"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
No dia a seguir ao início das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril: "Medina nas Finanças. Mulher lidera Defesa. João Costa na Educação". A mulher sem nome, se calhar por serem coisas da tropa, onde há o soldado desconhecido.
André Ventura foi dispensado da televisão do Correio da Manha [sem til] por ter ultrapassado algumas "linhas vermelhas" e porque "as suas posições colocavam em causa direitos previstos na Constituição, como o direito à vida e a igualdade dos cidadãos perante a lei", diz com a maior cara de pau, Octávio Ribeiro, director geral editorial do grupo Cofina, que todos os dias, na imprensa escrita e na televisão, ultrapassa linhas vermelhas e coloca em causa direitos previstos na Constituição, como o direito à vida e a igualdade dos cidadãos perante a lei.
[Na Imagem Lon Chaney, Laugh Clown Laugh, 1928, autor desconhecido]
Nenhuma linha de saúde em nenhum país do mundo está preparada para receber um fluxo de chamadas decorrente de uma pandemia global como a que estamos a viver. Nem nenhum serviço de saúde está preparado para receber um tão elevado número de doentes com uma doença específica, como o que está a acontecer em Itália com a pandemia do novo coronavírus. Nenhuma cadeia de supermercados está preparada para receber num só dia o fluxo de clientes que recebe numa semana e apostado em comprar de uma só vez o que habitualmente compra durante um mês. Assim como é impossível fazer uma chama telefónica ou a ceder ao wi-fi num ponto onde esteja concentrado um elevado número de pessoas de telemóvel na mão, já todos passámos por isso, numa passagem de ano ou num festival de verão. E é do senso comum e nem devia ser passível de discussão e de comparações parvas. E depois há a irresponsabilidade da televisão do Correio da Manha que passa uma manhã agarrada ao telefone para o Saúde 24 para poder dizer no telejornal que o tempo de resposta foi de xis horas, enquanto entupiu ainda mais o sistema e tirou a vez a alguém realmente necessitado. E isto devia dar prisão sumária e cassação da licença de emissão.
[Na imagem "An Iranian man uses a provided toothpick to press an elevator button in an office building in Tehran on March 4, 2020, as a preventative measure against viral transmission", Atta Kenare/ AFP]
"Tenho uma prima que morreu por negligência médica e estou a pensar em ir para a investigação do Correio da Manhã para ver se consigo alguma coisa". Telefonema para o Opinião Pública/ SIC Notícias aos seis dias do mês de Janeiro do Ano da Graça de 2020.
Sete - 7 - sete do PSD, quatro - 4 - quatro do PS, dois - 2 dois do CDS. O mui famoso e badalado "arco da governação", sem o qual Portugal ainda estava a sair do feudalismo. Acusa a direita radical o PCP e o BE de "hipocrisia" por quererem uma Comissão Parlamentar de Inquérito que não queriam à Caixa Geral de Depósitos.
[Na imagem manchete do Correio da manha em 26 de Janeiro de 2019]
Acabaram com o Serviço Nacional de Saúde sem avisar ninguém o que obrigou Cristiano Ró-náldo [com dois acentos, como se diz na televisão] a pagar do seu próprio bolso os "cuidados médicos a centenas de feridos dos incêndios".
A televisão do militante n.º 1, SIC e SIC Notícias, levou um dia e meio a falar numa manif com "a Praça do Comércio quase cheia", como se fossemos todos cegos.
Diz que o problema são as "redes sociais" [o que quer que isso signifique], sem escrutínio e sem o selo de garantia do jornalismo, para desviar para canto que o problema é escrutínio feito ao jornalismo pelas "redes sociais" que incomoda. E muito.
Corria o ano de 2014 e o Governo liderado por Pedro Passos Coelho, vá-se lá saber porquê, perdoou, por dívidas ao fisco, 5,7 milhões de euros à Cofina, a empresa proprietária, entre outros, do campeão nacional da luta pela transparência e cumprimento, Correio da Manha [sem til], que, no ano seguir, e uma semana antes das eleições, fazia esta maravilhosa primeira página, vá-se lá saber porquê.
Os palermas que escrevem no Correio da Manha [sem til] têm a liberdade de levar uma adenda com uma Nota da Direcção caso o que escrevem não agrade à dita, ao abrigo da liberdade de expressão, da direcção.
Os palermas que escrevem no Correio da Manha [sem til] têm no final da crónica um barómetro, em forma de smiles, a que não ligam a ponta de um corno e que podem sempre "mandar àquela parte" caso a opinião, do leitor, não lhe agrade.
De todos os palermas que escrevem no Correio da Manha [sem til] há os que além de palermas são cúmplices e estão arrumadinhos por ordem alfabética na coluna da direita.
Coisa verdadeiramente surpreendente é a condenação do marido de miss Swaps pelo Tribunal da Secção Criminal da Comarca de Lisboa com uma multa 15 euros diários durante oitenta dias [num total de 1 200 euros] e ainda a assumir as custas do processo, por coacção sobre o jornalista e actual director de O Jornal Económico, Filipe Alves, não ter sido notícia de primeira página nem abertura de telejornal, só merecendo uma nota de rodapé, ao pé de As Previsões da Maya, no online do campeão da transparência e da independência do jornalismo face aos poderes instalados, em geral, e ao político, em particular, desde que o particular envolva nomes ligados ao Partido Socialista.
Já se fazia um Congresso dos Jornaleiros para debater estas questões.