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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Deu para tudo

por josé simões, em 18.01.22

 

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Deu para António Costa finalmente proferir as palavras proibidas feitas palavrinhas mágicas: "maioria absoluta";

 

Deu para Rui Rio aparecer de gravatinha cor de fralda de bebé mudada, qualquer que se a a mensagem subliminar;

 

Deu para Catarina Martins explicar ao moderador, Carlos Daniel, o que está em causa e o que vai ser votado dia 30;

 

Deu para António Costa começar ao ataque, que é como quem diz à mentira, com "a alternativa à maioria absoluta ser crise atrás de crise e eleições de 2 em 2 anos" apagando em directo e a cores os anos entre 2015 e 2018, qual Estaline de tesoura em riste a cortar fotografias com o Trotsky;

 

Deu para Chicão, nascido em 29 de Setembro de 1988, recuperar a memória do sofrimento que foram os anos do PREC;

 

Deu para Ventura, líder de um albergue de neo nazis e fascistas saudosos de Salazar, invocar os países que nos ultrapassaram na União Europeia, os de leste que nos idos do matacão de Santa Comba tinham homens no espaço enquanto nós tínhamos uma autoestrada de Lisboa ao Casal do Marco, as estradas pejadas de carroças puxadas a burros e demorávamos 5 horas a chegar ao Algarve;

 

Deu para João Oliveira esfregar na cara de António Costa que os ganhos que exibe como trunfo para uma maioria absoluta só foram possíveis porque o PCP se chegou à frente, caso contrário tínhamos gramado com mais 4 anos de Governo da troika, com o PS a abanar a cabeça na bancada como os cães de feira que nos 70s se usavam na parte de trás dos carros;

Deu para Cotrim de Figueiredo dizer que acreditava no Pai Natal com as pessoas que sobem na vida a trabalhar;

 

Deu para Rui Rio afirmar que já reduziu despesa pública em empresas privadas;

 

Deu para Ventura recuperar a bisca das "fundações e organismos que absorvem recursos do Estado" lançada pelo Criador, Passos Coelho, nos anos do Governo da troika;

 

Deu para Rui Rio, líder de um partido que há 40 anos não faz outra coisa que desinvestir e retirar competências ao Serviço Nacional de Saúde, dizer que o SNS está em falência, depois de ter passado os debates anteriores a dizer que há funcionários públicos a mais;

 

Deu para Cotrim de Figueiredo passar todo o santo debate a dizer que António Costa não respondia às questões enquanto ele próprio ganhava o cognome de O Ilusionista por causa dos truques para fugir à questão flat tax;

 

Deu para Rui Tavares vestir a fatiota de Cotrim de Figueiredo e explicar aos telespectadores que com a taxa chata do Ilusão Liberal quem fica a ganhar são os mais ricos, para rombo nos cofres do Estado que asseguram serviços públicos gratuitos e universais;

 

Deu para Ventura voltar à carga com "o país em que metade trabalha para outra metade que não quer fazer nada" e "um país outro todos roubam e ninguém vai para a prisão", precisamente no dia em que se soube que a agremiação de bandalhos a que preside vai ser despejada da sua sede em Évora por não pagar a renda da casa há 8 meses;

 

Deu para António Costa fazer autocrítica: "o que faltou foi vontade política para viabilizar o Orçamento do Estado";

 

Deu para Chicão falar em três banca rotas desde 1995 apesar de nem uma ter havido e a que podia ter acontecido foi evitada;

 

Deu para tudo, só não deu para Carlos Daniel aprender que moderar um debate é como no futebol, o melhor em campo é o árbitro quando no fim dos 90 minutos ninguém deu por ele. Tem gosto o burro em ouvir o seu zurro, vox pop.

 

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Um puto palerma levado ao colo para a mesa dos adultos

por josé simões, em 14.01.22

 

Queensbridge housing project in Queens, New York.

