E a data das eleições é...
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Dilma Rousseff na capa da revista Veja, Especial Impeachment.
[Esta e outras capas disponíveis no Pinterest "Extra! Extra!"]
A grande falha, talvez a maior de todas e a imperdoável e merecedora de impeachment, dos governos do PT de Lula e Dilma foi não terem mexido uma palha para reformar o sistema constitucional parlamentar brasileiro.
Um espectáculo ainda mais deprimente que as transmissões de Natal da RTP a preto-e-branco das "províncias ultramarinas para a Metrópole" com os infindáveis "para os meus pais, irmãos, namorada e restante família um bom Natal e um próspero Ano Novo". "Em nome de Deus e do coronel que torturou a Dilma". "Em nome de Deus e dos meus filhos e da Escola de Samba da Mangueira". Em nome de Deus e dos meus netos e dos eleitores de Mato Grosso. "Em nome de Deus e dos unicórnios e do Botafogo". "Em nome de Deus e dos eleitores do Estado de Minas Gerais". "Em nome de Deus e por causa da extinção dos dinossáurios e do Cruzeiro de Belo Horizonte": Por amor de Deus...
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Lula da Silva não é corrupto. Não há corruptos no Partido dos Trabalhadores. Dilma Rousseff não pactua com a corrupção. É tudo uma conspiração de brancos, habituados a pretos como serviçais, ricos e ressabiados com a diminuição das desigualdades e do fosso entre ricos e pobres no Brasil da era PT, ansiosos pelo regresso da miséria e do chicote, o dia da desforra. A luta de classes a sul do equador. É isto que querem que se veja nesta fotografia, não é?
No país da miscigenação. Por amor da Santa...
[Na imagem A Redenção de Cam]
Marina Silva que era Lúcifer na Terra porque refém das seitas evangélicas é agora o Arcanjo Gabriel no Jardim do Éden por via do apoio a Aécio Neves. É mais ou menos isto, não é?
[Imagem de autor desconhecido]
Agora que nos aproximamos da hora do pontapé de saída para o Mundial de 2014 e que, como por artes mágicas, as notícias dos protestos e dos confrontos com a polícia nas ruas das principais cidades brasileiras vão desaparecendo das páginas dos jornais e do primetime das televisões, apesar de continuarem lá, nas ruas, todos os dias e a todas as horas, convinha recordar o percurso de Dilma Vana Rousseff, de resistente à ditadura militar, que sofreu na pele a violência policial [A Dilma levou choque até com fiação de carro, fora cadeira do dragão, pau-de-arara e choque pra todo lado] até Dilma Vana Rousseff, "Presidenta" da República Federativa do Brasil, que ordena a violência policial sobre os cidadãos.
As coisas são como são ou, como cantou um outro "brasileiro" famoso, «No One Is Innocent. God save politicians God save our friends the pigs», ou até mesmo as palavras da ex-resistente e "Presidenta" eleita , «Há uma perda intrínseca para o país quando essa experiência de uma juventude que se jogou na luta democrática, se jogou no combate para construir um país melhor [é] perdida por morte».
[Na imagem o resumo do Mundial 2014 e de todos os outros que o precederam e que se lhe vão seguir numa frase na primeira página da The Economist]
O "rolezinho", ou lá o que é, é o que menos importa. O curioso, ou nem por isso, sinais dos tempos, dos tempos não exclusivos brasileiros, é o protesto, sim, porque é de um protesto que se trata, ser marcado para um lugar público, de administração privada, com direito de admissão, e não para um lugar público de administração pública, uma praça, uma rua, uma avenida. Podíamos ir pelas novas centralidades e pela reconfiguração urbana, e vamos por aí, mas até por aí a agenda neo-liberal conseguiu impor as regras e marcar a agenda. Encerra-se o centro e mata-se o protesto. Fica muito bonito nas televisões e nas fotos do blog da The Atlantic, os 15 minutos wharolianos, inócuos e inconsequentes, talvez até contraproducentes, a moral da lei e da ordem espicaçada na opinião pública, "os bandalhos anarquistas e desrespeitadores" do direito dos outros à liberdade que vão para ali, para o shopping, estragar o direito ao negócio e o direito a gastar, e a passear, e a passear em família [muto importante!]. E prontes, a válvula de escape funcionou, coitus interruptus para os manifestantes, oportunidade para expor o "sentido de Estado" para a Lei e para a Ordem, e para o opinião privada escudada na opinião pública. A Naomi Klein "adivinhou" isto em No Logo.
Enquanto continuarmos todos a jogar o jogo segundo, e seguindo, as regras de quem criou o jogo…
«A nova palavra de protesto no Brasil chama-se "rolezinho"
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Escrevia ontem a Thaís, desde S. Paulo – Brasil, para descrever
O espírito:
Da coisa: