"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Morreu o Pitta. Nunca o conheci pessoalmente mas conhecia-o como a palma das minhas mãos.Nunca li nada dele mas li-o durante anos, todos os dias. Nunca falei com ele mas falámos durante anos, todos os dias. Nos idos do auge dos blogues, quando debatíamos nas caixas de comentários, não era o meu género, ou escrevíamos um post, com link e o Technorati tratava do recado, a rebater o que o outro tinha escrito. Trocávamos ideias e pontos de vista, saímos das trincheiras, abríamos horizontes. Foi antes do advento do esgoto redes sociais e do algoritmo ter lixado isto tudo. Discordei mais do que concordei. E fartei-me de aprender com ele. É o melhor elogio que lhe posso fazer.
"Muita gente já esqueceu, e muita outra não valorizou o golpe, mas foi Merkel, com a aquiescência dos parceiros, que em Novembro de 2011 impôs uma mudança de Governo em Itália, tirando Berlusconi, três vezes eleito, e pondo no seu lugar Mario Monti, um homem que nunca tinha ido a votos, e teve de ser feito (num domingo) senador vitalício para ocupar o lugar de primeiro-ministro. Isto aconteceu na Itália, que não é exactamente a República das Maldivas. Foi logo a seguir (cinco dias de intervalo) ao golpe grego, quando Papandreu se viu substituído por Lucas Papademos, que vinha do BCE e também nunca tinha ido a votos. Papandreu tinha cometido a heresia de dizer em voz alta que ia propor um referendo sobre a permanência da Grécia no euro. Em 48 horas estava na rua. No Outono de 2011 andava toda a gente distraída, e não devia, porque foram dois golpes de Estado decididos em Berlim, com a cumplicidade de Sarkozy e o beneplácito da tropa fandanga a que chamamos líderes europeus. A opinião pública internacional assobiou para o lado.
O actual folhetim grego é um remake foleiro. É deprimente ouvir os comentadores a esgrimir números sobre a Grécia, sabendo-se que os números gregos, sensatos ou delirantes, não importa, são a última preocupação de Merkel, Juncker, Dijsselbloem, Lagarde, Draghi, Tusk e parceiros menores. Nenhum deles quer saber de números para nada. Tsipras podia fazer espargata em plena Cimeira e o mais que conseguia era pôr Schäuble a bocejar. A UE não aceita um Governo do Syriza e o overacting de Varoufakis desobrigou toda a gente de boas maneiras."
Além de pagar as minhas portagens em cash e as dos outros, as SCUT por onde nunca passo, via impostos, descubro agora que também pago a programação cultural da cidade do Porto. O Porto é um Estado à parte dentro do país?
Vi e ouvi esse grande enorme analista de política internacional que responde pelo nome de Nuno Rogeiro, depois de entrevistar Pierluigi Collina para o programa Sociedade das Nações, dizer que, o livro é discutível porque é escrito segundo o ponto de vista dos israelitas.
Fiquei logo a matutar por que cargas de água nunca convidámos nós, por exemplo, os espanhóis para escreverem uma História de Portugal segundo o ponto de vista deles.
“Com a aprovação das Câmaras dos Comuns e dos Lordes, o Reino Unido ratificou hoje à tarde o Tratado de Lisboa. Significa isto que nem Gordon Brown leva em conta o resultado do referendo irlandês.”
Descobri este blogue através de amigos que me disseram é um excelente blogue grande lucidez capacidade analítica e o coiso e tal e vai daí pespeguei com o link ali na coluna da direita na letra L de literatura porque o Da com a virgula à frente prontes vocês sabem.
Hoje passo por lá para deitar um olhinho e leio que 50 000 leram bem cinquenta mil manifestantes apesar do Sol dizer escrever que são 100 mil afinal não são pessoas são vegetais uma vez que não pensam por si mas pela cabeça da cê gê tê pê via féneprofe ou mais grave ainda penso eu de que segundo o ponto de vista do senhor Eduardo Pita com dois tês o pê cê pê nas entrelinhas qual entidade misteriosa e a atirar para o sobrenatural num filme do Carpenter apoderou-se da cabeça dos pobres infelizes que desceram a Avenida a reclamar por nada uma vez que estão orientados entre aspas pelos perigosos comunistas.
Eu que não sou um perigoso comunista nem tampouco um prófe subversivo e até assino por baixo as politicas da ministra da educação e tenho guerras do arco da velha com amigos professores que por acaso até estão ali na avenida a protestar não vou era para escrever tão longe mas afinal é tão perto nas criticas porque os meus amigos que até têm um ódio de morte ao comunismo e um amor do caraças à liberdade e são insuspeitos de serem antidemocratas e alguns até votaram no pê ésse por causa das trapalhadas do Santana e companhia dizia eu tão longe a considerá-los vegetais aliás faz-me muita confusão cem mil vegetais todos juntos apesar da Avenida ser muito maior que o Mercado do Livramento.
Os meus amigos profes são pessoas inteligentes cultas sem K e que muito prezo pela sua capacidade critica a haver um vegetal é o dono do blogue que considera vegetal quem se manifesta na rua porque comete o crime de não ver o mundo segundo a bitola do Pita que foi uma bitola que eu inventei agora mesmo e que o presidente do conselho Sócrates devia aproveitar para passar a classificar todos aqueles que não pensam como ele e sublinho o que não é o meu caso no caso e para o caso da educação.
Haverá para o ano é claro algum Óscar para o maior jumento da blogosfera pátria?
(Vou pensar seriamente se mantenho um alarve desta dimensão aqui na coluna da direita)