Os furúnculos da democracia
Isso e aulas de masturbação colectiva.
Juventude do CDS quer educação para a abstinência sexual nas escolas
O Wilhelm Reich explica.
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Isso e aulas de masturbação colectiva.
Juventude do CDS quer educação para a abstinência sexual nas escolas
O Wilhelm Reich explica.
Bom, bom, era no tempo em que os rapazes não se masturbavam - sim, os rapazes, porque isso de masturbações não é coisa de raparigas -, compravam a revista Gina à socapa só para ver as fotografias artísticas, não havia cá essa aberração dos paneleiros, das bichas, dos gays, toda a gente tinha Moral e Religião na escola das turmas separadas, rapazes para um lado e raparigas que casavam virgens para o outro, caralho era pilinha e cona era vagina, e o pai e a mãe, que nunca ninguém viu nu nos dias da via, quando a conversa por acaso, e só muito por acaso, roçava o sexo, começavam a falar do Benfica.
Espera aí, se só as raparigas é que casavam virgens o que é que me falha aqui? Os rapazes iam às putas tinham educação sexual com prostitutas?
Podia muito bem ter recorrido a um exemplo muito mais ancestral, sei lá, Adão & Eva, ou Abraão, podia até ter recorrido a Lot (Genesis 19:33-36), mas como é sabido, a Igreja Católica Apostólica Romana convive mal com o Antigo Testamento. Podia até ter recorrido a Moisés e mais as Tribos de Israel, mas esse é Judeu, e apesar do judeu mais conhecido do mundo e arredores dar pelo nome de Jesus, ainda saía pior a emenda que o soneto.
Vá, ide lá divertir-vos e não liguem à cara de masturbador do ilustre.
(Cortesia à Mª João e ao Fernando)
Nada melhor para começar uma semana de trabalho que a leitura de uma crónica de João César das Neves na segunda-feira logo pela manhã. É assim como um prolongamento das noites de domingo com a Britcom na RTP 2.
Dizem que o senhor é professor universitário, e pagam-lhe para escrever isto (!):
«(…) tem-se assistido a intensa campanha para coagir a sociedade a seguir alguns princípios, autodenominados de progressistas, justos e livres. Esses princípios são aqueles a que a sociedade até há pouco chamava "porcalhões". As aulas devem mostrar órgãos sexuais às crianças e explicar os detalhes de carícias, coito e contracepção. A masturbação é natural, o impulso sexual deve ser promovido, se praticado com segurança (…).»
«A alcova substituiu a empresa e o direito à greve foi trocado pelo direito ao deboche. Os esquerdistas andam agora paradoxalmente aliados a marialvas e proxenetas.»
«(…) o Governo, incapaz de resolver desemprego e falências, preocupa-se com a facilitação do divórcio dos casais e a promoção do casamento de homossexuais. Os ministros, que fizeram explodir o défice, subsidiam abortos e querem distribuir preservativos gratuitos nas escolas (…)»
Adenda: Se o professor João César das Neves me permitir uma correcção, há 50 anos o PS não podia defender as «tão respeitadas» «ideias económicas do Bloco de Esquerda» por uma razão muito simples: há 50 anos o PS não existia como partido.
Os blogues e os comentários - principalmente a estibordo - que ontem se insurgiam contra a pouca-vergonha e a falta de respeito, a stôra só pode ser uma perigosa esquerdista está mais que visto e revisto, são os mesmos que hoje assobiam para o lado, e alguns até nem leram a notícia ou, na melhor das hipóteses, como já li pelo Twitter, como "aquilo foi tudo arranjado", onde é que já se viu, onde é que já chegámos? Não se pode sair à rua, nem falar à vontade que corremos o risco de ser gravados que isto é só bufaria.
Para número de contorcionismo está excelente.
(Imagem de Matthew Rolston)
Começa sempre por qualquer coisa. Neste caso, que nós por cá nestas coisas somos virgens, começa pelo preservativo. E este é um filme já várias vezes visto, pelas continuadas reposições nos ecrãs. Depois é determinado cartaz, mesmo que obra de arte, que é ofensivo. Depois é a mulher que não pode sair à rua sozinha nem falar com estranhos. Depois pode sair acompanhada desde que convenientemente tapada. E depois tem o direito de ser violada pelo marido e de volta e meia levar umas competentes sarrafas.
«lembra que o Islão não permite relações sexuais antes do casamento»
Ora se o Islão não o permite, os crentes e os seguidores da Fé limitam-se a cumprir os preceitos estabelecidos e deixar aos outros a liberdade para fazer o que muito bem entenderem. Tão simples quanto isso. E é a separação entre o Estado e a Religião que já leva séculos na Europa. E são estes aqueles que soi chamar-se de “moderados”. Pois.
(Imagem fanada na Reuters)
Não entrando pela via dolorosa que é o poder alguém cuja vida sexual se resume à masturbação e talvez a algumas visitas fugazes às casas de meninas, convenientemente à paisana, sem cabeção e colarinho romano, seguidas de atrozes e não menos dolorosas penitências, porque a carne é fraca e há que salvar o espírito para o Dia do Juízo Final (e fazendo um esforço tremendo para não tocar nem de raspão na mui peculiar interpretação bíblica do “deixar vir a mim as criancinhas”), ter pretensões a educar sexualmente o seu semelhante; mas pelo caminho mais fácil que é o de algumas ovelhas - do rebanho ou tresmalhadas - que cresceram, tiveram namoradas, mulheres, filhos e filhas, como já antes havia acontecido aos seus pais e aos seus avós e aos pais dos avós e aos avós dos avós, aparecerem a falar em educação.
Quantos milhões de anos tem a Humanidade?
(Foto de William Willinghton)