"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
É o escudo, inatacável pelo senso comum, atrás do qual se escondem os patrões e os accionistas sem escrúpulos, que o exército de desempregados, mão-de-obra barata e força de pressão sobre quem trabalho e tem emprego razoavelmente remunerado, se dispõe a aceitar como dogma e que serve para manter largas franjas da[s] população[ções] no limiar da pobreza e da sujeição, porque a barriga vazia, a sua e a dos seus, vale o que vale e vale muito. Perguntem aos vossos pais e aos vossos avós e perguntem também o que já ouviam dizer aos pais deles e aos avós dos pais e assim sucessivamente, desde sempre, desde tempos imemoriais e em todas as ocasiões, perguntem.
Coerência é a imprensa económica do pensamento único dominante que andou 4 anos a dar améns ao Governo da direita por ter acabado com feriados, tolerâncias de ponto e pontes, que eram feitas às custas de dias de férias que levaram um corte de 5 dias, tudo em nome da produtividade, do crescimento e da recuperação económica do país, nada por causa da mais-valia do patrão e accionista, não ter edição em papel à terça-feira de Carnaval, que não é, nem nunca foi, feriado.
Como é que as contas dos levantamentos para compras de Natal são feitas ao dia 1 [53 milhões de euros aqui e 700 milhões [!!!] aqui] se no sector privado o 13.º mês é pago até ao dia 15 de Dezembro [aquele que é pago...]?
As pessoas deixaram de pagar a renda da casa, a água, a luz, as mercearias e as compras do mês, a escola dos filhos, os medicamentos, etc. , etc. , etc. , para, imbuídos de espírito natalício, desatarem a gastar à vara larga em compras para o sapatinho e deixaram o resto para dia 15?
No dia em que vencia a última prestação do famigerado IMI os portugueses levantaram dinheiro para compras de Natal?
Todas os levantamentos e todas as transacções multibanco foram canalizadas para as compras da quadra?
Natal é sempre que a imprensa acéfala quiser e este calhou ser no 1.º de Dezembro, dia da Restauração do Natal?
Os jornais de economia – Jornal de Negócios e Diário Económico, não tiveram edição em papel, não estavam nas bancas, hoje, terça-feira de Carnaval, dia útil, dia de trabalho. Alguém devia fazer alguma coisa acerca disto, privatiza-los, por exemplo. Os calaceiros. Pensam que o país vai lá com descansos e carnavais. É que nem o CDS de Paulo Portas – o partido dos feriados, foi tão longe.
Ainda sou do tempo em que o Vasco Campilho, de megafone nas unhas, organizava manifs contra a asfixia democrática frente à Assembleia da República, com direito a manifesto e blog e tudo, Agora, asfixiadoassoberbado em trabalho, não há tempo para nada e a reacção aproveita para atacar as conquistas de Abril por todos os flancos.
“Tu não sabes quem eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ter a certeza que vais parar ao hospital.”
“Agora fiquei preocupado… estás avisado se metes a minha mulher ao barulho nesta história… vais parar a um hospital.”
Marques 'mindinho' Mendes é bruxo, assim como bruxos são os fulanos da Goldman Sachs do José Luís Asnô e o camarada Xavier Musca. Cavaco Silva também já foi bruxo mas perdeu os dons da adivinhação com a Sociedade Lusa de Negócios e agora é simplesmente cobarde. E ainda havia o grande desígnio nacional que era ter um português presidente daquela coisa lá em Bruxelas-
Na América de Scorsese isto acabava com cabeças de cavalo em camas de casal, no Portugal do sô dôtor, com territórios demarcados a mijo de cão nas árvores e nas esquinas, é provável que acabe em acordos "extra-judiciais" entre as partes.
Da primeira página do Diário Económico [29 de Outubro de 2013]:
António Saraiva: "Medidas do OE para o crescimento económico são insuficientes"
Campos e Cunha: "Incerteza tem afundado mais a economia que austeridade"
Eduardo Catroga: "Taxa sobre energia retira credibilidade ao Estado"
Faria de Oliveira: "Reforma do Estado, em sentido amplo, continua por fazer"
Silva Peneda: "Falta visão estratégica à medida dos desafios"
|| Karl Marx, Crítica ao Programa de Gotha: "De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades". Substituir por venalidade e umbigo.
É aquele que aos 71 anos de idade e 40 anos na política activa – com o curriculum cheio de cargos de governação, e de cargos profissionais de nomeação política, decorrentes da sua actividade política e das ligações aos partidos políticos no poder, mais meio século de carreira na área do Direito – metade em negócios com o Estado, pelo seu profissionalismo e competência e lindos olhos e não decorrentes da sua actividade política, descobre que o Tribunal Constitucional é um tribunal político, cujos magistrados, nomeados pelos partidos políticos, tomam decisões por motivações ideológicas e políticas. Deus m' acuda!
"Recuou pela pátria e não por querer mais poder". LOL ninguém se ri. Se não for trabalhar a empresa fecha ou se não jogar no domingo o clube perde. E dia 25 de Dezembro à meia-noite o Pai Natal desce pela chaminé. Mascarado de Viriato ou, vá lá, de Nuno Álvares Pereira. Its an Injustice. Calimero vezes 365 dias do ano vezes oito anos. "Eu sou exemplo". Its an Injustice. ROFL ninguém se ri. Fermata, suspensão ao critério do intérprete. Its an Injustice. Blah-blah-blah, prova de vida, andar por aí. Voltar um dia. Em modo Mascarilha ou, vá lá, John Steed. Patriota também, e com sentido de Estado. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. LMFAO ninguém se ri. Faz-lhe bem ao ego.
Depois da mãe do seu filho, o irmão inseparável do filho da sua mãe. E ir para a praia que estamos em Agosto?
Curioso que 3 dias passados sobre a sondagem que dá Paulo Portas como "o principal responsável pela recente crise política", e que remete o CDS/PP para uns míseros 3% nas intenções de voto, apareça, com destaque de primeira página, a mãe do vice-primeiro-ministro e líder do segundo partido da oposição, a falar do sofrimento do filho, por causa do irrevogável-revogável; do seu sofrimento enquanto mãe, por causa do irrevogável-revogável; do espírito de sacrifício do filho, por causa do irrevogável-revogável; das preocupações com a saúde do filho, por causa do irrevogável-revogável "casamento com a política".
Talvez o "melhor povo do mundo", com o melhor coração do mundo e com a mais fraca memória do mundo, se esqueça do sofrimento sofrido em 2 anos de Governação do filho da sua mãe; se esqueça da miséria infligida pelo Governo do filho de sua mãe em 2 anos de governação; se condoa do coração da mãe do vice-primeiro-ministro e líder do segundo partido da oposição – o sofrimento das mães, nos povos que veneram a mãe de Jesus, tem sempre muito peso e até faz chorar pedras da calçada; se condoa do irrevogável-revogável vice-primeiro-ministro e líder do segundo partido da oposição, sujeito a "um dia poder dar-lhe um AVC e ir desta para melhor".
Vale sempre a pena tentar ou, como diz o povo, quem não chora não mama.
E, pelos motivos que aqui se dão conta, seriedade era ter recusado o cargo quando lhe foi oferecido e não depois de ser badalado na comunicação social. Não é preciso conhecer Caio Júlio César, é do senso comum. Se era uma questão de bom-nome familiar a reacção é como limpar alcatrão da roupa com água da torneira.