The Scream
Egyptian protesters shout anti-Israel slogans during a demonstration to show solidarity with Palestinians, in front of the Journalists Syndicate in Cairo, Egypt, Wednesday, Oct. 18, 2023. AP Photo/ Amr Nabil
[Link na imagem]
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Egyptian protesters shout anti-Israel slogans during a demonstration to show solidarity with Palestinians, in front of the Journalists Syndicate in Cairo, Egypt, Wednesday, Oct. 18, 2023. AP Photo/ Amr Nabil
[Link na imagem]
Morsi não soube ser Erdogan. E a Turquia, membro da NATO e candidato ao "clube europeu", faz fronteira com a Síria, que entala Israel com o Egipto, que faz fronteira com a Líbia, que por sua vez faz fronteira com a Tunísia e com a Argélia, países de outras primaveras e mesmas irmandades, mesmo ali do outro lado do Mediterrâneo, e que Erdogan visitou apesar dos protestos contra o islamofascismo que fervilhavam nas ruas das cidades turcas. Morsi não soube ser Erdogan e Erdogan estudou o Império Otomano na escola do estado laico de Atatürk.
[Imagem "As raízes nazis da Irmandade Muçulmana"]
A mulher que, sozinha, enfrenta os bulldozers. Egipto, Cairo, Praça Rabaa al-Adawiya, 14 de Agosto de 2013.
O homem que, sozinho, enfrenta os tanques de guerra. China, Pequim, Praça Tiananmen, 5 de Junho de 1989.
Para memória futura, foto reportagem no Daily Mail e na The Atlantic.
A capa da Time
Escreve hoje o Diário de Notícias em editorial, e a propósito da vitória do candidato da Irmandade Muçulmana nas presidenciais egípcias, algo que há já muito venho a escrever aqui no blog, que «A popularidade da Irmandade está ligada a anos de trabalho social da confraria, que era muitas vezes a única fonte de serviços médicos ou educativos nos bairros miseráveis das grandes cidades.».
O Egipto não tem Estado Social, nem de modelo europeu nem de modelo coisa nenhuma, tem a Irmandade e as confrarias. Por cá, e a propósito de que não há dinheiro para nada, desmantela-se o pouco Estado Social que havia e entrega-se às confrarias vaticanas, baptizadas Misericórdias e IPSS. Como as mulheres não são obrigadas a andar de serrapilheira na cabeça nem ninguém é morto à pedrada, encolhem os ombros os que podem e quem precisa não olha a quem dá. Vamos acabar por pagar ainda mais caro do que o não há dinheiro para nada este retrocesso civilizacional.
[Na imagem "Women of Allah" by Shirin Neshat]
Não querendo desviar as atenções do que realmente interessa, e o que realmente interessa são os bandidos e a vida e o sofrimento das pessoas, a páginas tantas diz o padre Mussie Zerai, mais ou menos, isto: "A inércia da [comunidade internacional] é uma dádiva de Deus para os criminosos que estão a ficar ricos". Não devia antes perguntar: "Se Deus existe porque é que permite que estas coisas aconteçam?".
«Forgotten: The stolen people of the Sinai»
[Imagem de Cristina Garcia Rodero]
O dia em que no Reino Unido um relatório do National Institute of Economic and Social Research diz não haver qualquer tipo de relação entre a imigração e o aumento do desemprego, mesmo em tempo de recessão e/ ou de baixo crescimento económico, antes pelo contrário, é o mesmo dia em que é posto à venda o livro `Els secrets dels noms catalans´, do especialista catalão em onomástica Josep Maria Albaigès, que nos dá conta que o nome Mohamed foi o mais escolhido na região catalã de Baix Empordà, e o dia em que o Ministério Público egipcío decide processar, por insulto ao Islão, o magnata das telecomunicações Naguib Sawiris, para o caso um cristão copta, por ter publicado via Twitter uma caricatura de Mickey e Minnie como fundamentalistas islâmicos.
Pontos de equilíbrio são necessários. Há muito trabalhinho a fazer. E o pior é que a altura, instabilidade económica numa frente, instabilidade política na outra, não parece ser é propícia.
Mas na América, que é mesmo aqui ao lado como na canção dos Xutos, a primeira coisa a ser feita em casos de "escândalo" sexual que envolvam personalidades mais ou menos mediáticas da política e/ou da finança, a primeira coisa a ser feita pelos batalhões de advogados e de detectives privados, na "reserva" mas com o tirocínio feito nas agencias federais, é o teste da virgindade que aqui dá pelo nome de credibilidade, se é ou não prostituta [se for emigrante e ilegal vale mais pontos, e se a cor da pele for para o escuro é o jackpot]. E é faca de dois gumes, tanto pode servir para desacreditar o VIP como para desacreditar a "prestadora do serviço", tudo dependendo do ponto de vista e da capacidade argumentativa perante os jurados, como nas séries de televisão. O modus operandi difere, da violência física para a violência psicológica. A vítima é sempre a mesma e não há ponto de vista que lhe valha.
"um oficial disse-nos que iam ver se éramos ou não prostitutas"
É um dichote, aparentemente sem sentido [como é que alguém pode estar todo nu e simultaneamente ter uma faca na algibeira?], e que é costume largar-se como resposta a coisas também elas sem sentido.
Aparentemente. Todo nu com uma faca na algibeira para espetar mesmo mesmo no coração do fundamentalismo, da intolerância e da opressão. Coisas, aparentemente, sem sentido.
«Chineses despem-se por Ai Weiwei»
«Mulheres israelitas despem-se em apoio à jovem egípcia»
Adenda: Entretanto na China