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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

A banalização da extrema-direita

por josé simões, em 09.11.20

 

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"Voltando a este lado do atlântico, temos a insistência de que qualquer entendimento com o Chega, que há meses aderiu oficialmente à família política europeia de Le Pen, Salvini e Wilders, é tão condenável como entendimentos com BE e PCP, que serão tão ou mais extremistas que este.

 

Esta banalização da extrema-direita, além de indecente e absurda, ignora a história política e legislativa do PSD, que foi acordando e aprovando com o PCP múltiplos diplomas que hoje moldam a nossa sociedade. A começar pela Constituição da República, aprovada por ambos em 1976.

 

A lista é extensa e abarca várias matérias, legislaturas e lideranças. PSD e PCP aprovaram juntos a Lei de Bases do Sistema Educativo (votada em 1986), a Lei-Quadro da Educação Pré-escolar (1996) e a Lei sobre a Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico (1988).

 

Aprovaram a Lei de Bases do Ambiente (1987) e a Lei de Bases da Política Florestal (1996). Votaram favoravelmente ambos a Lei-Quadro dos Museus (2004), a Lei de Bases do Voluntariado (1998) e Lei de Bases da Economia social (2013). Aprovaram o Estatuto do Cuidador Informal (2019).

 

Votaram a favor das leis da educação sexual e planeamento familiar e da protecção da maternidade e da paternidade (1984) e a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos (2012). Aprovaram e propuseram conjuntamente a Lei dos direitos e deveres do utente dos serviços de saúde (2014).

 

Foram aprovando e redigindo juntos leis, votos e resoluções fundamentais sobre a transferência de Macau para a China (desde 1987) e sobre a luta pela independência de Timor (desde 1990). Aprovaram ambos a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (1997).

 

PSD e PCP (e BE, a partir da sua eleição) fizeram parte das maiorias que aprovaram a adesão nacional à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação contra as Mulheres (1980) e à Convenção de Istambul, que previne e combate a violência doméstica (2013).

 

Aprovaram as Convenção da @ilo (International Labour Organization) sobre a liberdade sindical e a protecção do direito sindical (1977) e a relativa às migrações em condições abusivas e à promoção da igualdade de oportunidade e de tratamento dos trabalhadores emigrantes (1978).

 

Aprovaram juntos as Convenções da ONU dos Direitos das Crianças (1998) e a Convenção Internacional sobre a eliminação de discriminação racial (1982). Aprovaram ambos a Carta Social Europeia (1992) e a Convenção-Quadro Europeia Para a Protecção das Minorias Nacionais (2001).

 

Votaram conjuntamente a favor da adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1978). Aprovaram a adesão aos pactos das Nações Unidas referentes aos Direitos Civis e Políticos e aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais (1978).

 

PSD e a "extrema-esquerda" fizeram e aprovaram a Lei da Iniciativa legislativa de cidadãos (2003) e a Lei eleitoral para a Assembleia da República (1979). PSD e PCP aprovaram juntos o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores (1980).

 

Muito deste quadro legislativo e constitucional teria a oposição do chega. Naturais, óbvias e saudáveis divergências ideológicas à parte, o PSD sabe que a grande maioria da população vê o PCP e o BE como partidos democratas - o que torna perigosa a equiparação com quem não o é.

 

Dirigentes do PSD vêm agora condenar quem fez legislou com o PCP e BE, procurando desculpar a sua aliança com a extrema-direita. Vêm agora a correr para classificar partidos com quem fizeram a nossa democracia como algo ao mesmo nível de quem preferiria que ela nunca existisse.

 

Hoje, com todos, festeja a derrota de Trump e dos valores que representa. Em 2013, @RuiRioPSD afirmava: “O que me assusta não é o perigo de uma ditadura clássica, o que me assusta é que não vai haver uma revolução como em 1926 e vamos assistindo à degradação lenta da democracia".

