"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ela é o doutor para aqui a doutora para ali, o engenheiro isto e o arquitecto aquilo. Hoje Constança Cunha e Sá escreve no Público sobre Obama. Hoje Constança Cunha e Sá escreve com ausência de título. Escreve sobre um homem que frequentou a Columbia University em Nova Iorque. Um homem que frequentou a Harvard Law School, onde obteve uma elevada distinção honorifica, a magna cum laude, que corresponde a uma graduação não menor do que dezoito valores. E não é digno de um berloque, um enfeite antes do nome? Isto não se faz, doutoraConstança!
Quase tão divertido quanto ler o César das Neves no Diário de Notícias às segundas, é ler a Constança Cunha e Sá no Público às quintas.
Ela é o dr. Durão Barroso para aqui, o eng. José Sócrates para ali, a dra. Manuela Ferreira Leite para acolá, o dr. Santana Lopes, o eng. Guterres, o dr. Paulo Portas e por aí fora. Nunca mais acaba enquanto houver gente para colocar um berloque antes do nome.
Uma douta descendente da casta servilista-aristocrática imortalizada por Almeida Garrett na máxima “Foge, cão, que te fazem barão. Para onde? Se me fazem visconde”, e a fazer a transição para a República, convenientemente adaptada por Salazar com “o respeitinho é muito bonito”. E o respeitinho continua a ser muito bonito uma vez que Pedro Passos Coelho na pena de Constança não tem direito a enfeite antes do nome. É “o”.
O stress que seria se, por castigo, tivesse de se mudar para Inglaterra ou para França ou para a Alemanha! Para os Estados Unidos ainda vá que não vá. Estava aqui a lembrar-me de “doc” antes de W. (de Doc Holliday).