Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

O Verdadeiro Artista

por josé simões, em 31.08.16

 

clown.jpg

 

 

Sem jornalismo, ninguém conseguirá destrinçar as notícias dos boatos. Clima perfeito para populistas e ditadores.


Octávio Ribeiro, director do Correio da Manha [sem til] em editorial.


[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

||| Os 150 anos do Diário de Notícias mereciam um melhor director

por josé simões, em 12.01.15

 

manif paris.jpg

 

 

Depois de 3 anos a ouvir dizer todos os dias que "Portugal não é a Grécia", no sentido de que somos muito melhores e muito cumpridores e de que não somos trafulhas e não maquilhamos as contas:


«O mais que podíamos desejar é que estivesse na primeira fila, mas seria, infelizmente, uma desproporção face ao nosso peso diplomático atual - e a verdade é que a nossa falência inevitavelmente nos diminuiu, embora a justificação não seja apenas essa. Se há crítica que deve ser feita a este governo é o seu isolamento. A decisão de arrumar a casa, fazer a faxina, descurando o lado diplomático que poderia até dar-nos mais voz do que matematicamente valemos, nunca esteve realmente na equação. Virados para dentro, sufocando na dívida e nos jogos de poder provincianos e destrutivos, ontem o país deu o passo certo, sem ambiguidades, sem sentimentalismos deslocados, sem masoquismo [...].»


Era capaz de jurar que Antónis Samarás, da Grécia que não somos nós e que não cumpre nem faz cumprir, está ali na primeira linha da manif, de cabeça erguida e de braço dado com Mariano Rajoy, da Espanha que não é a Grécia, de braço dado com David Cameron, da Inglaterra que não é nada com nada, sem o peso diminuído e sem a desproporção equacionada, malgré o segundo resgate e a ameaça do terceiro. Em boa verdade não somos a Grécia, a começar logo pelos valores e pela coluna vertebral na hora de dizer "presente!".


Os 150 anos do Diário de Notícias mereciam um melhor director ou, vá lá, um director mais honesto e menos lambe-botas do poder instituído.

 

 

 

 

||| Podem continuar a rebuscar ainda mais os argumentos

por josé simões, em 20.11.14

 

BOOMPopularComics72.jpeg

 

 

 

A especulação imobiliária continuou de vento em popa, os preços não caíram para o seu real valor, antes pelo contrário, "o metro quadrado em Lisboa, mesmo nas zonas mais nobres" manteve o preço ou até subiu, criou empregou que se fartou onde fazia falta - na construção civil, e não nos avençados à comissão sobre as vendas - nas imobiliárias.

 

A gente vai pelos arrabaldes e pelos subúrbios das cidades – não pelos centros, que nos centros está o comércio moribundo no rés do chão e no primeiro andar mora o armazém do comércio moribundo do rés do chão, e vê ruas, praças, avenidas inteiras com prédios inteiros de T dois e T três e T quatros à venda e que foram, que vão ser salvos pelos chineses e pelos russos, que estão mortinhos por comprar habitação na Damaia ou em Santo António dos Cavaleiros ou no Poço Mouro e na Reboreda, em Setúbal, salvando assim muitas famílias que "conseguiram negociar imóveis que, se o preço caísse a abaixo do valor de compra original, ficariam ainda em maiores dificuldades. Assim puderam vender bem e depressa, reajustando as suas vidas à nova realidade", que é como quem diz continuaram a viver dentro das suas possibilidades, agora sem os anéis mas com os rendimentos dos anéis, e continuaram a poder continuar a exortar os da Damaia, de Santo António dos Cavaleiros, da Reboreda e do Poço Mouro a viver dentro das suas e a entregar as casas ao banco.

 

Podem continuar a rebuscar ainda mais os argumentos. A gente promete não se rir.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| O sentido de humor do Diário de Notícias

por josé simões, em 18.11.13

 

 

 

Em editorial, e a propósito da privatização dos CTT:

 

«o recente exemplo inglês, onde a banca está a ser investigada por causa do negócio do Royal Mail, é um alerta a ter em conta»

 

[Na imagem o jornalista mais famoso do mundo]

 

 

 

 

 

 

|| Um povo inteiro condensado num parágrafo

por josé simões, em 14.08.12

 

 

 

O primeiro parágrafo do editorial do Diário de Notícias de hoje resume exemplarmente, não os últimos 38 anos da História de Portugal, mas a História de Portugal desde a data da sua fundação. A elite no Olimpo, o povo a construir o Partenon, em modo mito de Sísifo, na promiscuidade [a poeira] e alimentado a comida barata e de fácil confecção, merecendo de quando em vez a visita de um Deus, às vezes para procriar, na esperança de que nasça um Hércules ou um Aquiles, ciclicamente, quando a sorte nunca ao povo deu um Perseu.

 

«Em 1976, já Francisco Sá Carneiro se misturava com o povo laranja no meio de muita poeira, frango e sardinha assada, num pinhal de Faro, naquela que passou a ser conhecida como a Festa do Pontal.»

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| "O défice do Estado preventivo" ou o Fascismo 2.0

por josé simões, em 15.06.12

 

 

 

Ou quando o editorial do Diário de Notícias podia muito bem ter sido escrito por um agente da PIDE reformado e atento às "novas tendências":

 

«É pena que a intenção não exista, até porque o princípio em que assenta é mais do que aceitável, sendo até meritório»

 

[Na imagem de Eduardo Gageiro, agente da PIDE/ DGS preso por militares, Lisboa, 25 de Abril de 1974]

 

 

 

 

 

 

|| Maximizing The Audience [Capítulo II]

por josé simões, em 11.03.12

 

 

 

Naquele jeito peculiar de bajular o poder político, seja qual for o partido no Governo, seja qual seja a sua ideologia, o Diário de Notícias lá continua hoje na sua função de rêmora do ministro da Solidariedade e Segurança Social.

 

A pergunta aqui deixada ontem a Pedro Mota Soares vale também para João Marcelino: excelentíssimo senhor director,  punha o excelentíssimo senhor seu pai, ou a excelentíssima senhora sua mãe, num lar destes, num lar com estas condições?

 

[Imagem fanada algures na rede]

 

 

 

 

 

 

 

 

|| O ânus da prova

por josé simões, em 20.02.12

 

 

 

Naquele jeito camaleónico de cair nas boas graças do poder, de se colar ao Governo, seja ele qual for, seja qual seja a sua orientação política e/ ou ideologia, o Diário de Notícias escreve hoje em editorial que «O Presidente "fortalecido" que Passos Coelho quer é um Presidente que partilhe com ele o desgaste político de liderar o País em tempos difíceis». Errado. O que Passos Coelho quer é substancialmente diferente, é um Presidente com quem partilhar o desastre político da governação. E para aí, sendo igual a si próprio, como alguém numa feliz expressão já classificou como o "Supremo Cobarde da Nação", Cavaco Silva não está virado e, Pedro Passos Coelho vai ter de arcar sozinho com o ânus da prova.

 

[Imagem de autor desconhecido]