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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| In Memoriam

por josé simões, em 23.10.13

 

 

 

Manuel Medeiros

 

desde sempre – 2013

 

 

Morreu o gajo que me chateava a trocar os livros do sítio deles nas prateleiras, quero pensar que era eu o objecto da "tortura". "Então a Assírio & Alvim que costumava estar aqui???", "Esses gajos escrevem de propósito para ti e além disso habituas-te a entrar e ir logo direitinho ao sítio das coisas e não vês mais nada e nem dizes nada a ninguém". E lá ficávamos horas a dar à tramela a somar às horas que me tinha feito "perder" a vasculhar prateleiras e estantes e ter descoberto coisas que eu nem sequer imaginava que pudessem existir. Era a minha porta Nárnia nas montanhas de páginas escritas. "Queria o livro tal do fulano de tal e não encontro…" e o empregado ia à base de dados no computador procurar o livro de tal do fulano de tal e quando o empregado descobria o livro de tal do fulano de tal já o sôr Medeiros estava há buéee ao pé de mim com o livro na mão e de caminho para o livro já me tinha dito qual era a editora quem tinha escrito o prefácio e qual o artista plástico que tinha feito a capa. Mais rápido que a própria sombra, quer dizer, que o computador com e empregado no teclado. E era mais uma tarde "perdida" a falar de tudo e mais alguma coisa e de coisas que nem lembra ao careca e chegavam mais uns quantos novos e velhos e era tudo ao barulho. Uma alegria. Três horas passadas "Então já te vais embora?.. Este gajo é uma anti-social, sempre a correr de um lado para o outro, não fala com ninguém...". Pois.

 

Morreu uma biblioteca maior que a biblioteca de Alexandria e a cidade ficou mais pobre. Obrigado por tudo, sôr Medeiros.

 

 

 

 

 

 

 

 

|| Salazar e a Escola Técnica

por josé simões, em 14.01.12

 

 

 

Eu vou ali e já venho.

 

 

 

 

 

 

|| Roubar conversa

por josé simões, em 18.03.10

 

 

 

Tenho muita pena, mas nunca roubei livros. E ás vezes a ocasião proporcionava-se/ proporciona-se. Como soe dizer “faz o ladrão”. Entro na “casa” do senhor Medeiros em Setúbal – tenho aversão a “oceanos” de livros, a perder de vista, com marinheiros de atendimento ao público mais burros que uma porta de molas enferrujada – e por cada livro comprado uma hora de conversa sábia roubada. Um gajo até se esquece e o senhor Medeiros fica satisfeito com o roubo, ali mesmo nas suas barbas.

 

(Imagem FPG via Getty Images)