"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Os 2,7% de crescimento económico que com António Costa eram "poucochinho", e os 2% de Luís Montenegro, a herdar de António Costa, que "não há disto na Europa". Ainda não disse se dissolve o Parlamento no caso do chumbo do Orçamento do Estado.
"Nos anos 60 já nós tínhamos homens no espaço ainda vocês aqui em Portugal andavam de burro".
Lembro-me sempre desta resposta dada por um ex colega moldavo a uns trolls imbecis, daquela espécie que tem por desporto gozar com quem vem de outros países procurar melhor vida no nosso, quando vejo os gráficos da Ilusão Liberal "até pelos países de leste já fomos ultrapassados!", prontamente papagueados pelos comentadeiros com lugar cativo nas televisões.
Não é por não se calar nunca com o aquecimento global e com as alterações climáticas, que à excepção de meia dúzia de palermas da linha Trump e Bolsonaro é já dado universalmente aceite, que Greta Thunberg é diabolizada e vítima de ataque cerrado a roçar o discurso do ódio, é por meter o dedo na ferida do sacrossanto evangelho do capitalismo neo-liberal quando refere o "conto de fadas do crescimento económico eterno". E isto sim é um ataque ao coração do sistema, ir até ao osso.
Entre 2011 e 2015 o mérito do Governo da direita radical [PSD/ CDS] em conseguir o crescimento do PIB na base do aumento das exportações e na aposta no turismo. De 2015 até ontem é um crescimento com pés de barro e de risco porque assente nas exportações e no turismo.
E as pessoas continuam a ser enganadas pelas operadores da televisão por cabo com a oferta de cento e não sei quantos canais pela "módica quantia de ___", quando só vêm 4 e todos reproduzem o mesmo discurso sem diferença entre si que não seja no logótipo.
"A marcar a actualidade as imagens das agressões no túnel de Alvalade", proclamou um senhor na televisão do militante n.º 1 e passou o tema para o Opinião Pública, subordinado ao tema "Polémica Incidentes No Sporting", pode telefonar para o 21 416 11 47 ou para o 21 416 11 48, com o Ribeiro Cristóvão como comentador convidado no lugar de José Gomes Ferreira e "O Fracasso Do Governo Da Geringonça", caso os dados económicos conhecidos tivessem sido outros.
O futuro da Apple em risco devido à decisão do Departamento de Propriedade Intelectual de Pequim que "proibiu expressamente a venda dos iPhones 6 e 6 Plus na capital da China" é só um exemplo da loucura e da insanidade do liberalismo económico do crescimento a perder de vista e custe o que custar. E quando a China e os seus milhões de consumidores estiver toda colonizada apontamos o azimute a África que, por essa necessidade, vai ficar toda pacificada em menos de nada, e assim sucessivamente até não haver palmo de planeta livre. Então, para manter o crescimento dos dígitos, dois, em flecha, e para o futuro das Apples deste mundo não ficar comprometido, passamos à fase de cada consumidor mudar de aparelho a cada semestre e depois a cada mês e depois a cada semana [não se sabendo como isso seja possível já que os que querem vender muitos aparelhos, e dos caros, são os mesmos que acham que o salário minímo, em particular, e o salário médio, em geral, devem ser muitos baixos para não prejudicar o crescimento económico] até descobrirmos uma maneira de ir vender aparelhos a extra-terrestres. Onde e quando é que pára o crescimento para o infinito e mais além?
Há aqui qualquer coisa que me escapa à roda desta euforia quase histeria... Se estamos todos "Go west! where the skies are blue", como na canção, por que cargas de água é que Vítor Gaspar, o ideólogo deste Governo, se demitiu, numa demissão com retroactivos de 8 meses e acompanhada de carta pública a reconhecer o fracasso de 2 anos da política da "austeridade expansionista"? Vai-se ver e a carta é uma "eventual manipulação", "um acto que configura um atentado a aspectos fundamentais do funcionamento de uma democracia". Aguardemos o regresso dos briefings do ministro-adjunto Maduro. Até lá "Together! We will fly so high, Together! We will start like new, Together! This is what we'll do" , como na canção.
Esta moda do crescimento e/ ou das perspectivas de crescimento serem medidas em décimas faz lembrar quando na Fórmula 1 as pole position se tornaram de tal forma difíceis de atribuir, ou quando no desporto os recordes mundiais se tornaram cada vez mais difíceis de bater, que houve a necessidade de se começar a medir por milésimos de segundo. Ainda havemos de chegar ao photo finish aplicado à economia para efeitos de propaganda governamental.
In the movie Groundhog Day, Bill Murray's character is forced to relive a single day over and over and over—waking up to the same song every morning, meeting the same people, having the same conversations—until, after thousands of repetitions, he finally realizes what a shmo he's been his entire life. With that epiphany, the calendar starts to flip forward again. His life reboots, and he once again gets to hear new songs, meet new people, and have entirely new conversations.
When it comes to the economy, we're stuck in our own version of Groundhog Day—and this one doesn't seem to be coming to an end.Americais in a deep and persistent slump, and unemployment is mired at more than 9 percent. Yet when you turn on the TV, all you hear are the same manufactured sound bites delivered in the same apocalyptic tones from the same pack of talking heads—over and over and over. Groundhog Day has turned into the eighth circle of hell.
Unfortunately, these zombie talking points aren't just wrong; they're dangerous. If we're ever going to revive the economy, we've got to tackle them head on. Here are six of the worst.
Começa a não haver pachorra para esta conversa do crescimento económico (onde e quando é que pára o crescimento económico; é infinito?) e de querer nivelar tudo e todos pela bitola chinesa ao invés de pressionar a China a adoptar os padrões europeus. A economia deve estar ao serviço das pessoas e não as pessoas ao serviço da economia; é a economia que está a aniquilar o Estado social e não o contrário.
Só o crescimento do PIB falha: de uns grandes 2, 2% para uns míseros 9, 6%.
Obviamente que os «novos patamares de concentração do capital e de exploração dos trabalhadores (…) o trabalho precário e sem direitos ou o fosso cada vez maior entre ricos e pobres» não são para aqui chamados nem têm nada a ver com isso…