"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Por inépcia, por incompetência, por falta de ideias, por ausência de pensamento estratégico e por fundamentalismo ideológico, olhando para os respectivos ministérios – Economia, Trabalho/ Segurança Social e Educação ["esqueceu-se" de referir a Saúde], e para as taxas e índices nos relatórios recentemente vindos a público sobre Portugal e sobre o resultado destes 5 anos de governação, tudo coisas que passam ao lado do Presidente e do Governo de iniciativa presidencial:
Corrigiu corrigiram-lhe o tiro, apela agora à caridade cristã dos portugueses - da tradição de dar esmola aos pedintes na porta das igrejas e dos cemitérios; ao bom coração, à humanidade e ao espírito de solidariedade dos portugueses - das recolhas de alimentos e roupas nos dias marcados nos supermercados. Que foi por falta de dinheiro. Nunca falha. Problemas na vida, passar por dificuldades, mês a mais e salário a menos e contas para pagar e renda da casa e bocas dos filhos à mesa do jantar todos tiveram. Mesmo que as dificuldades que todos tiveram, têm e vão continuar a ter por muitos e bons anos, tenham sido causadas por o pagar custe o que custar de quem foge ao pagamento como o Diabo foge da cruz e do dinheiro que não chega para tudo no Estado que não pode salvar custe o que custar. Esta gentinha é perigosa.
Que o PS e José Sócrates e José Sócrates e o PS não devem cair em tentação e misturar a detenção de José Sócrates com o partido e o partido com a detenção de José Sócrates. Já Pedro Passos Coelho pode, e deve, misturar tudo e ainda meter José Sócrates, que está preso, não foi julgado nem condenado e não se pode defender, ao barulho, e ainda misturar a família pelo meio, mulher e filhas, supõe-se, que o pai, esse, anda calado há muito e a mãe do patriota Paulo Portas também não bule que com o mal dos filhos das outras pode ela bem.
Pedro Passos Coelho no meio de Luís Montenegro – his master's voice no Parlamento, e que com uma parte do corpo lhe protege as costas, e de Marco António – o ideólogo da "ida ao pote", que parece levá-lo pelo braço enquanto esboça um avanço para, pela frente, com o seu próprio corpo proteger o corpo do chefe, acossado, olhar a roçar o pânico, que levanta o braço direito para se defender de possíveis golpes desferidos. Tudo numa imagem. Um partido desorientado, porque apanhado de surpresa, à nora, a disparar em todas as direcções.
Era a RTP enviar José Rodrigues dos Santos para a porta da casa de Pedro Passos Coelho com uma reportagem sobre falsos beneficiários do Rendimento Social de Inserção, fraudes com baixas médicas, e gente a receber subsídio de desemprego mas a trabalhar por conta própria sem passar recibo.
Dinheiros dos contribuintes comunitários em acções de formação profissional para profissões desnecessárias em locais e postos de trabalho inexistentes; regimes de exclusividade e subsídio de reintegração enquanto deputado; remunerações que afinal são despesas de representação; e agora as contribuições para a Segurança Social. A carreira remuneratória e contributiva de Passos 'O Moralista' Coelho é toda ela uma nebulosa.
«E agora queremos fazer uma reforma do Estado durável. A JSD tem aqui uma intervenção decisiva também, junto dos jovens portugueses. Trata-se realmente de dar sustentabilidade à nossa despesa pública que é como quem diz também aos impostos que nós pagamos porque só é possível ter despesa financiada pelos impostos e precisamos de fazê-lo de maneira a que no futuro aqueles que hoje descontam para as suas pensões futuras as possam vir a receber. Já que alguns – não são muitos – mas alguns dos que hoje recebem pensões não descontaram na proporção das pensões que hoje recebem e que são pagas hoje por aqueles que trabalham e fazem os seus descontos e vão receber pensões bem menores do que aqueles para quem hoje estão a pagar»
«Salários do Estado até mil euros caem em 2015», e o pormenor delicioso do "eventualmente": «Antes de o salário eventualmente subir, ainda vai descer». Já dizia o Peter Gabriel em The Carpet Crawlers, "we' ve got to get in to get out"...