"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Desde os idos dos PIN [Projeto Interesse Nacional] de José Sócrates, do saque ao património ambiental e natural para benefício de meia dúzia, a troco dos badalados magotes de empregos criados, directos e indirectos, mas nunca posteriormente escrutinados por quem fez primeiras páginas e abriu telejornais limitando-se a reproduzir notas de imprensa recebidas nas redacções, nem com os agentes políticos responsabilizados e penalizados em urna no dia das eleições. Parece que a propaganda ainda se mostra eficaz e produz resultados, agora na pele do futuro verde a fazer jus aos Expensive Soul, "Leça da Palmeira, a terra mais bonita de Portugal": despedir 120 para dar emprego a 25 mil. Como diz o povo, até o diabo se riu.
Em Novembro de 1998 o PSD de Marcelo Rebelo de Sousa “obrigou” o PS de António Guterres a levar a regionalização a referendo. Ganhou o “Não”. Mandam as regras da Democracia e o bom senso que, qualquer futura decisão, passe obrigatoriamente por um novo referendo. Já assim foi com a Interrupção Voluntária da Gravidez. O bom senso e as regras da Democracia, não o chico-espertismo de querer fazer passar a regionalização pela porta do cavalo com a criação de regiões-piloto. E depois da região-piloto estar há éne de anos a “pilotar”, e supondo que há novo referendo e volta a ganhar o “Não”, é suposto fazer-se o quê; acabar com a região?
(Imagem de autor desconhecido)
Post-scriptum: O que é que têm sido até hoje a Madeira e os Açores, se não exemplos de regiões-piloto? Compreendo que sejam exemplos, principalmente no caso da Madeira - e até para o PSD longe do folclore Chão da Lagoa -, que não interessem trazer a debate…