas humanas e a miséria do dia seguinte ficam a cargo dos mesmos de sempre – os que já pagam o combate às chamas e vão pagar a guerra contra a desertificação do território; a biodiversidade fica por conta dos contribuintes das gerações futuras [onde é que eu já ouvi isto?]; as televisões vão ganhar shares de audiência, assim que mudarmos para a hora de Verão, com directos do local do crime e bate-papos da treta com especialistas da tanga; o lucro, esse, já se sabe para quem fica, porque o crime compensa e está consagrado em papel de Lei e tudo. É toda uma indústria à roda do património natural, comum a milhões para benefício de algumas dezenas.

 

«Eucaliptos dominam pedidos ao abrigo da nova lei de arborização»

 

[Imagem]

 

Adenda: A ministra do CDS já tinha avisado o que o ministro do CDS posteriormente confirmou. Neste momento o verdadeiro lobby é fazer pressão sobre o Governo do lobby.