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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

47 anos depois dos 48 anos antes

por josé simões, em 12.04.21

 

castelo velho setubal.jpg

 

 

Até aos anos 80 do século passado era assim a paisagem nas colinas e montes que rodeiam a cidade de Setúbal [na imagem retirada do livro Fartas de Viver na Lama- 25 de Abril. O Castelo Velho e outros bairros], barracas feitas com as caixas dos carros Austin Morris que eram montados na fábrica de Setúbal, operários especializados, com salário e descontos para a Segurança Social, a produzirem carros para a exportação mas sem rendimento que permitisse a compra ou o aluguer de uma habitação condigna. A mulher, quando não ficava em casa, andava na casa de outros "a dias" ou na indústria conserveira quando o apito da fábrica tocava à chegada dos barcos. Os putos cresciam lá em cima, uns com os outros, ao Deus-dará, os índios.

 

47 anos depois dos 48 anos antes o estudo A Pobreza em Portugal – Trajectos e Quotidianos, da Fundação Francisco Manuel dos Santos diz-nos que em Portugal pelo menos 11% dos trabalhadores são pobres, apesar de terem trabalho e salário certo ao fim do mês. Mais de um terço dos pobres em Portugal são trabalhadores, a maioria dos quais com vínculos estáveis e salários certos ao fim do mês.

 

E isto tem um nome. E já cansa repetir. E cansa a ladaínha do "portugueses de bem", do "vai para a tua terra", do "povo honesto" que serve para desviar o foco, meter o miserável a olhar para baixo, contra o ainda mais miserável, aquele que na canção do Gabriel, O Pensador, tem como objectivo na vida "morar numa favela".

 

 

 

 

Substituir "mexicanos" por__________________

por josé simões, em 21.01.20

 

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               A primeira página do mexicano La Jornada.

 

 

 

 

1%

por josé simões, em 14.12.17

 

Nilton Fukuda-Estadão.jpg

 

 

A imagem quase que dispensa ler a notícia.

 

 

 

 

||| Circo

por josé simões, em 15.06.15

 

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Ou como a incompetência do FMI está a matar o capitalismo:


«Não só se confirma que a desigualdade está ao "mais alto nível em décadas" e que uma maior desigualdade tem como consequência um abrandamento do crescimento da economia [...].


[...] mais desigualdade faz as economias crescer menos. "Se a parte do rendimento dos 20% mais ricos aumenta, então o crescimento do PIB diminui no médio prazo", [...] "um aumento da parte do rendimento detida pelos 20% mais pobres está a associado a um crescimento do PIB mais elevado".


Como a desigualdade faz mal ao crescimento, faz sentido perceber o que a está a provocar, para tentar inverter a tendência.


Um dos mais importantes é o aumento do prémio que é oferecido aos que têm mais qualificações. Com o desenvolvimento tecnológico, a parte da população que tem qualificações que lhes permitem tirar mais vantagens desse desenvolvimento viu os seus rendimentos subirem muito mais do que os que não têm essas qualificações.


[...] “a suavização da regulação nos mercados de trabalho está associada com uma desigualdade no mercado e um peso do rendimento dos 10% mais ricos mais elevada”, [...] “a flexibilidade do mercado de trabalho beneficia os ricos e reduz o preço de negociação dos trabalhadores de mais baixos rendimentos”.


A política fiscal já desempenha um papel significativo a enfrentar a desigualdade de rendimento em muitas economias avançadas, mas esse papel redistributivo da política fiscal pode ser reforçado através de uma maior importância para os impostos sobre a fortuna e a propriedade, de uma tributação mais progressiva dos rendimentos, da redução das oportunidades para a fuga aos impostos, de uma melhor escolha dos benefícios sociais, ao mesmo tempo que se minimizam os custos de eficiência”»


[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

||| "Nós somos considerados como países ricos no mundo" [*]

por josé simões, em 22.05.15

 

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«In it together? The 10 most unequal developed countries who are leaving their poor behind»


[*] Pedro Passos Coelho em 15 de Maio de 2015

 

 

 

 

||| "Só vamos sair da crise empobrecendo" [*]

por josé simões, em 21.05.15

 

 

 

"La OCDE advierte que la creciente desigualdad frena la economía"


[*] Pedro Passos Coelho em 25 de Outubro de 2011


[Imagem]

 

 

 

 

||| 53 vezes mais

por josé simões, em 27.10.14

 

 

 

«As pessoas defendem que a diferença de salários entre CEO e trabalhadores não qualificados deveria significar que os primeiros ganhariam cinco vezes mais do que os segundos, mas a realidade a que se assiste nas grandes empresas é a de que, em média, os CEO ganham 53 vezes mais.


[,,,]


Pedro Soares dos Santos ganhou 108 vezes mais do que a média dos restantes trabalhadores da Jerónimo Martins em 2013. Paulo Azevedo mais 92 vezes na Sonae. Estes foram os dois gestores em que a diferença foi maior, um facto explicado pelos seus grupos terem um peso muito significativo do comércio a retalho onde, em média, se praticam salários mais baixos.


[...]


O prémio Nobel da Economia Paul Krugman, uma dos economistas que mais alertas faz em relação ao agravamento registado na desigualdade durante as últimas décadas, sugeriu uma explicação. Krugman, na sua coluna no The New York Times, refere o estudo publicado pela Harvard Business School e diz que a diferença entre a percepção e a realidade se deve ao facto de os mais ricos entre os ricos serem virtualmente "invisíveis" para o resto da população, uma vez que "estão totalmente afastados das vidas das pessoas comuns". "Nós até podemos ver, e sentirmo-nos incomodados com, jovens universitários a conduzirem carros de luxo. Mas não vemos gestores de fundos a irem do trabalho para as suas enormes mansões nos Hamptons de helicóptero", diz o economista. Krugman defende que é essa "invisibilidade" que evita que o protesto contra as desigualdades que diz serem crescentes seja maior.»

 

 

 

 

||| Um mentiroso compulsivo

por josé simões, em 09.07.14

 

 

 

Ora deixa cá ver quem é que quem governava entre 2007 e 2011...

 

"Na apresentação do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a consolidação da reforma estrutural em Portugal, encomendado pelo Governo e entregue ontem, terça-feira, Pedro Passos Coelho elogiou o trabalho dos últimos anos, sublinhando a diminuição da desigualdade dos rendimentos e da taxa de pobreza relativa. Contudo, as conclusões baseiam-se em números centrados no período entre 2007 e 2011, apresentados no relatório."

 

[Pinocchio na imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Quando a “esmola” é dada por uma entidade majestática o pobre devia desconfiar

por josé simões, em 12.07.11

 

 

 

Dito de outra forma [prefiro ver desta forma], apesar da ajuda do Estado, quase metade da população portuguesa [43%] está em risco de pobreza.

 

É uma religião: o Estado é Omnisciente, Omnipresente, Omnipotente, O Misericordioso e O Criador.

 

(Imagem Times Square, New York, 1953, Edouard Boubat)

 

 

 

 

 

 

|| No shit?!

por josé simões, em 05.04.11

 

 

 

 

 

Até à data, o que a globalização fez foi colocar os miseráveis do terceiro mundo a viver ao nível dos miseráveis do primeiro mundo. Sempre é uma subida no ranking, ou como canta o Gabriel que é Pensador: “Eu queria morar numa favela… Eu queria morar numa favela… Eu queria morar numa favela…

 

«Strauss-Kahn reconhece que globalização acentuou 'fosso entre ricos e pobres'»

 

(Imagem de René Jacques)