"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Em nome da competitividade e do investimento e da criação de emprego. A juntar à baixa da taxa de IRC. E a nunca esquecida baixa da TSU, para o empregador, em standby. Podia ter acrescentado, mas não. Decerto por esquecimento. Para já 'a ideia' é proteger as empresas. Até 2018. Porque "o roaming com turistas gera uma receita anual de 100 milhões de euros". A repartir no final do ano pelos accionistas. Depois de pagos os salários milionários aos CEO e sortido rico de administradores. Para quem se governa.
Aqueles que no dia 31 de Dezembro de 2001 vendia a bica a 50 escudos e que no dia 1 de Janeiro de 2002 começaram a vender a mesmíssima bica, na mesmíssima chávena, e tirada na mesmíssima máquina, a 50 cêntimos de euro; aqueles que no dia 31 de Dezembro de 2001 vendiam a batata a 100 escudos o quilo e que no dia 1 de Janeiro de 2002 passaram a vender a mesmíssima batata, no mesmíssimo local, pesada ma mesmíssima balança, a 1 euro por cada quilo; aqueles que… e um grande et caetera, são os mesmos que vêm agora avisar que «o desaparecimento das moedas de 1 de 2 cêntimos, proposto pela Comissão Europeia, deverá originar um ligeiro aumento dos preços».
Apesar da DECO ter como máxima e lema o nome do álbum dos Mothers of Inventation, "We're Only in It for the Money", apesar da DECO nos spammar a caixa do correio e o e-mail com promoções dignas das "excursões de reformados" num fim-de-semana a Lourdes, organizadas por obscuras empresas espanholas, e que acabam na venda de colchões ortopédicos que até endireitam marrecas de nascença, e relógios de pulso que até dão horas debaixo de água a mais de 30 metros de profundidade sem enferrujar, tudo pago em suaves prestações, apesar disso tudo que toda a gente está farta de saber, os primeiros a apontar o dedo à comissão cobrada pela DECO foram os "liberais" que estão na primeira linha da defesa das comissões bancárias porque sim e porque sem sistema bancário não há economia, da ciência das notações especulativas atribuídas pelas agências de rating, da legalidade dos contratos swap, da recapitalização da banca com o dinheiro dos contribuintes, dos juros da dívida que não são altos nem são um problema, do esbulho ao rendimento dos contribuintes pelos colaboracionistas Coelho-Gaspar-Portas, da bondade do mercado auto-regulado, do "não há almoços grátis". É isso não é?
Já mais fácil é aumentar os custos extra na factura do consumidor, camuflados de incentivo ao investimento e, como que por artes mágicas, transformados nos salários e prémios obscenos recebidos pelas administrações e pelos accionistas da EDP e da REN.
(Na imagem “… drugs & rock n’ roll”, autor desconhecido)
Já sobre Deco que é apanhado com Pinto da Costa a preparar a melhor forma de chantagear a Federação e a Liga, assobia para o lado… Deve ser por causa do “Segredo de Justiça”… (Vocês sabem do que eu estou a falar).
Atestamos o carro na sexta, no domingo ou na segunda. É idiota. Num país onde iniciativas "um dia sem carros" falham rotundamente. Ainda assim um bocadinho menos idiota que este.
Adenda às 20:24 - No Telejornal da RTP1, a repórter pergunta a uma transeunte na rua: "nota alguma coisa de diferente hoje em Lisboa?"; resposta: "Está o céu muito nebulado..."