"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Curioso que num partido que não era chinês, isso era coisa dos eme erres pê pês e dos eme-eles, avulso ou atacado, o novel secretário-geral recorrer do mesmo argumento que a direita radical e liberal recorre para elogiar a globalização capitalista, "a globalização capitalista veio tirar milhões da miséria", falso, meteu os miseráveis globalizados ao nível dos miseráveis globalizadores, versus "a China acabou com a fome", também depois dos milhões de vítimas do Grande Salto em Frente era o que mais faltava, logo a supressão do direito à greve e do sindicalismo livre é um mal menor e até aceitável. "És liberal e não sabias" ou, como dizem os 'amaricanos', what a time to be alive, os liberais que andam em polvorosa nas redes a espalhar o clip, "estão a ver? é mais do mesmo, um ditadorzeco em potência" sem se darem conta de que a base argumentativa é a mesma.
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Depois de Bernardino com a democracia na Coreia, da Rato com o desconhecimento do Gulag, o operário Raimundo com o Grande Espalhanço em Frente.
A hastag #OGiganteAcordou [O Gigante Acordou] no Instagram, à hora em que publico este post, já leva qualquer coisa como 445 103 e fotos publicadas.
Uma boa base de trabalho para os sociólogos e para a sociologia política.
Adenda: Gastar 9 329 caracteres a escrever sobre "Os perigos do antipartidarismo" sem referir que a principal razão que levou a que milhões de pessoas saíssem para as ruas, dias seguidos, a gritar contra os partidos, se deve ao establishment e à praxis desses mesmos partidos, tendo recebido de volta a polícia, tal e qual ela era no tempo da ditadura militar, e que prendeu e torturou aqueles que agora ocupam a cadeira do poder, é obra! Ou então é-se pago ao metro de papel preenchido.
«Esta semana, Paulo Rangel denunciou no Parlamento Europeu os ataques à liberdade de imprensa por parte de José Sócrates. Há três meses, Paulo Rangel votou contra uma resolução do Parlamento Europeu que denunciava os ataques à liberdade de imprensa por parte de Silvio Berlusconi. Paulo Rangel é do partido que faz oposição a Sócrates. O partido de Paulo Rangel é do mesmo grupo europeu que o de Berlusconi.»
«A desertificação de um partido por uma liderança, mais do que denunciar a ausência de boas cabeças, indicia a existência de um certo tipo de repressão interna. Por isso, quando o tempo dessa liderança se esgota, não cai apenas o líder e o seu núcleo; também os que compactuaram, copiando-lhe a prepotência e a malcriadez e procurando justificar o que não tem justificação, perdem o seu espaço.»
Depois da SIC Notícias com o Eixo do Mal e da coluna no Expresso, segue-se o Record. (Não sei se também nalguma rádio…)
Daniel de Oliveira com o pitch no máximo, a caminho de se tornar o Pacheco Pereira da Esquerda. Omnipresença. (Com óbvia vantagem pontual, já que Pacheco Pereira de futebol não pesca nada).
A propósito destra troca de argumentos entre Maria João e Daniel Oliveira, e não querendo meter o bedelho em conversa alheia, a atenção para o artigo de John Lichfield no The Independent:
Rise of Rachida Dati: The minister, the 'virgin bride' and the row that's dividing a nation
“Under Article 180 of the French civil code, a marriage partner can demand an annulment if his or her spouse fails to fulfil an "essential" part of their pre-wedding agreement.
The court's decision was made public late last week. It was made clear that the crucial point was not the bride's lack of virginity but her lack of truthfulness. She had misled her partner. "Married life began with a lie, which is contrary to the reciprocal confidence between the married parties," the court ruled.”
(…)
“The ruling can be read that way. Fundamentalist Islam does not demand virgin bridegrooms, only virgin brides. The judgement is also, however, a fairly logical application of France's existing marriage law. Several devout Catholic spouses have won similar annulments on the grounds that their partner had lied to them and concealed a previous divorce. Devout Catholics have a right, under French law, to demand undivorced spouses. That does not mean that French courts disapprove of divorce.”
Daniel Oliveira, autor do blogue Arrastão, foi condenado pelo Tribunal do Funchal a pagar dois mil euros de indemnização a Alberto João Jardim por ter publicado um texto onde se referia ao Obélix da Madeira como «Palhaço».
O senhor Alberto João Jardim que não quer ser «Palhaço» e a quem o Tribunal deu razão na acção contra Daniel Oliveira, é aquele senhor cujo desporto favorito é insultar meio mundo e ainda a outra metade, na maior das impunidades e a coberto da imunidade que o seu cargo lhe concede.
Entretanto, e como se não fosse suficiente, Daniel Oliveira meteu-se noutra “alhada”. Circula na net uma petição contra ele, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Humorístico-Circenses (STHC), que não quer misturas, nem ser confundido com o senhor Alberto João. (Ver aqui quem já assinou, e quem falta assinar).
O copianço é muito feio, e não é uma boca ao retardador para o blogue de Luís Filipe Menezes.
No dia 27 de Abril de 2007, publiquei um post onde se dava conta do modo em como o resistente Edmundo Pedro havia sido recebido na manifestação do 25 de Abril em Lisboa, pelos militantes da JCP. Daniel Oliveira passou por lá, pelo blogue, e deixou este comentário:
No dia 9 de Outubro, e a propósito das picardias que andam por aí na web por causa da capa da revista Atlântico, publiquei este post, onde chamo a atenção para o que penso que realmente importa, e que é isto. De certeza por coincidência, Daniel Oliveira que andava entretido e feliz da vida no nobre desígnio de comentar o bigode do Che, publica depois este post.