"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ainda sobre este tema, escreve Henrique Monteiro no Expresso de sábado:
“(…) A lei diz que um partido que não prove ter, pelo menos, 5 000 militantes, é extinto.
Em princípio, daqui não viria grande mal ao mundo. Ainda restarão partidos para quase todas as tendências políticas. O problema, na verdade, é o do costume: a tendência irreprimível do Governo se meter em coisas que não lhe dizem respeito. Os ingredientes estão cá todos e note-se que o Governo era do PSD e do PP, o que prova que este não é um mal próprio da esquerda.” (O negrito é meu).
Registe-se para memória futura. A esquerda é castradora das liberdades individuais e controleira dos movimentos dos cidadãos. Mas o Governo era de direita. Traduzindo, para os mais esquecidos; Durão Barroso / Paulo Portas.
(Tão certo como “dois e dois serem quatro” que esta foi uma lei direccionada. E não para a esquerda... Com um temor que depois se veio a verificar ser infundado.)
Finalmente o Tribunal Constitucional fez o que lhe competia e notificou os partidos políticos para que, num prazo de 90 dias, façam prova de que têm pelo menos 5 000 militantes como o exige a Lei dos Partidos Políticos; caso contrário, extinção.
Abençoados! Finalmente (espero eu!) nos vamos ver livres de cromos como estes; já não era sem tempo! Com estes talvez seja mais difícil; até porque não é liquido que militantes como o camaradaJosé Manuel não constem ainda nos ficheiros…
Quem anda muito desgostoso com tudo isto é Manuel Monteiro. Azar o dele em não saber escolher as companhias com que se relaciona; veja-se o caso que se segue:
Se é que ainda não foi feito, não há-de tardar nada, mas mesmo nadinha, que cinco mil e tal militantes deste partido (o “tal” é a margem para jogar pelo seguro) vão num ápice transferirem-se para este, e fica tudo legal, tal e qual imigrantes albaneses no Kosovo.
Por motivos que davam, não digo “pano para mangas”, mas pelo menos pano para um post daqui de Setúbal até Santarém, conheço-os demasiadamente bem para saber como a coisa funciona.
Adenda: isto devia ser como nas eleições do Benfica; só vota quem tiver mais que xis anos de sócio. Militantes desde ontem à noite; vá lá, desde hoje de manhã, não deviam contar.