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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| A esperteza saloia

por josé simões, em 16.03.14

 

 

 

Pensávamos nós que o fácil, o muito mais fácil, é abdicar de ter pensamento próprio, abdicar dos valores e dos princípios em que acreditamos, para ir encarneirado, em manada ou em vara, escolham vocês, atrás da opinião do chefe, rabinho a abanar, o homem invisível resumido da máxima salazarenta de que “o calado vai longe”.

Lembro-me sempre do Sérgio Godinho, "mais vale ser um cão raivoso do que um carneiro, a dizer que sim ao pastor o dia inteiro, e a dar-lhe de lã e da carne e da vida, e do traseiro".

 

Pensávamos. E pensávamos mal. Porque o mais fácil, o muito mais fácil é "ser dissidente e discordante, numa lógica individual" até porque a "discordância e a dissidência são muito aplaudidas pela imprensa, há uma sobrevalorização da dissidência". Ser gente em função dos media e das audiências. E do tempo de aparecer. Ou ter-se em grande conta porque os media vão apontar holofotes para ali, porque se é dissidente e nunca porque se tem valores e princípios e se está disposto a luta por eles. Ou ter os media na conta em que, se calhar, merecem estar, porque vão apontar os holofotes para ali, porque se é dissidente e não porque se tem valores e princípios e se está disposto a luta por eles. Escolho a chico-esperice da primeira, que tem a esperteza saloia para jogar com a segunda, sem ser questionada, e ainda sair incólume e com sorriso vitorioso.

Lembro-me sempre dos The Fools, "I don't know just what to do, […], He's clucking a lot, but he's not saying anything, I plucked him once! Why pluck him again?

A psycho chicken, Better run run run run run run run away, Oooh oh oh oh aye aye ayee".

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

||| He's so gay

por josé simões, em 14.03.14

 

 

 

Como na canção, "não se ama alguém que não ouve a mesma canção", que é como quem diz "pode alguém ser quem não é", como na canção também.

 

E nas bancadas da maioria há quem mereça ouvir a canção uma vez, e outra vez, e outra vez, e outra, e outra, e outra, e ainda outra, e…

 

«Projecto do PS sobre co-adopção chumbado por escassos votos»

 

 

«He's so gay, He's so gay, He rules the city in a way, You could say, You could say, It's sort a different today, All the taffeta and chintz, And every leather boy's a prince, Hey hey hey! Please don't look the other way»

 

 

 

 

 

||| É assim desde 1985

por josé simões, em 20.02.14

 

 

 

Um ex-partido refém e um futuro partido órfão, sem matriz ideológica nem linha identitária, sempre dependente de uma figura tutelar, omnipresente e omnipotente, mesmo na ausência. «PSD espera por Cavaco para decidir». E, nestas e noutras questões, o país à espera do PSD que espera por Cavaco. É um dos grandes mistérios da vida democrática portuguesa os cíclicos votos de confiança que os eleitores depositam neste híbrido de coisa nenhuma.

 

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||| No tempo da barbárie

por josé simões, em 08.02.14

 

 

 

O tempo em que a minoria cristã era atirada aos leões para gáudio da maioria pagã, que é como quem diz, ser aceitável referendar os direitos da minoria cristã em países como o Paquistão, o Irão, ou a Arábia Saudita, por exemplo, ou até na "civilização ocidental", herdeira da moral judaico-cristã e também a da revolução sexual e da emancipação da mulher, referendar o direito de uma minoria celibatária em largar postas de pescada sobre casamento, família e procriação.

 

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||| Para que conste

por josé simões, em 08.02.14

 

 

||| O pasto que alimenta as chamas do totalitarismo

por josé simões, em 29.01.14

 

 

 

"Todos os direitos das pessoas podem ser referendados".

 

Hugo Soares, líder da JSD e deputado eleito da Nação pelas listas do PSD, num debate sobre co-adopção com a deputada Isabel Moreira, na TVI 24.

