"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O alegado melhor do mundo, a quem a mãe e as irmãs, no intervalo da mama, delas, não souberam ensinar que difícil não é chegar lá, difícil é saber sair, que por ser o melhor do mundo o umbigo não cabia numa Liga Éropa, como dizem nas televisões, e que a agência de comunicação Mendes meteu a correr a Éropa, com a Éropa alegadamente a correr atrás dele, oferecido em todos os campeonatos, do bife ao boche, passando pelo esparguete, o franciu e o dos olés, suscitando os desmentidos mais rápidos da história da comunicação, plantada em primeiras páginas, ao alegado interesse no alegado, acabou a assinar por um clube do estado islâmico, ele que tem a mesma ideia das mulheres, de Las Vegas a Riade, um clube de topo da Liga Allahu Akbar, que meteu um palerma comentadeiro com lugar cativo na televisão do militante n.º , "quer dizer", "quer dizer", a afiançar que agora o campeonato dos Laurences vai ter uma projecção mediática nunca antes vista, e outro, um lagarto sofredor com idade para dar lugar aos novos, a jurar que isto lhe vai dar minutos e pernas para ser seleccionado até aos 40, o Milla que se cuide, isto antes de se saber que o alegado melhor do mundo foi segunda escolha, depois de descartado o melhor do mundo, em tom de brincadeira, claro. Como diria o beato foge aos impostos, o maior cagão com a maior vaca da história das selecções, "O que é que eu posso dizer? É o melhor do mundo". O comprovado melhor idiota talvez, na maneira como gere o sunset da carreira.
Da primeira vez que tivemos onze jogadores em campo a jogarem à bola entre si, e a divertirem-se, em vez de os habituais dez, em esforço, a jogarem a bola para um, Portugal deu chapa seis à Suíça, com Gonçalo Ramos, o jogador mais jovem depois de Pelé a assinar um hat trick em jogo de estreia num mundial, o gajo que só foi convocado porque é do Benfica, segundo os cabeçudos da clubite futeboleira, duas horas depois de terminado o match que consagrou Gonçalo Ramos o "Man of", nas televisões portugueses continuava-se alegremente a falar de Ró Náldo [com dois acentos, como eles pronunciam], a sua "mais que prevista e anunciada decadência", os mesmos que até anteontem juravam que o crack ia bater o recorde de Roger Milla. Numa coisa há que tirar o chapéu ao 7, sem que fique a descoberto a caspa e a oleosidade, é que nem Beckam, a solo ou em parceria com a posh girl, conseguiu alguma vez projectar a sua imagem desta maneira, que falem de mim, dele, bem ou mal, mas que falem.
Depois de uma magistral derrota frente à Ucrânia o melhor que ocorreu à única Selecção do mundo onde os melhores não jogam, vítimas dos medos de um seleccionador a que os comentadeiros e analistas chamam de conservadorismo, foi uma exaltação no Twitter do capitão e dos objectivos e metas a que se propôs. Não explica tudo mas ajuda a perceber a lusitana cultura e crença no homem providencial, o D. Sebastião que numa jogada genial do sistema de jogo de 9 para 1, nos vai guiar à glória só ao alcance das selecções nacionais que teimam em jogar num colectivo de 11.
Ver Cristiano Ronaldo, valorizado no estrangeiro [Inglaterra e Espanha], na Gala da Federação Portuguesa de Futebol a fazer discurso contra valorização dos jogadores estrangeiros em Portugal. É por causa de palermas destes que os Andrés Venturas desta vida triunfam. [E a propósito do futsal ainda rematou com o quão difícil é um português ser português em Espanha, as "tribulations" de um jogador tuga num balneário em Madrid. Como não joga sozinho, o futebol é um jogo de 11, alguém que lhe faça um desenho. A mãe, por exemplo, mê rique menine]
Errado, Cristiano Ró-náldo. As pessoas, cumpridoras das suas obrigações fiscais, sentem-se incomodadas quando vêem alguém, que ganha num dia o que elas ganham num ano, em prejuízo do bem comum usar da chico-espertice chamada "planeamento fiscal" para fugir com umas migalhas do seu rendimento aos cofres do Estado e que, quando levado perante o juiz, o melhor que lhe sai da boca para fora é uma imbecilidade com quatro pontos de exclamação sobre a inveja e a cobiça, numa "rede social" onde ganha dinheiro com a indignação das pessoas que ganham num dia o que ele ganha num ano.
Melhor que o aeroporto do Funchal ter o nome de Cristiano Ró-náldo é a família do Cristiano Ró-náldo, a todas as horas certas nos canais noticiosos do cabo, que sim senhor, que acham muito bem que o aeroporto do Funchal se chame aeroporto Cristiano Ró-náldo.
Ainda sou do tempo da "liberdade de expressão" invocada pelo Correio da Manha para poder escrever nas páginas do jornal o que lhe ia na alma [isto para não ser insultuoso], até às vezes para reproduzir os "boatos, calúnias e mentiras" que as "redes sociais" propagavam.
Lies are being spread on social media about CM and CMTV Mensonges sur les réseaux sociaux contre CM et CMTV Mentiras en las redes sociales contra el CM y CMTV
É o nosso capitão [Ró-nàldo, como dizem nas televisões], queremos muito ajudá-lo.
João Mário, na flash interview a seguir ao Hungria 3 – Portugal 3, a explicar a mentalidade de merda que se reflecte no futebol de merda e nas prestações sofríveis da selecção nacional de futebol desde o primeiro jogo da fase de apuramento para o Euro 2016.
Logo a seguir na flash interview falou Rebelo de Sousa, Marcelo, Presidente da República de Portugal, ainda antes de Fernando Santos, seleccionador. A sério.
É mais uma vítima das circunstâncias. E do poder político que necessita de banhos de multidão sem assobios, apupos e insultos ao som de Grândola Vila Morena, e assim chutou com o pé que tinha mais à mão: