"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Excluindo a acentuada baixa de salários e consequente perda do poder de compra, a precariedade e a perda de direitos e garantias, com a cumplicidade dos homenzinhos responsáveis da UGT, e uma vez que a teoria do "fizemos uma alteração estrutural da economia portuguesa" teima em ser desmentida pela realidade, Pedro Passos Coelho ensaiou, perante o aplauso da assistência, nas jornadas parlamentares PSD/ CDS-PP de Alcochete, um novo mito urbano, o de se a economia portuguesa é por natureza propensa ao consumo [que é como quem diz "o que é que querem que faça? só se os puser a todos a pão e água"] como é que ainda há quem defenda um incentivo ao consumo como estímulo para o crescimento? Aqui está o novo mito urbano, o do diz que disse da reforma estrutural da economia.
O Governo quieto e calado é uma coisa, outra coisa completamente diferente são os ministros e secretários de Estado, sem pudor em fazer alarde da sua incompetência, nas televisões e nas rádios a falar de/ por tudo e de/ por mais qualquer coisa e o Governo a fingir que Governa a querer mostrar que governa, num misto de incompetência e cegueira ideológica. Como na canção, as pessoas vêm, ouvem e lêem, não podem ignorar. O subtítulo da notícia podia muito bem ser “O regresso do Governo”:
Dito de outra maneira, a "crença" do Banco de Portugal ignora os cortes de 3,9 mil milhões de euros [1,320 mil milhões de euros via cortes na despesa com pessoal] constantes no Orçamento do Estado para 2014? Se não ignora os cortes está em "modo adivinhação" e já conta com o eventual chumbo [mais um] do Tribunal Constitucional? Se conta com o eventual chumbo do Tribunal Constitucional faz ao mesmo tempo fé na palavra do Governo de que não tem um "plano B"?