"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Prometeram tudo a todos em campanha eleitoral - polícias, professores, médicos, militares, enfermeiros, função pública, pensionistas e reformados - sabendo de antemão que não podiam cumprir. Com a cumplicidade dos media e dos paineleiros, comentadeiros e especialistas vários, apimentaram a coisa com alarmismo social - caos na saúde, caos na educação, insegurança nas ruas, o diabo a quatro - desaparecido dos telejornais como por artes mágicas logo no dia a seguir ao das eleições. Mentiram com quantos dentes têm na boca. Enganaram uns quantos papalvos e ganharam as eleições, à rasquinha mas ganharam. Agora começa a construção da narrativa que lhes vai permitir não cumprir um avo de tudo o que prometerem, com excepção da redução do IRC para as grandes empresas, para onde um dia hão-de regressar como CEOs, administradores, conselheiros, terminado o consulado no governo da Nação. Que isto se repita sucessivamente, com êxito, diz muito da nossa baixa qualidade política enquanto povo e da nossa fraca exigência cívica, 50 anos que são passados sobre o 25 de Abril.
Não há dinheiro para nada. Nem para a saúde, nem para a educação, nem para a cultura, nem para as polícias e o controlo de fronteiras, nem para pensões e reformas, nem sequer para pagar aviões-bombeiros no Verão e o pré aos militares que tomam conta dos paióis nos quartéis. Não há dinheiro para nada, qual foi a parte que não perceberam?
"Sem o efeito Caixa, o défice foi apenas de 0,9%, um valor que fica abaixo do previsto pelo Governo e supera já a meta traçada pelo Executivo para este ano."
"Não podemos continuar a viver acima das nossas possibilidades", Cavaco Silva em Maio de 2011, prontamente secundado pelo presidente do Lloyds Bank, Horta Osório, por Vítor Bento, conselheiro de Estado e o escolhido para presidir o BES, e por Pedro Passos Coelho no encerramento do XIV congresso regional do PSD-Madeira.
Esteve mal o Presidente da República quando salomonicamente dividiu os louros da saída do Preocedimento por Défice Excessivo entre o Governo da direita radical e o Governo da 'Geringonça' ignorando o papel dos blogues, liberais de pacotilha, na doutrinação do pagode e na disciplina do Estado. Quando já pensávamos que tínhamos visto de tudo...
Com a devolução de salários, pensões e apoios sociais; com reposição de horários de trabalho, preço da hora extra e dias feriados; sem Orçamentos chumbados pelo Tribunal Constitucional, sem Orçamentos rectificativos, sem Plano B e sem aumento do IVA; sem Teodora Cardoso, sem Medina Carreira, sem João César das Neves e sem José Gomes Ferreira.
É uma melhoria de quase 1 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Discursando no jantar de Natal com os deputados sociais-democratas, o presidente do PSD ironizou com a alusão que lhe é feita à vinda do "diabo", prevendo agora a visita dos "Reis Magos".
Bruxelas quer aplicar sanções a Portugal em 2016 por Governo ter aplicado a política de Bruxelas em 2015 e para prevenir que os objectivos que Bruxelas exige cumpridos por Portugal em 2016 sejam atingidos pela implementação de políticas contrárias ao cânone seguido por Bruxelas.
Por uma vez miss Swaps fala verdade quando diz "se eu fosse ministra as sanções não se colocavam" porque Maria Luís no ministério das Finanças servia para sentar ao lado de Wolfgang Schäuble nas reuniões do Eurogrupo como exemplo do bom aluno e do virtuosismo da austeridade expansionista a atirar à cara da Grécia de Varoufakis, e porque as sanções não são contra o Governo da direita radical PSD/ CDS de que foi ministra das Finanças, nem sequer contra Portugal e contra os portugueses, as sanções são contra um Governo de esquerda, suportado por uma maioria de esquerda no Parlamento, que ousa seguir uma política económica oposta à linha definida pelo Eurogrupo, uma instituição que legalmente não existe dentro da União Europeia, um eufemismo para legitimar o pensamento de Wolfgang Schauble.
E o que tem a dizer Carlos Moedas, comissário europeu na Comissão Europeia que quer aplicar sanções a Portugal, por o Governo de Carlos Moedas, secretário de Estado, ter ultrapassado em uma décima [3, 1%] a meta do défice estabelecida para 2015?
O "socialista" Dieselboom diz que "há motivos sérios para considerar sanções" ao Portugal da socialista 'Geringonça' por causa da meta do défice não atingida pelo Governo da direita radical – PSD/ CDS. E é assim desde Gerhard Schröder, que a esquerda não se dá ao respeito e segue a agenda da direita radical.
O Zé Gomes 'Programa de Governo' já disse na televisão do militante n.º 1 que é tudo uma vontade política nas mãos do novo Governo logo, se não for cumprido, é porque o social-comunismo que nos governa não quer e até faz por isso porque lhe convém. E o Zé Gomes 'Programa de Governo' também disse que o António Costa disse que era o "estrito interesse nacional sair do procedimento de défice excessivo", portanto, se não se cumprir, é única e exclusivamente por incompetência do social-comunismo, com legitimidade política mas sem legitimidade eleitoral, que se alçou ao poder e que num mês estragou o trabalhinho feito em 4 anos.
O Duarte Pacheco do PSD já disse que o relatório não mete em causa, mas é alcançável porque é exigente e não podemos vacilar e para mais os meses são favoráveis. Portanto, se houver rigor, o social-comunismo não estraga num mês o que foi feito com muito trabalhinho em 4 anos.
A Dona Cecília do CDS não admite, nem quer admitir, que não seja para cumprir naturalmente e naturalmente porque é difícil e exigente e é possível e como foi sempre a descer até agora e agora que falta um mês, se não for cumprido para finalizar, é por desleixo e incompetência do social-comunismo que tomou o poder numa golpada e sem cautela e exigência e rigor consegue tramar num mês o trabalhinho feito em 4 anos.
Portanto, o Governo que em 4 anos falhou todas as metas fixadas e todas as metas a que se propôs, quer para o crescimento económico quer para o défice orçamental, teve em 30 dias o trabalhinho de 4 anos todo deitado por água abaixo por culpa do Governo ilegítimo social-comunista, desleixado, incompetente e irresponsável.
Portugal não é a Grécia, país onde o partido Nova Democracia, no poder, maquilhou as contas do Estado para esconder o prejuízo do BPN, o banco da Nova Democracia, e fazer malabarices com o défice.