"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O sobrinho e afilhado do representante da Acção Nacional Popular na ilha adjacente da Madeira e director do jornal Voz da Madeira, onde se arranjou um lugarzinho para o jovem escrevinhar umas crónicas a enaltecer o fascismo, depois de concluído o curso, à rasquinha e depois de muito tempo, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, confortavelmente hospedado numa casa da Mocidade Portuguesa, dispensado que foi de combater na Guerra Colonial e colocado num quartel da ilha adjacente da Madeira, departamento Acção Psicológica Militar, graças a uma vaga caída do céu e que lhe permitia dar aulas no liceu [há gente com muita sorte na vida], como ia a dizer, o sobrinho-afilhado quer fazer com as greves o que se deixou de fazer com as greves logo a seguir ao dia 25 de Abril de 1974, quando os sobrinhos-afilhados e os seus tios e pais e mães foram metidos no devido lugar.
[Na imagem Alberto João Jardim com a t-shirt da organização terrorista FLAMA]
Alguma vez fez greve? (Pausa) Já. Fiz greve em Inglaterra, quando tinha dezassete anos (sorri).
Por que motivo? Estava num campo de trabalho de juventude, ainda era estudante. Trabalhava na agricultura, a colher tomate e feijão-verde e a plantar couves e coisas do género. […] Os proprietários das quintas, que eram empresas, pagavam mais pelas tarefas mais difíceis e menos pelas mais fáceis… Mas houve uma altura qualquer, já não se sabe por que carga de água, decidiram pagar tudo por igual, nivelando por baixo. Era um grupo de 40 ou 50 estudantes de vários países e fizemos greve durante três dias.
Hoje o Avante! fala de «Repressão anti-sindical», mas é na Colômbia, Turquia e Argentina. E duma «Greve nas alfândegas», mas é em Portugal. De Venezuela népias. Talvez saia na próxima semana.
Quem sintoniza uma determinada estação de rádio fá-lo pela música, pela cobertura noticiosa, pelos debates e pela opinião, ou até pelos relatos desportivos; não obrigatoriamente por esta ordem. Nunca pela informação de trânsito, que é qualquer coisa que vem por acréscimo, como os “compromissos publicitários”. Aliás, as informações de trânsito servem para o automobilista ser avisado com antecedência e poder escolher alternativas à “ratoeira”, nunca para saber qual ou quais as razões por que o tráfego não flúi.