Um filme para os tempos que correm
Border Incident is a 1949 film noir directed by Anthony Mann.
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Border Incident is a 1949 film noir directed by Anthony Mann.
No fundo tudo gira em torno do Estado social inglês, porque é de Inglaterra que falamos que isso do Reino Unido é modernice recente, e da subsídio dependência, que a há e muita, é ler o Mail, o jornal da classe média inglesa com um milhão de exemplares diários na rua vendidos e que fez a campanha pelo Brexit e uma caça diária aos pimps do dinheiro do contribuinte.
Das casas pagas pelo Council, da água e da luz pagas pelo Council, das mães solteiras em casa, pagas por cada filho que tenham até à hora da morte, desde que [oficialmente] não trabalhem nem [oficialmente] voltem a casar, das casas pagas e/ ou subsidiadas pelo Council aos casais e aos casais com filhos e aumentando proporcionalmente quantos mais filhos, do NHS orgulho, praticado por médicos e enfermeiros maioritariamente estrangeiros [deixado a milhas de distância pelo SNS português em qualidade de atendimento e serviços prestados e com menos propaganda patrioteira].
Dos emigrantes, desde o Horta-Osório ao anónimo empregado de balcão em Brixton ou à empregada da limpeza em Kensington, para uma empresa de trabalho temporário, a fazerem o trabalho que os bifes não querem fazer e que lhes permite o golfe na Quinta do Lago ou as bebedeiras em Albufeira, e que usufruem de todas as regalias, direitos e garantias oferecidos pelo Estado inglês, em pé de igualdade com os ingleses, sejam eles ingleses manhosos-calaceiros da subsídio dependência, ou com os emigrantes manhosos-calaceiros da subsídio dependência, é tudo emigrante e nem tudo é inglês.
Das reformas e pensões para a vida no início da vida desde que cumpridos os mínimos exigidos e desde que se saiba movimentar dentro do sistema e invocar a doença ou a maleita certa.
Foi isto que foi a votos, foi com isto que as pessoas votaram e é uma chatice do caraças porque afinal nem a Margarida foi assim a liberal e o terror dos malandros que a direita radical evoca, nem a liberal e desmanteladora do Estado social que a esquerda [eu incluído] aponta. Imaginemos então como é que era o Estado social inglês antes da dama...
"Can you tell me where my country lies?" said the unifaun to his true love's eyes. "It lies with me!" cried the Queen of Maybe - for her merchandise, he traded in his prize.
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O curioso nisto dos futebóis fora de portas de quatro em quatro anos é que no intimo, mesmo lá no íntimo dos íntimos, e perguntem a qualquer emigrante, of the record, o que os emigrantes mais desejam nos dias de espera à porta do centro de estágio a gritar "Portugal!" é ver acontecer, step by step, as vitórias da selecção nacional que a hão-de levar até à vitória final, na final contra a França, para poderem atirar em cara aos colegas de trabalho, ao patrão, ao empregador, ao país que os acolheu, a superioridade de um país, o seu, que os desprezou, e isto é qualquer coisa do campo do realismo mágico protagonizado pelos deserdados do neo-realismo.
[Imagem “Immigrés portugais à Hendaye en transit pour Paris, Mars 1965”, Gérald Bloncourt]
Sermos a selecção de futebol que em França tem mais 'supporters' que o país organizador da competição é coisa que nos devia envergonhar, a todos, ao invés de andarem as televisões, todas, eufóricas em directos com o apoio da miséria por mares nunca dantes navegados que vai levar o futebol em ombros até à final e à taça.
[Imagem "Bidonville de Nanterre, 1971",Gérald Bloncourt]
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"Nos professores excedentários, o senhor primeiro-ministro aconselhá-los-ia a abandonar a sua zona de conforto e procurarem emprego noutros sítios?". A resposta: "Angola, mas não só Angola, o Brasil também, tem uma grande necessidade ao nível do ensino básico e do ensino secundário de mão de obra qualificada e de professores.Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa".
Não é defeito, é feitio, Pedro Passos Coelho andar pelas escolas do país a mentir com quantos dentes tem na boca.
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Ouvir Pedro Passos Coelho, em roda livre, sem o papelinho à frente que é quando o senhor fica em ponto de rebuçado, discorrer sobre as "várias raízes" dos fluxos migratórios que assolam a costa sul da Europa e fazer de conta que não nos lembramos da cumplicidade do seu Governo no despejar de toneladas de bombas sobre a Líbia em apoio de hordas de lunáticos aos gritos Allahu Akbar em cima de pick-up’s, ao jeito de Mad Max, para implantar a liberdade e a democracia e os direitos humanos, contra o coronel Khadafi marchar, marchar, que se faz tarde e isto é tudo Primavera.
Ouvir o senhor, já embalado e deslumbrado com a sua eloquência e com a fluidez do raciocínio, apontar o dedo à União Europeia porque faz falta concertar uma estratégia para um problema comum e não-sei-o-quê na necessidade de atacar o terrorismo na Líbia, que é onde a vaga de imigração nasce, através de mais cooperação económica e do fomento de um "governo de salvação nacional" e fazer de conta que não nos lembramos de Paulo Portas, mais os seus botões de punho, a entrar para o Guinness Book como o primeiro governante ocidental a aterrar em Tripoli, capital da Líbia que ia ser democrática, tal e qual o 25 de Abril em Portugal, a fechar milhentos negócios com o governo liberal e democrático e respeitador dos direitos humanos e do Estado de Direito e o maná que ia ser para as empresas portuguesas e as exportações e o coise.
Não ter a puta da vergonha na cara é isto.
