O argumento deve continuar a ser o mesmo de sempre – que são os que estão no terreno, que são os que estão mais próximos das pessoas e das comunidades, que são os que têm conhecimento de causa – e tem servido para desmantelar o Estado Social em prol de instituições, na sua grande maioria, ligadas e obedientes à Igreja Católica.
Que as pessoas tenham de entregar uma jóia, inacessível à grande maioria das pessoas, para terem um encaixe numa cama de um lar das Misericórdias e das IPSS, isso não interessa nada; que as pessoas tenham de entregar toda a, magra ou gorda, reforma para terem encaixe numa cama de um lar das Misericórdias ou das IPSS, isso não interessa nada; que as pessoas vendam ou entreguem imóveis e propriedades às Misericórdias e IPSS em forma de jóia para terem encaixe numa cama de um lar, isso não interessa nada; que o Estado ainda cubra a cama onde as pessoas foram encaixadas, com gorda ou magra reforma e com ou sem jóia e com ou sem propriedades e imóveis, por via de transferências do Orçamento do Estado aka dinheiro dos contribuintes, isso também não interessa nada.
Só não voltam a enterrar nos adros das igrejas por falta de espaço.
«A actividade funerária vai poder passar a ser exercida também por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), define uma proposta de lei do Governo que deverá ser votada esta semana no Parlamento»
[Imagem "Procesion del Santo Cristo, Bercianos de Aliste, 1975", Cristina Garcia Rodero]