Ninguém quer saber
Corria o ano de 135 e Adriano, para pôr fim às revoltas e constante instabilidade na região, depois de ter perdido uma legião, desloca para a Judeia a VI legião, a de Ferro, a XII legião, a Fulminante, e o general Lucio Severo, com um grupo de especialistas em guerrilha urbana vindos da Bretanha. Foram massacrados 580 mil judeus, cidades e templos arrasados, milhares de judeus escravizados, a cabeça de bar Kosba cortada e exibida como troféu, e a região rebaptizada de Síria Palestina. "Oitenta mil romanos invadiram Betar, e assassinaram os homens, mulheres e crianças, até correr sangue das soleiras e valetas". Nascia o judaísmo como condição religiosa e cultura, acabava a condição política.
Na apresentação do plano para controlar militarmente o "corredor de Filadélfia" Netanyahu recorre a um mapa onde a Cisjordânia já não aparece assinalada, é tudo Israel, só já ali resta Gaza a incomodar e atrapalhar. Netanyahu e os fundamentalistas religiosos e de extrema-direita com quem está coligado no governo vão "corrigir" a história e repetir na "terra prometida" com os palestinianos o que Adriano lhes fez há quase 1900 anos. E ninguém quer saber.
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