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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

O Estado da daNação, Capítulo II

por josé simões, em 06.01.20

 

Raymond Hains.JPG

 

 

Um grupo de guineenses é suspeito de ter morto um português à facada em Lisboa e um grupo de portugueses é suspeito de ter morto um cabo-verdiano à paulada em Bragança. Um é objecto de comunicados de partidos políticos a preto-e-branco e de organizações de combate ao racismo e de manifs várias convocadas e várias cidades do país. O resto do pagode vai trabalhar de manhã para chegar à noite a casa e espera que a justiça seja feita, funcione, e que a ida e o regresso do trabalho continue a ser um trajecto seguro.

 

[Imagem de Raymond Hains]

 

O Estado da daNação, Capítulo I

 

 

 

 

|| Revelador

por josé simões, em 20.03.12

 

 

 

Mentirosos compulsivos que fazem toda uma pré-campanha e uma campanha eleitoral com a promessa de libertar o cidadão, as famílias, as empresas, da carga fiscal excessiva, como forma de potenciar o crescimento da economia, quando se alcandoram na cadeira do poder, além de não cumprirem o prometido, uma das primeiras medidas que tomam seja criminalizar a mentira na declaração de impostos.

 

E, antes da entrega, juramos sobre a Bíblia que tudo o que ali consta corresponde à verdade e nada mais que a verdade, assim Deus nos ajude?

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

 

 

|| Desculpem que mal pergunte mas, o que é que se entende por “vaga de crimes” e “actos de vandalismo” praticados por crianças de 3 e 4 anos?

por josé simões, em 27.06.11

 

 

 

|| Justiça popular

por josé simões, em 16.11.09

 

 

Quando vi as fotos a primeira coisa que me ocorreu foi que o assaltante ficou em posição de lhe ser aplicado um  “correctivo”.

País miserável, onde já nem a “justiça popular” funciona

 

 

 

 

|| 50 anos de A Sangue Frio

por josé simões, em 16.11.09

 

 

 

«Fifty years ago, Holcomb, Kansas was devastated by the slaughter of a local family. And then Truman Capote arrived in town . . .»

 

(Na imagem o meu 1º Truman Capote, comprado no dia 8 de Março de 1986)

 

 

 

|| Caim

por josé simões, em 18.10.09

 

 

 

Mesmo sem ter lido o livro – o que espero vir a fazer – e estando 100% de acordo com o que aqui se diz e escreve, como soi dizer-se: “Saramago sabe muito mas anda a pé”. O livro teria de ser rigorosamente Caim, o criminoso. Nunca Abel, o inocente.

 

Escreve Karl Marx no capítulo “Teoria da Mais Valia” do Capital:

 

«O criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto as relações que existem entre este ramo de produção e a sociedade no seu conjunto, ultrapassaremos muitos preconceitos. O criminoso não cria apenas crimes: é ele que cria o direito penal. (…) Mais: o criminoso cria todo o aparelho policial e judiciário – polícias, juízes, carrascos, jurados, etc. – e estas diferentes profissões, que constituem igual número de categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem diferentes faculdades do espírito humano e criam ao mesmo tempo novas necessidades e novos meios de as satisfazer.

  

O criminoso cria uma sensação que participa da moral e do trágico e ao fazê-lo oferece um «serviço», mobilizando os sentimentos morais e estéticos do público. Não cria apenas tratados de direito penal: cria igualmente arte, literatura, ou seja, tragédias, sendo disto testemunhas não só La Flaute de Müllner e Les Brigands de Schiller; mas também Édipo e Ricardo II. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana da vida burguesa, pondo-a assim ao abrigo da estagnação e suscitando a interminável tensão e agitação sem a qual o estímulo da própria concorrência enfraqueceria. Estimula assim as forças produtivas (…).

Descobrindo incessantemente novos meios de se dirigir contra a propriedade, o crime faz nascer incessantemente novos meios para a defender, de modo que o criminoso dá à mecanização um impulso tão produtivo como aquele que resulta das greves. Para lá do domínio do crime privado, teria o mercado mundial nascido se não houvesse crimes nacionais? E as próprias nações? (…).»