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"Fiz tudo para evitar emigração e dar ao país o direito de voltar a sonhar"
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«Há mais dinheiro a vir de portugueses no estrangeiro, e as remessas dos imigrantes no país estão a descer.
Portugal não ganhava tanto dinheiro com emigrantes desde o início do século»
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Apanhado em flagrante delito a mentir com todos os dentes que tem na boca, na era do online e do Facebook e do Twitter, onde está tudo à distância de um click, logo os aios e escudeiros se apressaram a largar o spin de modo a minimizar os danos, que as eleições estão quase aí e a silly season não justifica tudo. Pois bem, até pode ser. Para alguém crescido e educado em Angola, sob o estigma dos portugueses de 2.ª, os seus desejos são uma ordem, bwana, retornado na fuga da descolonização, ressabiados que não resistem ao teste do algodão "o malandro do Mário Soares, o 25 de Abril, entregaram aquilo aos comunistas e o coise", dedicado a ler o mestre de obras, Angola é nossa, sempre foi. E o Brasil também, que já a Primavera era Marcelista e ainda o mapa estava pespegado na parede da sala de aulas da primária e as culturas de além-mar, em terras de Vera Cruz, tinham grandes probabilidades de sair no exame da 4.ª classe, ao lado de Goa, Damão e Diu, esse monhé do Gandhi. Desse ponto de vista até têm razão, PALOP é tudo Portugal. Portugal que não é um país pequeno.
[Aqui]
Adenda: De regresso a 2011
Subsitituir "Luxemburgo" por "Portugal", "Bruxelas" por "Lisboa", "Porto", "Setúbal", "Braga" ou "Faro". "ZDF" não é substituível por "RTP", "SIC", "TVI", porque logo a seguir à reportagem entram os comentadores do pensamento único com lugar cativo e tudo volta à maior das normalidades e é só maravilhas, yellow brick road e amanhãs que cantam. Exportamos e internacionalizamos pobreza e miséria e não nos envergonhamos com isso. "A nossa imagem no estrangeiro" não é para aqui chamada.
«Família portuguesa retrata pobreza infantil no Luxemburgo
[Imagem de Gerald Bloncourt. Emigrantes portugueses na bidonville, arredores de Paris, 1967]
«Se queremos viver num mundo globalizado, sem fronteiras, em que queremos dar uma oportunidade aos nossos jovens, temos de encarar de uma forma mais relativizada aquilo que é o fenómeno da movimentação dos jovens à procura de oportunidades por esse mundo fundo”.
“É também preciso percebermos que se os jovens hoje têm dificuldades particulares pelo facto de terem dificuldade no acesso ao emprego, de termos um desemprego jovem demasiado alto, é também verdade que os jovens de hoje têm mais oportunidades do que os jovens de antigamente”, [...].
[...] hoje um jovem que acaba uma licenciatura tem um mundo à sua disposição».
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[*] Pedro Passos oelho, depois de Alexandre Mestre - secretário de Estado do Desporto e da Juventude, depois de Miguel Relvas - ministro-adjunto dos Assuntos Parlamentares, e depois dele próprio.
Depois de todo o esforço dos alunos, das famílias, dos professores e dos contribuintes, adivinha-se nova descida da taxa de desemprego:
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Para os mais esquecidos, uma busca rápida no Google, ainda sem os links deletados, dá conta de que o desafio foi lançado por Cavaco Silva, apadrinhado por Paulo Portas, o que fazia primeiras páginas com Cavaco Silva n’ O Independente, e promovido por Filippe de Botton, ex-Compromisso Portugal a meias com António Carrapatoso e Rui Ramos [o fascismo não existiu, a PIDE era um agrupamento de escuteiros], antes de ser Mais Sociedade, por Joaquim Goes, um dos mentores do programa eleitoral da dupla Passos Coelho/ Miguel Relvas, ter falado mais do que o que devia e ter defendido o despedimento de 200 mil funcionários públicos, antes de ter recebido o Prémio Carreira 2014 da Universidade Católica, atribuído por um juri presidido por Manuela Ferreira Leite, como distinção pela sua carreira no Banco Espírito Santo [onde chegou a ser dado como sucessor de Ricardo Salgado] de Ricardo Salgado e de José Maria Ricciardi, os tais que, em conjunto com os restantes "braços da família", entraram com o carcanhol para a candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República para suportar o Governo que manda os portugueses para a diáspora. Isto está tudo armadilhado.
E quando lá chegares mansa saudades que é coisa que cá não deixas: «[...] o Presidente da República desejou ao Conselho da Diáspora que "tudo corra bem na viagem de regresso"»
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Instituições para sem-abrigo no Luxemburgo recusam acolher portugueses que estejam há menos de 5 anos no país. "Se ficam desempregados e deixam de poder pagar a renda, acabam sem morada, e sem ela perdem todos os direitos sociais. Além de o alojamento ser muito caro, sem morada não podem fazer nada, porque até para arranjar emprego é preciso ter um endereço. É um efeito bola de neve".
Bem feita para eles que estavam habituados à zona de conforto e mérito do Governo Coelho/ Portas que pôs o mexilhão todo a mexer. Daqui para fora
«Misericórdia de Paris juntou três toneladas de alimentos para ajudar portugueses». Já falam francês, só lhes falta saber tocar piano.
E um milhão de euros dos submarinos para cada ramo da família Espírito Santo e mais 15 milhões para os "outros tipos" e uma parte que teve de ser entregue a "alguém". Tudo contas de somar e "boas notícias para Paulo Portas", diziam os jornais há dias. "Estamos rodeados de aldrabões", anos e anos a viver acima das suas possibilidades.
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