 

 

O Sebastião Bugalho acha que Rui Rio ganhou a António Costa. Depois de Rui Rio ter ganho a Catarina Martins. Depois de Rui Rio ter ganho a Rui Tavares. Depois do Chicão ter ganho a toda a gente. Depois do Ventura ter ganho a toda a gente, menos ao Chicão.

 

Um puto palerma levado ao colo para a mesa dos adultos, vá-se lá saber por quem e porquê.

 

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Nunca as escolhas foram tão fáceis de fazer

por josé simões, em 14.01.22

 

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TINA. Ou eu ou o caos. Ou eu à la António Guterres. Ou eu com o PAN. Ou Rui Rio, com maioria de esquerda no Parlamento, e a terceira pessoa presente no debate, Pedro Nuno Santos, ao leme de uma 'Geringonça 2.0'. Nunca as escolhas foram tão fáceis de fazer.

 

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O circo nunca acaba

por josé simões, em 13.01.22

 

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Liberais, defensores da deslocalização de fábricas e empresas da Europa e América do Norte para África e Sudeste Asiático como forma de fugir à protecção ambiental, regulação laboral, baixar custos do trabalho e aumentar a mais-valia ao accionista, que "é nos países menos desenvolvidos que há as maiores catástrofes ambientais e os maiores desequilíbrios ambientais". O circo nunca acaba.

 

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Para o infinito e mais além

por josé simões, em 12.01.22

 

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Onde é que para o "crescimento económico"? O que é que fica do "crescimento económico" depois das migalhas caídas? As perguntas que nunca são feitas em nenhum debate. Dito de outra forma, os do crescimento económico a perder de vista, o nirvana do ilusão Liberal, quando morrerem são as pessoas mais ricas do cemitério, esta é a verdade. Depois da predação do planeta e da destruição da qualidade de vida das pouplações não fica mais nada, o resto são tretas para enrolar totós com conversa.

 

 

 

 

TINA

por josé simões, em 12.01.22

 

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Vem aí a direita. Ou eu ou o caos. O caos que vocês criaram. O Governo mais progressista desde que há progressismo e governos. E ficam vossemecês a saber que vir a direita comigo ao leme é diferente de vir a direita com a direita ao leme. TINA.

 

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Ao balcão da taberna

por josé simões, em 11.01.22

 

Antiga Taberna do Luciano, na Rua Ladislau Parreir

 

 

João Cotrim de Figueiredo diz que os jovens emigram não só pelos baixos salários mas também por causa dos escalões de IRS. Rui Rio acena com a cabeça em sinal de concordância. João Adelino Faria, quieto e mudo, aprende.

 

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O focus group é tramado

por josé simões, em 10.01.22

 

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Depois de uma semana de mobilização do exército de trolls ilusionistas liberais no Twitter e no Facebook em defesa de um curso universitário pago com recurso a empréstimo bancário a 30 anos, João Cotrim de Figueiredo deixa cair a ideia no debate com o salazarinho retardado. Afinal, quando a esmagadora maioria dos apoiantes e eleitores do partido RGA [Reunião Geral de Alunos] estão a terminar o secundário ou andam numa universidade, não era muito inteligente desatar aos tiros para os próprios pés. Também o saudoso Pedro Passos Coelho, pai desta gente toda, quando percebeu os anti-corpos criados arrumou a revisão constitucional do Paulo Teixeira Pinto no fundo de uma gaveta.

 

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Não olhem para cima

por josé simões, em 09.01.22

 

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João Cotrim de Figueiredo, no debate com Inês Sousa Real, a dizer que há que defender o planeta mas não a qualquer custo;

António Costa, no debate com Inês Sousa Real, candidamente a escudar-se atrás de uma lei que deixa o estudo de impacto ambiental a cargo da empresa interessada no projecto mineiro, para o caso.