 

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||| Um homem corajoso

por josé simões, em 28.01.14

 

 

 

Para alguém ser mais corajoso que ele tem de nascer duas vezes:

 

«Cavaco enviou referendo à co-adopção para o Constitucional»

 

Sintomática é a forma como toda a gente, com a comunicação social à cabeça, se refere ao Presidente da República. Não é o Presidente da República, não é Cavaco Silva, não, é "o Cavaco", "aquele coise", o "você" de Cristiano Ronaldo.

 

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||| O Verdadeiro Artista

por josé simões, em 25.01.14

 

 

 

 

"Se a sociedade estiver preparada para não segregar e para aceitar as diferenças, eu tendo evidentemente a ser a favor."

 

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||| A Hannah Arendt explicou isto

por josé simões, em 23.01.14

 

 

 

Quando as pessoas vestem uma pele – empresa, religião, clube, partido político, outra, e se demitem de pensar, quando são incapazes de fazer um juízo crítico, de dizer não. Quando um ser humano abdica de ser ser humano.

 

«Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime».

 

E há logo ali à mão um milhão argumentos e dobro de milhões em desculpas plausíveis e aceitáveis, aos olhos dos que também já abdicaram. Principalmente quando ficar, no lugar para o qual se foi eleito, e votar contra nunca foi opção.

 

«Teresa Leal Coelho: "Fui sempre contra levar a referendo a adopção e a co-adopção por casais homossexuais"

 

A vice-presidente do PSD assegura que expressou internamente a sua oposição ao referendo e por escrito. A dirigente que se demitiu da direcção da bancada em protesto contra a disciplina de voto garante que Passos Coelho “não deu instruções ou orientações” sobre a proposta.»

 

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||| Há aqui qualquer coisa que me escapa

por josé simões, em 18.01.14

 

 

 

Teresa Leal Coelho demitiu-se da direcção da bancada parlamentar do PSD, e faltou à votação que aprovou o referendo à co-adopção, por discordar da disciplina de voto imposta pelo partido, mas continua vice-presidente da Comissão Política Nacional do partido que impôs a disciplina de voto aos deputados na votação que aprovou o referendo à co-adopção…

 

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||| O lenço não é imagem de marca porque há o pescoço

por josé simões, em 17.01.14

 

 

 

Vi uma vez o House, que é doutor, recusar contratar uma especialista, competentíssima, para a sua equipa porque se apresentou na entrevista com uns stilettos calçados que a deixavam em sofrimento. O argumento, do House que é doutor, foi mais ou menos o de que não podia confiar em alguém que abdicava do seu valor intelectual e das suas competências profissionais, em prol da aparência e da primeira impressão, só para conseguir o emprego de que precisava. É a chamada "psicologia" dos sinais exteriores.

 

E serve esta conversa da treta para perguntar se podemos confiar em alguém, no exercício da actividade política, no desempenho de cargos políticos e/ ou públicos, quando esse alguém esconde permanentemente o seu corpo dos olhares exteriores, dissimula para que aquilo que é não seja visto; podemos confiar que não recorre à mentira e à dissimulação para fazer passar a mensagem política, para esconder, para que aquilo que é não seja?

 

A demissão de Teresa Leal Coelho não foi da direcção do grupo parlamentar do PSD, não. Ao abandonar o hemiciclo e recusar votar, segundo as suas convicções contra a directiva do seu partido, foi a demissão da cidadania. Nos pratos da balança o carreirismo político e o calculismo sobre os proveitos futuros, de quem teve muito trabalhinho para chegar onde chegou, pesaram mais que o superior interesse da criança.

 

E isto vale também para todos os outros, bonzinhos e preocupadinhos e envergonhadinhos, das declarações de voto, e para quem os lugarzinhos stilleto de deputado da Nação é a coisa mais peneirenta que pode haver.

 

[Imagem de Tim Etchells]

 

 

 

 

 

 

||| Vergonha!

por josé simões, em 17.01.14

 

 

|| "As leis da natureza"

por josé simões, em 28.05.13

 

 

 

Resumiu-se a esta frase o argumentário dos contras.

Ateadores de fogueiras nas praças públicas no séc. XVI.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

|| Para a História

por josé simões, em 17.05.13