"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Tudo somado o resultado é: licenças de parentalidade, trabalho parlamentar no distrito por onde se é eleito, baixas por doença, missões parlamentares no estrangeiro. E a Covid-19 e o confinamento. A Covid-19 e o confinamento em que aos eleitos foi pedido para que ficassem em casa e onde só xis deputados por partido marcavam presença no Parlamento.
Mau jornalismo, este do Diário de Notícias. E só não é um bom serviço ao Ventas do Chaga porque esse falta mais que todos os outros e por razões que nada têm a ver com a função para a qual foi eleito.
Luís 'Danny Kaye' Montenegro, sendo que o original tinha infinitamente mais piada porque cantava e dançava, líder da bancada parlamentar do outrora partido social-democrata, imortalizado pela sigla PPD/ PSD e designado, por Relva & Marco, futuro líder do partido ex-liberal, tomado por dentro por um bando de gaiatos, social-democracia-sempre-com-ponto-de-exclamação-no-fim, depois de 5 - cinco - 5 anos a acusar o Bloco e o PCP de legítimos herdeiros do estalinismo-trotsquismo e representantes legais do totalitarismo-chavista-castrista na Europa, por via da corrente syrizica na Grécia, se bem que o Syriza não rime, nem que a vaca tussa, com o KKE e que nesta altura do campeonato seja ideologicamente mais social-democrata do que as siglas do PSD, um pormenor que não estraga narrativas, vem agora invocar a experiência da democracia grega, por oposição ao totalitarismo da democracia constitucional parlamentar portuguesa, com quase 50 anos de provas dadas, a propósito de aproximar o sistema político dos eleitores, sem que o pormenor de um bónus de 50 - cinquenta - 50 deputados, não eleitos em eleições livres e democráticas, dados ao partido vencedor das eleições, seja explicado aos eleitores, em particular, e ao povo, em geral. Deve ser isto "o pensamento político de Sá Carneiro" que enche a boca do designado, por Relvas & Marco, futuro líder do partido ex-liberal, tomado por dentro por um bando de gaiatos, social-democracia-sempre-com-ponto-de-exclamação-no-fim, de cada vez que abre a boca sem ter nada para dizer e sem referências políticas que se aproveitem.
À parte o topete de quem, durante 4 anos, votou acéfalamente favoravelmente sucessivos Orçamentos do Estado sucessivamente declarados inconstitucionais pelo Tribunal Constitucional [e projectos de lei vários, enriquecimento ilícito, por ex.], sem nunca se lhe ter ouvido uma palavra e ainda o ter ouvido, calado e consentido as pressões sobre o Tribunal Constitucional de Pedro Passos coelho, líder do partido, primeiro-ministro do Governo, mais os ataques de Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do maior partido que suporta a coligação, o PSD, a sua bancada parlamentar, sobre o Tribunal Constitucional, vir agora invocar a Constituição e a liberdade do deputado eleito, esta intenção da democrática aliança que vai pôr Portugal à frente só surpreende os mais distraídos ou quem, durante estes últimos 4 anos, não seguiu os trabalhos parlamentares do PSD e do CDS, com o zénite a cada 15 dias nos debates no Parlamento com os líderes das duas bancadas parlamentares – PSD e CDS a tecerem loas e a entoarem árias ao primeiro-ministro e ao Governo disfarçadas de interpelações que, quando não eram interpelações disfarçadas, eram as deixas, como o homenzinho escondido dentro da caixinha à frente do palco – o ponto, para o discurso propagandístico que se iria seguir. No fundo é só consignar no papel o que na prática já acontece por livre e espontânea vontade dos visados.
Os imigrantes votam 15 dias antes da data marcada para o acto eleitoral e a contagem dos votos é tornada pública 15 dias depois do dia das eleições, e quando já é sabido qual o partido vencedor e que os 4 deputados a atribuir pelos círculos da Europa e Fora da Europa não vão alterar em absolutamente nada a composição do futuro Parlamento, da(s) maioria(s) parlamentares e a indigitação do futuro primeiro-ministro pelo Presidente da República. Entretanto passaram 3 – três – 3 meses desde que o anterior primeiro-ministro apresentou a demissão. Nem o pai morre nem a gente almoça.
Capoulas Santos diz que as criticas de Ana Benavente são ressentimento por ter sido excluída das listas de deputados do PS. Não sei o que os outros, os excluídos e os incluídos, pensam disto. Mas sei o que pensa Jorge Lacão.
Verdadeiramente surpreendente seria a preocupação sobre os critérios de escolha dos candidatos a deputados (a começar pelo próprio PS), sobre a falta de ligação dos deputados aos círculos eleitorais pelos quais foram eleitos, sobre a elaboração das listas e sobre a constituição dos grupos parlamentares. Assim parece mesmo o que é: arrumar de vez com os pequenos partidos (CDS/ PP, BE, PCP) e transformar o Parlamento num clube privado de “elite” para o PS e o PSD.