 

Não sei como se trava a alegada "degradação lenta da democracia", mas de certeza que não é ao lado de quem defende os valores do regime instaurado em 1926. É ao lado de quem o derrotou e depois o enquadrou em 1976. E o foi construindo. Para melhor."

 

               David Crisóstomo no Twitter

 

 

 

 

||| Não ter a puta da vergonha na cara é isto

por josé simões, em 27.03.15

 

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Ao dar de caras com a lista dos deputados do partido unipessoal do vice-primeiro-ministro que dá pelo nome de CDS-PauloPortas e que hoje na casa da democracia votaram contra «o voto de protesto apresentado pelos deputados do Bloco de Esquerda pela perseguição de que é alvo o jornalista Rafael Marques em Angola, alvo de 24 processos de difamação caluniosa pelo seu livro "Diamantes de Sangue - Corrupção e Tortura em Angola", onde denuncia flagrantes violações de direitos humanos na região do Cuango, onde as populações são mantidas em condições de quase escravatura, sendo alegadamente torturadas, assassinadas, roubadas e impedidas de manter quaisquer actividades de auto-subsistência» não posso deixar de recordar o então amigo do coração do carniceiro-genocída, ex-colaborador da polícia política do colonialismo salazarista e aliado da África do Sul do apartheid, Jonas Savimbi, em 24 de Fevereiro do ano da graça de 2002: «Haja pudor e decência», pediu Portas, criticando os que, este domingo, vão receber o presidente de Angola como se fosse um democrata, e como se não fosse o mandante de um crime e não dirigisse um país onde os dirigentes gozam de opulência, luxo e riqueza enquanto o povo está entregue à fome e à miséria».


Não ter a puta da vergonha na cara é isto.


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||| O regresso da política

por josé simões, em 16.10.14

 

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Incrível como a comunicação do Partido Socialista mudou radicalmente e do dia para a noite. Meter quem percebe de horta a tratar da horta e a falar da horta, sem tibiezas e sem medo de sujar as mãos é outra loiça

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A explicação de Vieira da Silva, com directo televisivo, do porquê do voto contra do PS ao Orçamento do Estado para 2015 e o "enxerto de porrada" do deputado Pedro Delgado Alves na Reunião Plenária da Assembleia da República, a propósito do Projecto de Resolução do PSD e do CDS-PP, "Aprofundar a protecção das crianças, das famílias e promover a natalidade". Vale mesmo a pena ver estes 13:44 minutos.


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|| Para que serve esta merda?

por josé simões, em 01.09.13

 

 

 

Para que serve um Governo? Para que serve o Programa de Governo? Para que serve a Demissão do Governo? Para que servem os tribunais? Para que serve a sua independência? Para que serve o Supremo Tribunal de Justiça? E os tribunais administrativos e fiscais? Para que serve o Tribunal de Contas? E o Tribunal Constitucional? O Ministério Público? A Procuradoria-Geral da República? Qual a utilidade das Regiões Autónomas? Dos Governo Regionais e das Assembleias Legislativas Regionais? Para que servem as autarquias? As freguesias? Os municípios? As assembleias autárquicas? De que nos servem as Forças Armadas? E a Assembleia da República, serve para quê? Os deputados? Para que serve a sua eleição? A iniciativa da lei e do Referendo? O direito de petição? E o Presidente da República, de que nos serve? Melhor, para que servem os Órgãos de Soberania? Para que serve o Principio da Separação e da Independência? Os partidos políticos servem para quê? Para que serve o Orçamento de Estado? E o Banco de Portugal? Para que serve a liberdade de iniciativa e de organização empresarial? E o direito à propriedade privada? Para que servem os sindicatos?  E o direito à greve, já agora? Para que raio serve o direito ao Ensino? O direito à Cultura? A proibição do trabalho de menores em idade escolar? O direito ao Ambiente? O direito à protecção da Saúde? A garantia de acesso a todos os cidadãos independentemente da sua condição económica, aos cuidados de medicina? E o direito à Segurança Social, para que serve? Qual a utilidade da proibição dos despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou ideológicos? [Continua aqui]

 

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