 

Leitura aconselhada. Ver também Marxismo em estado puro

 

(Na imagem Malcolm John Taylor aka Malcolm McDowell em A Clockwork Orange)

 

 

 

|| E se um dia me virem por aí em tronco nu…

por josé simões, em 25.08.09

 

«As tatuagens nos seus corpos são outra prova a favor do passado criminoso.»

 

(Imagem fanada no La Repubblica)

 

 

|| Dar mau nome ao jornalismo

por josé simões, em 22.04.09

 

Se fosse um casal hetero era um “crime passional”, ou vá lá, na pior das hipóteses “um assassinato”, praticado por “um dos membros do casal”.

 

Assim é uma “execução” efectuada por “um dos gays”.

 

(Imagem de Mark Ralston via AFP / Getty Images)

 

Marxismo em estado puro

por josé simões, em 23.10.08

 

 

 

O “camarada” diz: « (…) eu sou ladrão rapaz, eu não gosto de trabalhar, não (…) é a minha profissão (…) se eu não roubar ninguém tem trabalho (…) o repórter, o escrivão, o delegado, o juiz, o promotor, tudo através de mim que sou ladrão (…) estou contribuindo para o bem de todos (…) »

 

Agora que Karl Marx voltou à agenda, façamos um reload ao que está escrito nas páginas do Das Kapital no capítulo «Teoria da Mais-Valia»:

 

«O criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto as relações que existem entre este ramo de produção e a sociedade no seu conjunto, ultrapassaremos muitos preconceitos. O criminoso não cria apenas crimes: é ele que cria o direito penal. (…) Mais: o criminoso cria todo o aparelho policial e judiciário – polícias, juízes, carrascos, jurados, etc. – e estas diferentes profissões, que constituem igual número de categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem diferentes faculdades do espírito humano e criam ao mesmo tempo novas necessidades e novos meios de as satisfazer.

 

(…)

 

O criminoso cria uma sensação que participa da moral e do trágico e ao fazê-lo oferece um «serviço», mobilizando os sentimentos morais e estéticos do público. Não cria apenas tratados de direito penal: cria igualmente arte, literatura, ou seja, tragédias, sendo disto testemunhas não só La Flaute de Müllner e Les Brigands de Schiller; mas também Édipo e Ricardo II. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana da vida burguesa, pondo-a assim ao abrigo da estagnação e suscitando a interminável tensão e agitação sem a qual o estímulo da própria concorrência enfraqueceria. Estimula assim as forças produtivas (…).

Descobrindo incessantemente novos meios de se dirigir contra a propriedade, o crime faz nascer incessantemente novos meios para a defender, de modo que o criminoso dá à mecanização um impulso tão produtivo como aquele que resulta das greves. Para lá do domínio do crime privado, teria o mercado mundial nascido se não houvesse crimes nacionais? E as próprias nações? (…).

 

Duvido que o “camarada” tenha alguma vez lido Marx. Ou sequer que saiba quem foi. Mas que é a prova viva da validade da teoria, disso não tenho a mais pequena dúvida.

 

(Há por aí falta de monitores para ministrar cursos de “quadros”?)

 

 

 

 

O país Correio da Manhã

por josé simões, em 23.08.08

 

 

     

 

Se há coisa que nunca percebi, foi a razão para que em todos os cafés e restaurantes haja sempre um Correio da Manhã em cima do balcão, gentilmente dispensado pela gerência, para usufruto e consulta pelos clientes.

Oh sôr fulano, tem aí o Correio da Manhã?” perguntava ao balcão a meu lado, um cliente do café onde costumo ir de manhã. “Levou uma senhora lá para fora esplanada…” respondeu o empregado. “Oh que chatice!” pensava eu para com os meus botões. Como é que há alguém que consegue ler um jornal que, há excepção de algumas poucas colunas de opinião, tem no mínimo 20 páginas com crimes, assaltos e assassinatos? As outras são com futebol e mais um suplemento com anúncios de “convívio”; leia-se prostitutas.

 

Chego agora à conclusão que eu é que andava ao contrário do resto da maralha.

De repente vejo o país transformado num enorme Correio da Manhã. A página um fica ali na A2; a página 2 fica em Loures. E por aí fora.

 

O papel de director está entregue a um senhor de nome Rui Pereira. Compila as notícias e manda publicar.