"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O Expresso, se substituir "Portugal" na primeira página desta semana por outro qualquer país do mundo, pode fazer uma primeira página, esta semana e nas semanas seguintes, noutro em qualquer país do mundo. Mas quem é que ainda tem paciência para o Expresso?!
Ia perguntar se o Equador já tinha chegado à Venezuela quando a pergunta a fazer é se a Venezuela já chegou à Europa. "Alonjo de Ojeda" está de regresso para nos [re]baptizar, e as palafitas indígenas continuam a ser parecidas com Veneza, cidade italiana, da Itália de Sílvio Berlusconi magnata da comunicação social. "Não há necessidade de escrever mais".
Quando a poeira do golpe de Estado constitucional assentar, legitimado pelo vazio técnico que ocupa a cadeira da Presidência da República, e depois dos mercados acalmados pela solução encontrada para que tudo continue como dantes quartel-general em Abrantes, um espantalho das searas, para o caso, servia perfeitamente, o ex-ministro de Estado e ex-ministro da Defesa Nacional e ex-ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e futuro qualquer coisa que lhe permita aparecer, bater o recorde de manutenção no poder de Fidel Castro, e passar creme no próprio umbigo, com ganhos e com poder, muito poder adquirido pela meritocracia do "elevador social" da intriga política, a bem da Nação e do "sentido de Estado" e do arco da governação amém, possa explicar se a diversificação de mercados para as exportações, iniciada com o Governo de José Sócrates, e nomeadamente para a América Latina, é para continuar ou se o amigo amaricano [não é gralha, é como o povo que fica à porta das igrejas nas Entradas Solenes diz] assume o prejuízo e justifica, para o povo ver e perceber, o ‘Distinguished Public Service Award' que tem na vitrina lá em casa.
Os inflamados editoriais e os artigos de agit-prop manhosa opinião em defesa do ditador líbio Muammar al-Gaddafi e da repressão a que pomposamente chama de revolução líbia e contra as “hordas contra-revolucionárias” e o imperialismo amaricano [com a].
Provavelmente sou naïf, mas não consigo ver o que fizeram de substancialmente diferente Milan Milutinovic e Slobodan Milosevic, ou Omar al-Bashir de George W. Bush em matéria de direitos humanos e crimes contra a humanidade. E não me estou sequer a referir às sevícias e às torturas.
Se os primeiros massacraram o seu próprio povo, o último inventou uma guerra – que ainda dura – no outro lado do mundo, e pelos vistos quem vai (se for…) a julgamento é a “arraia-miúda”; vox populi.
Na tropa, “Maçaricos”, ouvíamos da “Peluda, aqueles que já estavam de malas aviadas: “A velhice é um posto!”.
E uma “peluda” americana num rancho do Texas, então, é todo um programa.