"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O Governo que se inibe de nomear dirigentes para a administração pública porque estamos a um mês das eleições é o mesmo Governo que privatiza por ajuste directo a um mês das eleições. Impolutos e eticamente inatacáveis.
Ontem o Público dava conta do embuste que é a escolha dos dirigentes do Estado por parte da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública, segundo o método introduzido por Pedro Passos Coelho em 2012.
Imagine o leitor um candidato a um cargo de pedreiro que não sabe distinguir uma maceta e um escopro de um par de remos e que ainda assim é admitido e, posteriormente, aconselhado a ir aprender a fazer massa antes de assentar tijolos, ou um candidato, sem carta de condução, a um lugar de motorista, que é aceite e depois aconselhado a ir aprender o Código da Estrada antes de começar a transportar passageiros, ou um candidato a uma vaga para médico de clínica geral num qualquer posto de saúde, que não sabe distinguir um bisturi duma colher de sobremesa nem um estetoscópio de um yo-yo, e que ganha o concurso para depois ser aconselhado a candidatar-se à Faculdade de Medicina, imagine o leitor… Não é preciso imaginar porque ele existe: "Adequado com Limitações".
Descontando o kapa, e ainda assim implícito, o título do post é o pão nosso de cada dia nos discursos da maioria PSD/ CDS-PP durante a campanha eleitoral. Como cantava o Zeca, uns por verem rir os outros, e os outros sem sem por nada.