"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A diferença entre Clara de Sousa e um cone de sinalização de trânsito é que o cone tinha confrontado Marques Mendes quando, pela enésima vez, diz que disse sobre a "abertura no Natal" aquilo que não disse, em linguagem comum: mente com quantos dentes tem na boca.
O porco na chafurda, alimentado por Clara de Sousa no amigável Ana Gomes vs. Marisa Matias, quando ambas estavam prestes a concordar que as duas candidaturas podiam muito bem ser uma, assim do nada e a completo despropósito, a introduzir o Ventas do Chaga no debate. "Então o quer pensa? Então o que acha? Então o que..?".
O porco na chafurda, a levar uma lição de ética e humanidade dada por um calceteiro que o obrigou várias vezes a engolir em seco enquanto passava a mão pelo colarinho apertado pela gravata [as imagens estão lá para o comprovar], com Carlos Daniel a não perceber nada de nada da alegoria das pedras de várias cores trazidas pelo mar e ainda mais uma referência a Peniche, deve ser por causa do surf, Carlinhos tenrinho, que nem sequer sabes o valor do RSI caso contrário tinha-te ocorrido perguntar como é que alguém que o recebe consegue passar os dias inteiros do mês no café a beber cerveja, ou se calhar não perguntavas.
Sem que ninguém no PSD de Rui Rio lhe dê a ponta de um chavelho de importância e sem que ninguém no Governo da 'Geringonça' lhe chibe aos ouvidos o "exclusivo" para a avença semanal que tem na televisão do militante n.º 1, Marques Mendes, reduzido à sua insignificância, limita-se a fazer o que melhor sabe: inventar, truncar, desinformar. Era dia 1 de Abril.
Jornalismo de qualidade foi ver Clara de Sousa, sem nunca alterar o tom de voz nem desencostar as costas da cadeira, com meia dúzia de perguntas desmontar um saco de vento e anular o seu ponto forte - jogar com as palavras e enrolar conversa, de modo a fazê-lo sentir-se acossado e a reagir irritadíssimo, perder a compostura e andar literalmente à nora atrás do prejuízo.
Sábado o dia todo, domingo o dia todo, segunda-feira o dia todo, todo o santo dia à roda de uma suposta notícia na primeira página do Expresso de sexta-feira à meia-noite. A todas as horas certas em todos os telejornais "segundo o Expresso", "segundo o Expresso", "segundo o Expresso", "as listas que circulam nas redes sociais", "uma empresária que fez uma investigação". O verdadeiro jornalismo rasca neste momento tem casa no Expresso e na SIC e SIC Notícias, já que o Correio da Manha não tem pretensões a "jornalismo de referência".
Há mais tempo no activo na liderança de um partido político, desde 2002 a soluços num vai-vem de "sentido de Estado", governabilidade e ministérios a eito e mais trapalhadas infindáveis de negócios e negociatas com a Defesa e à sombra da Agricultura e do Ambiente, sempre como se fosse aquela a primeira vez, desafia o Partido Socialista a fazer uma reflexão crítica sobre o seu passado recente.
Não é o Pedro Passos Coelho mentir, despudorada e continuamente, com quantos dentes tem na boca que impressiona. Não. O que impressiona é, na era da net e do Google, com os links que desmentem e confirmam à distância de um click, numa fracção de segundo com milhares de respostas, na era do Twitter, do Facebook, do Instagram, do Google Plus, do... , onde em menos de um fósforo a novidade se espalha literalmente pelo mundo inteiro, Pedro Passos Coelho continuar a mentir despudora, continua e compulsivamente, sem emenda. Pimenta na língua.
A trafulhice "cheque-ensino" foi desmascarada logo nos primeiros minutos da entrevista ao ministro da Educação quando Clara de Sousa, inteligentemente, o confrontou com o caso [reportagem que antecedeu a entrevista] de um casal, aparentemente classe média alta, com 3 filhas, duas na escola pública, a terceira, a mais nova, num colégio privado por não haver vaga na primeira opção de escolha dos pais, a escola pública a 50 metros de casa, e obteve como resposta de Nuno Crato, sem se aperceber da evidente contradição, que com o cheque-ensino isso não vai acontecer porque permite aos pais escolher a escola que querem para os filhos.
Permite às escolas escolher os filhos dos pais que querem, à parte da engorda da conta bancária dos proprietários e/ ou accionistas.