 

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Cassette enrolada

por josé simões, em 07.01.22

 

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"O Rendimento Mínimo". "Os ciganos". "Os polícias que são agredidos todos os dias". "Os ciganos". "O salário dos políticos". "Os ciganos". "Andamos todos a trabalhar para pagar a quem não quer fazer nada". "Os ciganos". "Os refugiados de telemóvel na mão". "Os ciganos". "A corrupção". "Os ciganos". "A castração química". "Os ciganos". "O número de deputados". "Os ciganos". "A pena de morte". "Os ciganos".

 

Isto dito uma vez, de quando em vez, entra na cabeça de algumas cabecinhas a quem Deus não lhes deu para mais. Isto dito dias seguidos, todos os dias, na televisão a seguir ao jantar, frente a qualquer que seja o oponente, que constantemente se interrompe com dichotes, interjeições, gritaria, falar por cima, enquanto se olha para todos os lados como se estivesse ao balcão da taberna a largar bojardas para todo o auditório do copo de 3, sem que se contraponha qualquer proposta para a economia, a saúde, a educação, o ambiente, o país, só chafurda e pocilga, enquanto se lhe vê esfregado na cara as contradições, o dito por não dito, o recurso sistemático à mentira, retorquindo com insinuações soezes e baixas, não funciona com gente decente, alguns "portugueses de bem", desiludidos com o estado da Nação e capazes de uma conversão no boletim de voto. Ventura morre por ele próprio.

 

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Com um desenho

por josé simões, em 06.01.22

 

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Sou católico mas não sou crente

 

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A normalização da extrema-direita

por josé simões, em 05.01.22

 

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Um dia depois, um canal da concorrência faz o frete do rewind, de modo a Rui Rio rever a história e dizer que não disse o que disse no dia anterior frente ao oportunista, líder do albergue de fascistas, neo-nazis, e ex-camarada de partido, e Rui Rio acaba a interpretar a opinião de André Ventura e a normalizar a posição da extrema-direita sobre a prisão perpétua, que é coisa que apoquenta enormemente os portugueses.

 

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O Calimero

por josé simões, em 05.01.22

 

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António Costa, desde 2015 primeiro-ministro e secretário-geral do partido que nos últimos 25 anos governou 18, no debate com Jerónimo de Sousa preocupado com os professores que passam a vida de um lado para o outro com a casa às costas.

 

O partido que anda, vai para 3 anos, a dizer ser inaceitável um aproveitamento político da pandemia, tem agora o secretário-geral em campanha eleitoral a evocar constantemente a pandemia e a atirar ao oponente "alguém acha que um primeiro-ministro quer abrir uma crise política e ir para eleições antecipadas no meio de uma crise destas?" sem que um amorfo Jerónimo lhe respondesse "sim, e até dentro do seu partido há quem pense isso".

 

 

 

 

Um Conselho Nacional com direito a directo televisivo

por josé simões, em 03.01.22

 

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Até há bem pouco tempo um bate-boca Rui Rio vs André Ventura era só mais uma discussão à porta fechada no Conselho Nacional do partido sobre o RSI, a castração química ou o peso das penas a aplicar, perpétua incluída, e que na melhor das hipóteses teria honra de rodapé num telejornal nas televisões do militante n.º 1 - SIC e SIC Notícias, agora é um debate que extravasou os muros da Rua de São Caetano à Lapa para os ecrãs do prime time televisivo como cortina de fumo para a falta de ideias subjacente ao assalto ao que ainda resta do pote e à forma como cada actor se propõe a lá chegar.

 

[Imagem "Cirk Orgy" by Joko Collages]

 

 

 

 

Desmontado logo no primeiro round

por josé simões, em 03.01.22

 

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Está a apresentar-se vítima de uma situação de que é co-responsável

 

Rui Tavares a apontar o dedo à estratégia de vitimização de António Costa e ao aproveitamento político da pandemia para culpar os ex-parceiros da 'Geringonça'. E vai ser este o mote para toda a campanha eleitoral.