Forty-Five Things I Learned in the Gulag
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E porque é que em Mao nunca ninguém toca e os seus mais de 70 milhões de mortos ficam sempre convenientemente escondidos, caídos no esquecimento?
E porque é que mais de metade do PS e do PSD, ministros e secretários de Estado, dirigentes do "sentido de Estado" e da marcha do balão e do "arco da governação" vão passando pelos intervalos da chuva sem que os mais de 70 milhões de cadáveres lhes pesem na consciência?
E se em Berlim, frente ao Reichstag, houvesse uma gigantesca foto de Hitler a vigiar a praça, como a de Mao a vigiar Tiananmen?
Isso agora também não interessa nada, o problema parece ser Estaline que nunca ninguém viu na Festa do Avante! , nem sequer em t-shirt.
[Na imagem um maoista ex-presidente da Comissão Europeia]
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Deve ler-se: "e não convém ir além de meados do século passado", até Teerão em 28 de Novembro e 1 de Dezembro de 1943, quando Ioseb 'O Pai dos Povos' Džuğashvili, em encontro extra-conferência, propôs a Reza 'Rei dos Reis' Pahlavi o estacionamentos de divisões de tanques T-34, acompanhados dos respectivos oficiais, em território Persa. A Estaline não chegava a Polónia, a Checoslováquia, a Roménia e os estados bálticos numa bandeja, queria mais.
Foi diplomaticamente declinado pelo Xá e o resto é História. E estas análises, convenientemente simplistas, da repartição do mundo no pós-guerra criam convenientes hiatos na História.
[Imagem]
Um pormenor, não despiciendo, a registar em mortes que envolvem o nome de Estaline.
[Na imagem Svetlana ao colo de Beria com Estaline em segundo plano]
«O Tribunal de Kiev encerrou o processo “devido ao falecimento dos acusados”»
(Primeiro no Twitter)
(Na imagem, o The Times de 6 de Março de 1953 noticia a morte de Estaline)
Ainda que por diferentes razões, sou levado a concordar: foi um “criativo” (entre aspas), foi um “pensador” (entre aspas), foi um patriota (sem as aspas).
(Na imagem poster Long live the great Stalin!, Sirocenqo, 1938)
Fez-se-me um click quando num belo dia em que se jogava um CCCP – Portugal de apuramento para o Mundial do México e vi uma sala cheiinha de setubalenses de Setúbal de mais de 4 gerações a saltar e a vibrar e a gritar golo de cada vez que o esférico entrava na baliza de Manuel Galrinho Bento. Os “amaricanos” são muito terra-a-terra nestas questões, chamam-lhe traição à Pátria e não se fala mais nisso, mas como o termo “Pátria” foi usado e abusado por Salazar & fascharia limitada é melhor não entrar por aí.
Sempre me fez muuuuuita confusão aquela estirpe de portugueses nascidos em Portugal que tomam como suas as dores dos outros e fazem gimnásticas para justificar e o injustificável.
(By yhe way, podia ter sido 1 – um – 1 só assassinado por motivos políticos para ser grave demais)
Pronto, lá se vai a Teoria do Problema Social de Fundo.
Num bairro «onde moram cerca de cinco mil pessoas» e onde «mais de mil dependem do Rendimento Social de Inserção», meia centena, numa faixa etária entre os 16 e os 20 e poucos anos de idade, que não estuda nem trabalha, e organizada em gang criminoso, destabiliza uma cidade e metade do país.
A não ser que ande por ali em gestação um Estaline do século XXI que, à imagem de O Jovem Estalin de Simon Sebag Montefiore (Alêtheia Editores), também esteja a começar como ladrão de bancos.
Ao contrário de muito boa gente por cá, o gajo não deixou saudades por lá.
Assinala-se hoje o 75.º aniversário do Holodomor ou a Grande Fome de 1932 – 1933 na Ucrânia. Um genocídio onde morreram entre três a seis milhões de pessoas em consequência da fome artificialmente provocada por Estaline e pelo regime dos Sovietes, como represália pela resistência dos ucranianos à colectivização agrícola.
Quando continuam a andar por aí saudosistas do terror estalinista que não têm pudor em classificar o ex-país dos Sovietes como uma convivência exemplar entre povos, é necessário não só não esquecer, mas também lembrar às novas gerações como essa “convivência exemplar” foi construída.
Holodomor em Português. Holodomor em Inglês.
Esta leva destinatário:
No documentário evocativo dos 100 anos da CUF, da autoria do jornalista Paulo Costa, e que a RTP 1 transmitiu esta noite, a páginas tantas e a propósito do poder discricionário e da inumanidade dos capatazes, um dos entrevistados, neto de um capataz, diz que o seu avô chegou a despedir trabalhadores com fome. Tinha por apelido “o Estaline”.
O georgiano, o original era “O Pai dos Povos”. A réplica, o barreirense devia ser “O Amigo dos Famélicos”. A Ucrânia e o Barreiro geminados.
Reabilitados, ainda que demasiado tarde para a devida referência nas Teses ao Congresso. Aguardemos pelo próximo Avante! É que os descendentes políticos de Vladimir Ilitch Ulianov no ex-país dos Sovietes continuam a afirmar não ter nada a ver com o caso. Foram mortos pelo povo, dizem. O povo tem as costas largas…
Quem é do povo e tem as costas largas - suficientemente largas para abarcarem 50 milhões de mortos, mais coisa menos coisa - é Jamil Ziyadaliev, georgiano de 64 anos que ganha a vida a vestir a pele do seu ídolo Estaline. De manhã à noite, todos os dias da semana. E não está só. A sua conterrânea Liana Imanidze de 71 anos que tem no quintal uma máscara mortuária do ditador, lamenta a ignorância da juventude georgiana, seus netos incluídos, por estarem mais interessados na Paris Hilton que na Segunda Guerra Mundial:
“lamented that younger Georgians were ignorant about Stalin, including her own grandchildren, who she complained were more interested in Paris Hilton than in World War II”
Talvez por não ter bigode; penso eu de que. (Ou então se tem, pelo menos faz a depilação).
Após ter aprendido que na China não há censura na web; mas tão-somente “alguma «desabertura» sua «revelada» em termos de acesso aos sites de propaganda «organizadora» contra o seu regime”, ainda assim, presumo, não fossem os utilizadores pensar que o que lêem é verdade e revoltarem-se contra as verdades estabelecidas; e depois de ler esta prosa: “Será a possibilidade de, em permanência, não só localizar para apontar por tudo o que é mundo. (…) Será agora a ambição de entrar em tudo o que é computador, processador, para observar, desorientar, destruir, sendo o caso. Daí, a perspectiva de profissão para os novos hackers (…)”, lembrei-me deste acontecimento recente, e dei por mim a pensar no que poderia ter sido o mundo se nos tempos de Ioseb Besarionis Dze Jughashvili e de Lyeaníd Ilítch Bryéjnyef já houvesse acesso generalizado à web…